LENDO E APRENDENDO: O EXEMPLO DA BIBLIOTECA ATIVA DO CENTRO MUNICIPAL DE ENSINO DOM BOSCO
Por: Alexandre Rolim • 14/5/2019 • Artigo • 2.746 Palavras (11 Páginas) • 273 Visualizações
LENDO E APRENDENDO: O EXEMPLO DA BIBLIOTECA ATIVA DO CENTRO MUNICIPAL DE ENSINO DOM BOSCO[1]
Alexandre Marcos Rolim de Morais²
Elissama Teodoro Galeazzi³
RESUMO
Este artigo foi desenvolvido a partir de argumentos coletados após trabalho efetivado com o objetivo de pesquisar o funcionamento da biblioteca do Centro Municipal de Ensino Dom Bosco, da rede pública de Tangará da Serra, analisar o desenvolvimento de atividades e projetos que estimulem a leitura e o aprendizado através dos livros didáticos, literários e de pesquisa. A meta deste trabalho foi averiguar in loco os pontos positivos e negativos da biblioteca, seu acervo, a utilização do espaço pelos estudantes e professores, o desenvolvimento de projetos de leitura e a aceitação dos discentes. Também foi examinada a estrutura física da escola, seu corpo administrativo e sua inserção social na comunidade onde está inserida.
Palavras-chave: Biblioteca, leitura, livro, escola, aluno.
LENDO E APRENDENDO: O EXEMPLO DA BIBLIOTECA ATIVA DO CENTRO MUNICIPAL DE ENSINO DOM BOSCO
A palavra biblioteca é originária do grego bibliotheke, que chegou até nós através da palavra em latim bibliotheca, derivada dos radicais gregos biblio e teca que, respectivamente significam livro e coleção ou depósito. Enfim, etimologicamente, significa depósito de livros (CUNHA, 1997).
No entanto, no sentido contemporâneo, como salienta Souza (2005), a palavra biblioteca não deve apenas se referir a depósito de livros, mas sim a toda e qualquer compilação de dados registrados em diversos suportes, seja em meio físico, eletrônico, digital ou virtual. Além disso, caso o acervo esteja em meio eletrônico ou virtual, o conceito se amplia e o acesso ao seu acervo e serviços pode ser universal.
Para Silva (2010), a biblioteca não é apenas um amontoado de livros, sim um ambiente organizado que proporciona às pessoas a possibilidade de estudo, pesquisa, conhecimento. Em seu entendimento, um conjunto de livros amontoados numa estante não é uma biblioteca, mas sim um espaço organizado, constituído por vários tipos de documentos, um local de silêncio e respeito onde as pessoas podem estudar, ler e requisitar documentos diferentes.
Diante das afirmativas de Cunha (1997), Souza (2005) e Silva (2010) procuramos, após o desafio lançado pelo professor Sérgio Both, da disciplina de Sociologia do Curso de Letras da Unemat de Tangará da Serra, conhecer como é tratada a biblioteca do Centro Municipal de Ensino Dom Bosco, situada na Avenida Ismael José do Nascimento, 2175-W, Jardim Tangará II, em Tangará da Serra.
Nosso desafio foi, acima de tudo, responder a alguns questionamentos: Seria a biblioteca da escola em epígrafe um depósito de livros? Seria ela um local acessível, confortável e com acervo diversificado de livros? Era esse acervo utilizado pelos alunos e professores ou permaneciam amontoados, sem uso, tratados como objetos sem muita utilidade?
Utilizamos métodos simples de pesquisa, questionário, dois aparelhos de celular com câmeras e um notebook para fazer a edição de imagens e vídeos. Em duas visitas a instituição de ensino concluímos o trabalho apresentado a seguir.
Caminhos percorridos no encalço da biblioteca ativa
A proposta de desenvolver um trabalho mostrando o funcionamento das bibliotecas das escolas públicas foi apresentada em sala de aula como atividade avaliativa da disciplina de Sociologia. O professor Sérgio José Both deu aos acadêmicos a liberdade de dividir os grupos e escolher as escolas que teriam suas bibliotecas visitadas, filmadas, observadas e, posteriormente, avaliadas, descritas e apresentadas em sala de aula.
Escolhemos a biblioteca do Centro Municipal de Ensino Dom Bosco, levando em consideração alguns elementos: primeiro, tínhamos a informação de que a instituição desenvolve um trabalho voltado ao livro e a leitura; segundo, a escola atende estudantes de uma região carente de Tangará da Serra que engloba bairros novos construídos pelo programa “Minha Casa Minha Vida”, do Governo Federal; terceiro, há no quadro de servidores da escola duas escritoras, sendo a diretora da instituição Carla Regina Eidt e a coordenadora Iolanda do Nascimento Garcia; quarto, a escola é acessível e se mostra aberta para a pesquisa; e quinto, nosso objetivo é mostrar um exemplo positivo de biblioteca, ou seja, mostrar que é possível as escolas terem bibliotecas acessíveis, com projetos que auxiliem no desenvolvimento dos alunos.
Munidos de informações básicas sobre o que é e como funciona uma biblioteca, nos deslocamos até a instituição para uma primeira visita. Fomos recepcionados pelas coordenadoras, professoras Noeli Terezinha Lazarotto Cazarin e Iolanda do Nascimento Garcia que atenderam prontamente nossa solicitação e deixaram a escola de portas abertas para a realização do trabalho, fazendo-nos apenas uma exigência, que agíssemos rápido, pois havia uma possibilidade de greve na educação municipal. Nessa primeira visita, a coordenadora Iolanda nos relatou que há grande preocupação em dar funcionalidade à biblioteca, referindo-se a utilização de livros literários e não-literários em sala de aula e o desenvolvimento de projetos com o objetivo de incitar, provocar os alunos à leitura.
Diante disso, começamos a nos preparar para a parte prática da ação, realizamos uma pesquisa minuciosa sobre o conceito de biblioteca, sobre a história da escola que iríamos visitar, sua localização e participação social na comunidade onde está inserida, bem como a situação da instituição em relação ao Índice de Desenvolvimento da Educação (IDEB 2015). Criamos um questionário com cinco perguntas que seriam feitas para coordenador ou diretor, cinco perguntas que seriam feitas a um professor, outras cinco perguntas para alunos, bem como cinco questões para um dos vigias que compõem o corpo de servidores da escola. Com o material em mãos, retornamos a escola para a realização do trabalho prático.
Resultados e discussões
Retornamos à escola dois dias depois com câmeras digitais para fotografia e vídeo, um questionário composto por cinco questões e um gravador de voz para as possíveis entrevistas. Desta vez, fomos recepcionados também pela diretora da escola, a professora Carla Regina Eidt, acompanhada das coordenadoras, que nos apresentaram a estrutura administrativa da instituição, as salas de aula e a biblioteca, que naquele primeiro momento estava vazia e sem nenhum responsável, uma vez que a bibliotecária estava de licença por problemas de saúde. A coordenadora Noeli passou a explanar sobre o funcionamento da biblioteca, a visitação e a utilização dos livros por docentes e discentes, empréstimos, projetos desenvolvidos e carências e demandas. Na imagem abaixo, um pouco do que encontramos na biblioteca no momento seguinte. A biblioteca, que parecia um amontoado, um depósito de livros, ganhou vida:
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