Produzindo e Interpretando Textos na Sala de Aula

UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL

Polo de Montenegro

PROJETO INTEGRADOR – CURSO DE LETRAS/PORTUGUÊS

Disciplinas: Estudos do Texto I e Estudos de Literatura – Narrativa I

Prof. Ms. Jéferson Luis de Carvalho

Produzindo e Interpretando Textos na Sala de Aula

Alunas:

Andreza Albanus Teixeira

Fernanda Silveira da Silva

Dezembro de 2020.

PRODUZINDO E INTERPRETANDO TEXTOS NA SALA DE AULA

Andreza Albanus Teixeira

Fernanda Silveira da Silva^[1]

RESUMO:

O desenvolvimento do presente trabalho tem como propósito demonstrar a importância dos estudos do texto, literário e não literário, bem como sua produção e interpretação. Para isso, procuramos abordar assuntos que evidenciem o que é texto, como ele se estrutura e quais são as ferramentas utilizadas para que as frases, orações e períodos se interliguem e apresentem sentido. No que se refere ao texto literário buscamos esclarecer questões relacionadas a organização da tessitura narrativa, do enredo e de seus elementos.

Na composição dos planos de aula procuramos seguir uma linha de raciocínio que nos permita transmitir os conhecimentos necessários aos discentes de maneira que estes possam executar tal atividade de forma bem elaborada, de modo que obtenham bons resultados ao final de suas produções textuais.

PALAVRAS – CHAVE: Texto. Coesão. Coerência. Estrutura. Produção.

1. INTRODUÇÃO

A elaboração deste projeto de pesquisa surgiu a partir da necessidade de compreensão acerca da articulação das disciplinas de Estudos do Texto I e Estudos de Literatura – Narrativa I em meio a práticas de sala de aula. Para isso, nos embasamos na seguinte questão: Como transmitir aos alunos conhecimentos que os auxiliem na interpretação e na composição de textos literários, tornando-os habilitados a executar tal atividade?

Ao darmos início aos estudos, que permitiram a constituição do presente trabalho, nos deparamos com inúmeras possibilidades que nos levariam à transmissão de saberes, entretanto percebemos que seria de extrema importância mostrar aos alunos que a criação de textos não se limita apenas a uma boa escrita, mas sim ao modo como ela se estrutura dentro da sua progressividade. Então, passamos a procurar argumentos que constatassem nossa linha de raciocínio acerca da organização do texto e dos elementos que o tornam possível.

Tendo como principal objetivo construir um projeto que englobe assuntos que possibilitem a ampliação dos conhecimentos, não apenas dos alunos, mas também os nossos, nos munindo para os futuros desafios enquanto professoras capazes de  administrar e distribuir os saberes acerca dos estudos que envolvem o texto, para isso embasamo-nos nas pesquisas feitas durante todo o período de estudos das disciplinas de Estudos do Texto I e de Estudos de Literatura - Narrativa I.

Em suma, podemos constatar que nosso projeto se justifica na necessidade da evolução da compreensão dos estudantes acerca dos elementos que norteiam a produção e a interpretação  textual, tendo vista que muito, ainda, discute-se sobre as dificuldades que eles encontram ao depararem-se com tal atividade.

1. O QUE É TEXTO E COMO ELE SE ESTRUTURA?

 Ao escrevermos ou falarmos algo a partir de uma ação progressiva da junção de palavras, frases, orações e períodos, dotados de sentidos interpretáveis ou compreensíveis, estamos expressando a linguagem e permitindo a sua manifestação, a qual deve resultar de ideias organizadas e adequadas para que o conteúdo comunicacional se concretize. Deste modo damos forma a tessitura de ideias que exerce função comunicativa entre quem escreve ou fala e quem lê ou escuta, ou seja, elaboramos um texto. Segundo Nadia Studzinski (2019, pg. 2)^[2]:

[...] “a palavra “texto” deriva do termo latino textum e significa “tecido”. Ou seja, quando o autor escreve, ele tece ideias, com o uso da palavra. Ele também busca evitar falhas e desalinhamentos para que sua intenção de comunicação tenha sentido completo. Logo, o texto pode ter zero ou mais palavras, pois seu tamanho é variável. Ele pode ser oral ou escrito, verbal ou não verbal; pode ter linguagem culta ou coloquial; pode ser um símbolo ou uma imagem etc. Além disso, existem vários tipos de textos: literários, técnicos, oficiais, empresariais, jornalísticos, filosóficos, didáticos etc. Entretanto, em todos os tipos, deve-se apresentar um sentido completo para formar uma unidade clara. Tal unidade pode ser obtida com o uso de dois recursos textuais: clareza e concisão. Para além disso, existe uma estrutura básica comum a todos os tipos de texto. Ou seja, todo texto possui uma estrutura básica que o mantém organizado de forma que possa ser compreendido e imediatamente reconhecido como um texto. Essa estrutura está dividida em: introdução, desenvolvimento e conclusão.

Assim, podemos evidenciar que, quando um texto é escrito ou falado, é necessário tecer as ideias de modo que elas se estruturem e se ajustem, para que haja o  alcance das intenções de quem as transmite, como mencionado na citação da autora, apresentando um sentido completo capaz de ser compreendido através da sua organização estrutural, a qual auxiliará não apenas na elaboração do texto, mas também em sua interpretação.

No que diz respeito à estruturação básica textual, podemos constatar que se divide da seguinte forma: introdução, desenvolvimento e conclusão, como referido por Nadia Studzinski anteriormente. Por meio desta organização, obtêm-se condições de elaboração ordenada e coerente que possibilitam a identificação da apresentação do assunto que será abordado, a retomada do que já foi exposto e os detalhes do tema, bem como a finalização que tem como base as informações seguidas durante o desenvolvimento das explanações.  O que se confirma nas colocações a seguir:

A primeira parte do texto, a introdução, apresenta para o leitor o assunto que será abordado. [...] A segunda etapa da estrutura do texto é o desenvolvimento. Nele, o assunto que foi apresentado na introdução deve ser retomado e detalhado. [...] Por fim, a estrutura do texto termina com a conclusão. Após a exposição do ponto de vista, no desenvolvimento, que pode apresentar ponto e contraponto, o autor apresenta a conclusão do seu pensamento. (Linguística textual e ensino. Nadia Studzinski, 2019, pg. 4)