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Ensaio sobre as Ocupações no Brasil de acordo com os textos estudados em sala e seus entendimentos

Por:   •  30/1/2017  •  Trabalho acadêmico  •  996 Palavras (4 Páginas)  •  482 Visualizações

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Ensaio sobre as Ocupações no Brasil de acordo com os textos estudados em sala e seus entendimentos

“Ocupar” é uma espécie de chamado para que a comunidade discuta os assuntos que estão sendo decididos sem o consentimento social. É um modo de protestar, sem danos maiores, e fazer com que os cidadãos sejam ouvidos pelo governo.

No caso das ocupações nas escolas, os estudantes se manifestaram contra a Medida Provisória do governo que muda todo o sistema educacional e também contra a Pec 241 que irá cortar as verbas da educação.

Para o governo a proposta irá acelerar a revisão na fase de ensino que concentra mais reprovações e abandono de estudantes. A PEC limita os gastos em educação pelos próximos 20 anos e estudos já mostram que as medidas resultarão na necessidade de retirada de custos de outras áreas para suprir investimentos futuros no ensino. Os alunos argumentam que a reforma deve ser discutida amplamente antes de ser decretada, pois todas as consequências precisam ser estudadas.

O movimento de ocupações tomou conta do Brasil em Outubro. Mais de mil escolas foram ocupadas por estudantes que não aceitam as direções que a educação vem tomando no governo Temer.

O papel da cobertura midiática nas ocupações se mostra essencial nesse momento pois os interesses dos grandes meios de comunicação afetam o desenvolvimento desse movimento, tanto para os envolvidos como para quem não está participando diretamente.

Alinhando a esse assunto trago à tona o texto do filósofo Christoph Turcke: Sociedade Excitada - Filosofia da Sensação, onde a sensação aqui, significa em primeiro plano, uma percepção qualquer, comum, que se transforma no incomum e vai ganhando intensidade, chamando mais atenção até se tornar o próprio objeto que chama a atenção ou causa a sensação, nesse caso, o objeto sensacionalista.

A sociedade moderna, com todos os seus impactos audiovisuais, vai anestesiando nossas sensações, nos impedindo de perceber o que é mais decisivo e nos impondo um acúmulo ou aumento excessivo de estímulos cada vez mais fortes com essas pressões do que pra eles é noticioso. E isso nos converte á uma sociedade da insatisfação da sensação de clichês.

Durante as 24 horas do nosso dia, somos bombardeados com acidentes, crimes, perseguições, guerras, padrões inigualáveis de beleza e consumo a ponto de tornarem o cotidiano, com todas essas excitações sem fim, incapaz de ser sentido e percebido com a urgência que realmente necessita, tornando-o entediante.

“É o que satisfaz esse requisito, sem sombra de dúvida? Aquilo que diz respeito a todos, que se chama Res publica, em latim: a coisa pública. Sem dúvida, o conceito era visto diferentemente na Roma antiga, onde surgiu, do que é hoje (...) O que concerne a todos vai ao cerne da coletividade. Guerra e paz, violação da lei e do estado de direito, catástrofe e salvamento: estas são as formas primordiais da res publica.”

(Turcke, Sociedade Excitada)

Num contexto onde mais de mil escolas foram ocupadas em todo o Brasil contra a Medida Provisória que reforma o ensino médio e a PEC 241, o silêncio da imprensa sobre a mobilização dos estudantes é mais um ponto negativo do processo pelo qual o país está passando, fundamental quando falamos da falta de diversidade e garantia do acesso á informação no Brasil.

Muita gente só tomou conhecimento das ocupações, quando afetaram diretamente a população, locais de votação tiveram que ser trocados por causa das mobilizações nas escolas e pouco tempo depois o Enem foi adiado em certos lugares. As notícias eram bem raras, nada além de uma cobertura burocrática, sem reflexão e com muitas críticas. Sem dar voz aos estudantes que ali estavam, muito menos aos setores da sociedade que apoiaram os protestos e queriam tomar conhecimento do que acontecia.

A cobertura feita pela mídia começou a criminalizar e banalizar, colocando em oposição o movimento que defende a educação universal, gratuita e de qualidade e os demais estudantes. Isso entra em conflito todas as vezes que o país precisa debater temas centrais para seu futuro: Essa dificuldade de entender o que está acontecendo no mundo real quando se acompanha o noticiário apenas pela mídia tradicional.

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