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Classes e Gerações a Insuficiência das Hipóteses da Teoria do Fim das Classes Sociais - Louis Chauvel

Por:   •  10/4/2016  •  Resenha  •  709 Palavras (3 Páginas)  •  295 Visualizações

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Classes e gerações: a insuficiência das hipóteses da teoria do fim das classes sociais – Louis Chauvel

        As classes sociais, tidas como mortas por muitos sociólogos, retornam para “assombrar” o mundo contemporâneo. São raras as obras francesas em que as palavras “classe social” aparecem. Tornando-se raro o seu uso. Porém, este fato não se restringe apenas à sociologia, poucos são os que ainda pensam que a noção de classe social ainda pode ser útil nos dias atuais. É preciso interrogar-se sobre tal ideia, que não é neutra politicamente, é essencial politicamente e é determinante socialmente.

        O autor afirma que em vez de aceitar a ideia do fim das “classes sociais”, é preciso retomar os argumentos que a fundamentam. O artigo “Declínio e queda das classes sociais” foi a primeira tentativa de rejeição da noção de classe fundada numa argumentação empírica. Para Robert Nisbet, o autor deste artigo, o fim das classes proviria de alguns fatores: na esfera política, da difusão do poder para o conjunto da população e da desestruturação dos comportamentos políticos em função dos estratos sociais; na esfera econômica, do aumento do setor terciário, no qual os empregos, na maior parte das vezes, não correspondem a um sistema de classe claro; da elevação do nível de vida e de consumo que conduzem ao desaparecimento de estratos de consumo diferenciáveis, tornando pouco provável a intensificação da luta de classes.

        A hipótese sobre o fim das classes sociais encontrou aceitação entre o público em geral e os sociólogos porque ainda que seus argumentos sejam medíocres, os fatos sobre os quais repousa essa ideia são parcialmente justos. É bem verdade que o imobilismo social declinou, as desigualdades econômicas diminuíram-se e o poder de compra do operariado elevou-se.

        A longo prazo, isso é fato e constitui-se uma evidência. Até a década de 1950, metade do orçamento do operário era para alimentação e a moradia ficava em segundo plano. A cozinha não possuía aparelhos domésticos e objetos como televisão, automóvel e telefone eram tidos como artigos de luxo. A alimentação representa atualmente um sexto do orçamento operário médio.  

        As mudanças em longo prazo dissimulam temporalidades distintas, segundo o autor. E embora tal evolução represente uma mudança pertinente, o modo como essa mudança teve lugar não é neutro para sua interpretação.

        Segundo o autor, existem do ponto de vista da estrutura social, “gerações sociais” que, em razão do fato de sofrerem diferentemente as descontinuidades da historia social, conhecem destinos coletivos específicos.

        É preciso destacar um risco importante, pois a noção de geração anda lado a lado com a noção de esquecimento total da noção de classe social. Pesquisadores em ciências sociais, dos Estados Unidos, que profetizam a substituição da luta de classes pela luta de gerações. Ideia inexata e simplista, de acordo com o autor, pois é necessário entender que a questão não é de englobar classes e gerações numa relação de substituição, mas de complementaridade. Por um lado cada geração parece portar um sistema de classe que lhe parece específico e por outro, as situações mais favoráveis são as das classes mais favorecidas no seio das classes populares das gerações cujo destino é menos invejável.

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