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Carnaval de romans, resenha

Por:   •  23/2/2016  •  Artigo  •  7.454 Palavras (30 Páginas)  •  654 Visualizações

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Resenha: O Carnaval de Romans.

LADURIE, Emanuel Le Roy. O carnaval de Romans: da candelária à quarta feira de cinzas, 1579-1580. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.  

Rafael Bertante.

Vitor Taxa.

Fábio Duque.

Filipe Queiroz de Campos.

Shirley

O autor irá nos dar uma idéia do que se passava no período anterior ao incidente do Carnaval de 1579-80. Irá apresentar que nos séculos anteriores ocorreram drásticas mudanças na demografia de Romans e da Europa como um todo. Essas variações na demografia se deram devido ao fato que nos períodos de um a dois séculos antes do incidente ocorreram muitas guerras, aumento e declínio da produção agrícola e mortes causadas pela peste.

O autor apresenta Romans como uma cidade que tem como principal fonte de renda a produção têxtil, não deixando de lado a produção agrícola, Romans é considerada uma cidade de porte médio da França por não se poder comparar com cidades como Lyon e Paris.

A partir da descrição da cidade Ladurie começa a dividir a sociedade de Romans para isso ele utiliza vários critérios de comparação entre a população. Entre eles está uma divisão levando-se em consideração a taxa de impostos que cada parcela da sociedade pagava. Dessa comparação ele encontra quatro divisões os que não pagavam impostos, pois esses eram os miseráveis e mendigos, os que pagavam muitos impostos que por sua vez eram os que menos tinham dinheiro (camponeses), os que pagavam uma quantidade de imposto razoável que eram os burgueses como um todo e a classe que pagava menos impostos que eram os que tinham uma maior divisa de capitais (clérigos, grandes proprietários de terras e representantes políticos). O autor ainda apresenta outra divisão baseada no número de indivíduos por família onde quanto maior o número de familiares menor era sua classe social. Mas para o a divisão por pagamento de impostos é uma das mais importantes, pois nos possibilitará entender um dos motivos da atrocidade que ocorreu no carnaval de 1579-80.

Com a divisão da sociedade romanense concluída o autor apresenta alguns personagens os encaixando nas classes já estabelecidas, entre esses personagens destacam-se Jean Serve (ou Paumier) que pertencia as classes médias da população de 1580, Louis Fayol locatário revoltoso (que também pertence a classe media) e um dos principais personagens da historia Antoine Guérin que era um juiz que supostamente teria comprado seu cargo, e que possuía o poder jurídico e executivo na cidade e alem disso controlava a “casa das máquinas”. Guérin será um dos grandes opositores do movimento de 1580.

Daí o autor fala que os principais fatores que levaram a revolução de 1579-80 são os altos impostos cobrados sobre os camponeses e os artesãos da cidade (representando toda uma camada baixa da população) e os grandes benefícios que eram dados a nobreza local e a exploração dos pobres de Romans.

Ladurie explica que num período anterior ao fato de 1580 a cobrança de impostos sobre a camada mais baixa da população como camponeses e artesãos era muito elevada e que sobre os nobres quase não havia taxação o que se torna uns dos principais motivadores da revolta. O autor nos traz a informação de que havia duas taxações uma real e outra pessoal. Na talha real era calculado a qualidade do terreno quanto a sua produtividade e tamanho e que a partir disso era aplicado o imposto independente se o dono do terreno era rico ou pobre, mesmo assim ocorria uma exploração dos proprietários mais pobres, mas a seus olhos isso parecia justo pois os ricos pagavam o imposto da mesma forma não havendo privilégios para eles. Já na talha pessoal o que era levado em consideração era a posição ou status social do individuo sendo assim que os pequenos produtores pagavam uma grande quantidade de impostos e os ricos quase não os pagavam, foi essa concessão de privilégios aos ricos que levou a revolta dos camponeses.

Ainda havia os impostos cobrados para a manutenção dos exércitos, que quando passavam por uma cidade era aconselhado aos moradores que fechassem as portas e se armassem para evitar que fossem saqueados pelos militares.

Com essas dificuldades o Terceiro Estado procurou reverter à situação mas primeiro de forma pacifica, o que foi bem sucedido, pois no ano de 1548 Henrique II decide cobrar os impostos dos proprietários que adquiriram seus terrenos nos últimos trinta anos diminuindo assim a carga de impostos sobre os pequenos produtores e os antigos produtores que perderam suas terras para nobres e grandes burgueses, que compravam ou arrendavam terrenos e expulsavam os antigos proprietários. Essas medidas de compra de terrenos por nobres faziam parte de um choque que ocorreu entre a cidade e o campo, pois os nobres compravam os terrenos e só era cobrado deles suas posses citadinas não levando em conta suas posses rurais o que indignava os pequenos produtores que tinham que pagar os impostos equivalentes às terras que não eram cobradas dos nobres.

Então o autor explica que o erro dos populares foi crer que depois da “expulsão dos forasteiros” eles conseguiriam que houvesse uma taxação sobre os ricos (que só ocorreu em 1630) isso causou um encontro muito forte de forças contrarias os pobres e os ricos, onde a força dos ricos era muito maior, e foi desse choque que surgiram figuras como a de Paumier. Depois que foi descoberto o principal motivo para a cobrança de impostos por Henrique que era a de patrocinar as guerras na Itália e Espanha teve inicio um novo ciclo de reclamações causadas também pelas questões religiosas. Há também revoltas em 1567-70 e 1576-8 que tem um cunho voltado a cobrança de impostos que culminara no Carnaval de 1579-80. Outro agravante é a votação de novas talhas sem o consentimento real dos estados que seriam representados num Conselho do rei, que na verdade contou com “paus-mandados” para representar cada Estado o que agravou ainda mais a situação socioeconômica da região delfinesa em 1578.

       Falemos agora da revolta moderado de Jacques Colas. Iniciou-se uma tentativa de organização de um movimento com objetivos medidas anti fiscais e anti privilégio. Esse movimento recebeu o nome de Liga, são pessoas defendendo os interesses corporativos da comunidade. Em Romans esta liga adquiriu características populares. Inicialmente as comunas foram criadas para combater o banditismo em Pont-en-Royans, contudo foi em Montélimar, na cidade e no campo, que o movimento se desenvolve, e deixa de se chamar comuna para ser denominado como Liga. Estas ligas eram católicas, como em Montélimar ou pró-protestantes, como em Romans. As ligas delfinesas foram criadas a priore para se defender do banditismo e do fisco.

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