Durkheim - 150 anos
Por: Bruno Cruz • 16/6/2016 • Abstract • 922 Palavras (4 Páginas) • 507 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
2016 / 1
INCIS
GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
SOCIOLOGIA I
Profa. Dra. Maria Lúcia Vannuchi
Bruno César Cunha Cruz
RESUMO
OLIVEIRA, Márcio de. Émile Durkheim e a Sociologia Brasileira. Durkheim 150 anos. Organizado por Alexandre Braga Masella. Belo Horizonte, Mg. Argvmentvm. 2009. P. 231 – 257.
O que segue abaixo é um resumo com breve comentário do capítulo “Émile Durkheim e a Sociologia Brasileira” do livro “Durkheim 150 anos”.
Márcio de Oliveira, em suas palavras introdutórias, afirma de imediato que, de acordo com a percepção dele, não seria exagerado dizer que a obra de Durkheim não foi suficientemente estudada pela sociologia brasileira. O autor afirma, da mesma forma, que tal dado transparece surpresa pelo fato de que, mesmo que no início do século XX a obra parecesse promissora, pelo fato de ser marca em trabalhos diversos –inclusive nas obras iniciais de Florestan Fernandes-, os anos subsequentes mostrariam o contrário. Tal fato parece, ainda segundo o autor, ser ainda mais cheio de surpresa pelo também fato de que os livros de Durkheim continuarem serem parte fundamental dos cursos de Ciências Sociais.
O autor explica que a obra de Durkheim foi introduzida no Brasil através da “Sociologia do Direito”. De acordo com Márcio de Oliveira, o primeiro ciclo durkheimiano acontece justamente com o uso no direito das obras de Durkheim através de Fernando Azevedo, professor fundador da USP –o mesmo que traduz “As regras do método sociológico” em 1937. Ainda segundo o autor, o segundo clico dos estudos da sociologia sobre Durkheim, iniciado a partir de 1940. Oliveira explica que, assim como no primeiro ciclo, “a sociologia de Durkheim fora recebida de forma fragmentada e instrumental” (OLIVEIRA, 2009, p.235).
Oliveira explica que entre os divulgadores de Durkheim no Brasil estavam os egressos das faculdades de direito, bem como os “reconvertidos” ao campo da educação e da psicologia. O autor estabelece que a sociologia durkheimiana “serviu sempre aos mesmos propósitos”, que seria “apresentar a disciplina da sociologia e debater o tema do crime e/ou da moral, da norma, do controle social e a questão da educação” (OLIVEIRA, 2009, p.236). Ressaltando, dessa forma, que, entre os anos de 1930 e 1940, uma “divisão entre uma recepção incompleta e ideologicamente orientada da sociologia da educação de Durkheim por educadores” (OLIVEIRA, 2009, p.236).
O autor exemplifica, ainda, que a sociologia de Durkheim, no Brasil, seria “emoldurada” pelo funcionalismo, e, assim, apreciada indistintamente por sociólogos e antropólogos. (OLIVEIRA, 2009, p.237, 238). Já o terceiro memento da recepção de teses de Durkheim no Brasil ocorre, de acordo com Oliveira, a partir de 1950. Segundo o autor, tal momento é marcado dentro do ambiente o universitário e desenvolvido a partir de Descartes. E, a partir daí, uma divisão entre os estudos antropológicos e sociológicos. (OLIVEIRA, 2009, p.238 e 239).
Márcio de Oliveira, a partir do ponto que aqui segue, lembra que Florestan Fernandes, ao lançar suas primeiras obras, contou com base sociológica em Durkheim. Oliveira explica que Fernandes, ao fazer isso, tinha a estratégia e o “propósito de provar que um autor brasileiro [...] poderia fazer um trabalho do mesmo nível que um scholar europeu.” (OLIVEIRA, 2009, p. 239). Contudo, o autor explica que a influência não passou das obras introdutórias, e quando ela outra vez aparecia, nas mudanças de objeto, continuou com uma “descontinuidade tanto teórica, quanto acadêmico-institucional” (OLIVEIRA, 2009, p. 241). Assim, seguindo a construção de que “a influência de Durkheim parece ter sido de fato pequena”. (OLIVEIRA, 2009, p.240).
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