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Divisão Sexual do Trabalho e Relações Sociais de Sexo

Por:   •  26/9/2016  •  Seminário  •  603 Palavras (3 Páginas)  •  582 Visualizações

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Resenha: Divisão Sexual do Trabalho e Relações Sociais de Sexo

        O texto Divisão Sexual do Trabalho e Relações Sociais de Sexo, foi escrito por Daniele Kergoat, graduada em Sociologia, diretora de Pesquisa no GERS. O referido  texto foi originalmente publicado no Dicionário Crítica Feminista e publicado por PUF em Paris em 2000.

        Num primeiro momento a autora Daniele Kergoat, trata da contextualização do surgimento da Divisão Sexual do Trabalho, reforçando que as condições que vivem homens e mulheres não são produtos de um destino biológico, mas sim, construções sociais, tendo uma base material, o trabalho.

        A autora relata que foi através das antropólogas feministas, que deram um conteúdo novo, a questão do trabalho feminino, demonstrando que as tarefas desenvolvidas pelas mulheres não eram complementares as dos homens, mas sim, uma relação de poder dos homens sobre as mulheres.

        A divisão sexual do trabalho, para Kergoat é a forma de divisão de trabalho social decorrente das relações sociais de sexo, sendo adaptada a cada sociedade. Kergoat, afirma que as características prioritárias dos homens são da esfera produtiva e a esfera feminina a reprodutiva.

        Posteriormente a autora aborda a questão dos princípios organizadores da divisão social do trabalho: Princípio de Separação e Princípio da Hierarquização. O princípio de Separação , defende que alguns  trabalhos são destinados para homens e outros trabalhos são destinados às mulheres, e o Princípio da Hierarquização trata da superioridade  do trabalho masculino com relação ao trabalho feminino.

        Para Daniele Kergoat, a Divisão Sexual do Trabalho não é um dado rígido, imutável , estes dados podem variar   no tempo e no espaço , uma tarefa que é desenvolvida por homens, em outras sociedades podem ser perfeitamente desenvolvidas por mulheres.

        A autora traz que o movimento feminista, não iniciou tratando das questões relacionadas ao  aborto,  mas foi a partir da tomada de consciência da opressão vivida pelas mulheres, esta tomada de consciência tornou-se evidente para a grande massa trabalhadora feminina, que perceberam que o trabalho que desenvolviam era invisível, gratuito e menosprezado, considerado sempre em nome da natureza, do amor e do dever maternal.

        Em seu texto Daniele Kergoat, comenta que  tratar da divisão sexual do trabalho é ir além de uma simples constatação de desigualdades, é refletir a descrição do real e os processos que a sociedade utiliza para hierarquizar estas diferenciações, tornando o social sexuado, existe uma tensão antagônica em torno da questão divisão sexual do trabalho, terminando na criação de grupos que tem interesses contrários, grupo social homens e grupo social mulheres, sempre em tensão em torno da questão do trabalho e suas divisões..

        Por fim, a autora comenta a respeito da hegemonia das relações sociais estabelecidas na sociedade, dizendo que considerar somente a relação de dominação homem -mulher, e as lutas contra ela, é insuficiente para tornar inteligíveis a diversidade e as complexidade das práticas sociais masculinas e femininas.

        Diante do exposto por Daniele Kergoat, neste texto, fica claro a complexidade  que é a Divisão Sexual do Trabalho na Sociedade, da opressão vivenciada pelo sexo feminino na questão do trabalho , das relações sociais de sexo estabelecidas, da importância dos movimentos feministas  e das conquistas ao longo do tempo.

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