EDUCAÇÃO NA PRÉ-ESCOLA: PRÁTICAS DOCENTES E O ENSINO DAS LINGUAGENS NO CENTRO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL
Por: flaviani123 • 29/3/2016 • Artigo • 2.413 Palavras (10 Páginas) • 496 Visualizações
EDUCAÇÃO NA PRÉ-ESCOLA: PRÁTICAS DOCENTES E O ENSINO DAS LINGUAGENS NO CENTRO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL "MARÍLIA REZENDE SCARTON COUTINHO"
Flaviani Felipe Lopes
Patrícia Selvatici Pianca
Acadêmicas do Curso de Pedagogia
FAACZ- Faculdade Integradas de Aracruz
INTRODUÇÃO
O Estágio torna-se muito importante durante o processo de formação profissional, uma vez que consideramos como um treinamento que possibilita-nos vivenciar/observar o ambiente que futuramente será nosso local de trabalho.
Logo, a observação da atuação de outros profissionais na rotina do âmbito escolar, nos permite aprender a exercer a profissão de educadores nesse contexto e possibilita-nos também, refletir a respeito das metodologias adotadas por alguns profissionais da área educacional.
A construção do presente artigo é de grande valia, pois é uma forma de sermos avaliadas através de nossas experiências. Para o desenvolvimento deste artigo foram necessárias trinta e seis horas de Estágio, divididos entre reuniões com o corpo pedagógico da escola e observações realizadas em sala de aula com alunos de pré-escola, com idade entre três e cinco anos. Foram feitas anotações das aulas assistidas e em alguns momentos tivemos oportunidade de conversas informais com algumas professoras.
A etapa de observação do estagio transcorreu no período de seis a vinte e quatro de abril de 2015, com duração de três horas diárias. Nosso objetivo foi observar as práticas docentes desenvolvidas com o grupo IV B do Centro Municipal de Educação Infantil "Marília Rezende Scarton Coutinho", escola situada na Rua Dez, do bairro Jequitibá na cidade de Aracruz-ES.
Portanto, este artigo tem como intenção, documentar uma experiência no período de observação de Estágio, em que se vivenciou na prática, tudo que foi estudado em forma de textos e em teorias durante a disciplina de Estágio Supervisionado. Consideramos ainda, que nenhum lugar seria melhor que o do contexto dinâmico da sala de aula, para que pudéssemos vislumbrar as relações entre professoras-alunos, a afetividade no processo de ensino-aprendizagem e como são as metodologias/ linguagens utilizadas pelas docentes para despertar nas crianças uma aprendizagem significativa.
O AMBIENTE EDUCADOR
Durante o processo de observação da docência, notou-se que as professoras seguem uma mesma dinâmica com o grupo acompanhado.
Ao dar início as aulas, todas as professoras fazem a acolhida, oração, chamada e roda de conversa. Ao retornar para sala de aula, depois de virem do parque, comumente elas levam as crianças para realizar a higienização e ao final é feita a organização da sala.
Apesar da rotina as quais as docentes seguem ao encontrar com os alunos, podemos observar que as aulas aconteceram em três espaços distintos (na sala de aula, no espaço externo da escola e na sala de vídeo).
A sala de aula é decorada com colagens. Alguns desenhos foram feitos pelas professoras (a maioria em material de EVA) e foram fixados nas paredes, algumas pinturas e desenhos feitos pelas crianças estão fixados às paredes e alguns em varais.
Sobre as exposições dos trabalhos feitos pelas crianças, nos espaços físicos da escola, Ostetto (2011) diz que:
“Os espaços não são simples arranjos físicos, mas também conceituais, constituem-se em campos semânticos nos quais e com os quais aqueles que o habitam estabelecem determinados tipos de relações, emoções, atitudes. Como qualquer outra linguagem, o espaço é um elemento constitutivo do pensamento e, portanto, converte-se em ação pedagógica indireta à qual requer atenção [...]. Cabe aos educadores refletir sobre seus “modos de ver” e seus “gostos” que direcionam suas escolhas sobre o que colocar ou não nas paredes. Outro aspecto a ser destacado é sobre certa uniformização nos modos de expor as produções das crianças. Por que tanto painel com babados de papel crepom ao redor? Por que folhas de desenhos e pinturas soltas, afixadas à parede? Por que não vemos tridimensionais, pendurados no teto ou outros suportes que não o papel, a cartolina, o EVA?” (OSTETTO, 2011, p. 08, 09).
Entende-se que é preciso incentivar as produções e as formas visuais, estar em constante renovação, mudando os desenhos e suas formas, trazendo para a criança o contexto social real, como por exemplo, o que ela vê no caminho de casa para a escola. Além disso, a autora diz que é importante considerar os desenhos feitos pelos pequenos, não somente dar nomes “palavras soltas” definindo os seus desenhos, mas sim colocar atrás do seu desenho, uma história criada por ela, que explique seus traços.
Para ela, é preciso incentivar muito o desenhar,
“Para aprender a desenhar, é preciso desenhar muito, sempre! A constância no fazer é que vai consolidar novas aquisições nas formas da produção gráfica. Com diferentes materiais, em diferentes suportes, com tamanhos diversos. A cada material, tamanho de papel, por exemplo, será acionada uma nova experiência, colocando novas perguntas, propostas de exploração, busca de respostas e soluções para essa produção” (OSTETTO, 2011, p. 12).
Perceber que o ambiente escolar é um lugar de complexas formas de linguagens e que elas são utilizadas o tempo inteiro por docentes e discentes. Assim, confirmamos as palavras de Garanhani e Nadolny (2011), que dizem que a escola de tenra idade, ao propor diversas atividades é capaz de realizar a "mediação entre a criança e o conhecimento culturalmente desenvolvido" através de/e com "diferentes formas de linguagens: oral, corporal, musical, gráfico-pictórica e plástica".
No entanto, apesar de múltiplas formas de linguagens serem desenvolvidas na escola, Costa (2007), aponta que a roda de conversa é um momento comum e muito praticado à rotina de diversas instituições de Educação Infantil.
Nesse sentido, autores estudados, concordam e citam que este tem sido hoje um dos principais meios que norteiam a organização do trabalho pedagógico e o desenvolvimento das crianças nas escolas. É também de comum acordo que, a oralidade está interligada com outras formas de comunicação e vice-versa, fazendo com que uma determinada forma de comunicação auxilie no desenvolvimento de outros tipos de linguagens.
Sendo assim, Garanhani e Nadolny (2011), afirmam que os diferentes tipos de linguagem desenvolvidos nesse ambiente "são elementos articuladores que favorecem o desenvolvimento infantil e a apropriação de conhecimentos." Tornando o professor em educador mediador dos pequerruchos com o mundo.
Deste modo, entende-se que, quanto mais preparado o professor for, quanto mais amplo for o seu entendimento sobre essas formas de linguagens e como se apropriar delas para um melhor ensino de qualidade, mais satisfatórios serão os resultados obtidos pelos mesmos.
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