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Moradores em situação de rua, jornal BOCA DE RUA.

Por:   •  23/10/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.478 Palavras (6 Páginas)  •  271 Visualizações

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BOCA DE RUA

Rafael Silva Bandeira

Professora: Paula Sinatora das Neves

Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Bacharel Serviço Social (SES 0207)

03/06/2017

RESUMO

O presente artigo tem por objetivo central, apresentar a realidade do mundo de moradores de rua,inseridos em um projeto de cunho social, a informação atual sobre o desenvolvimento do jornal BOCA DE RUA, construído por pessoas em situação de rua e colaboradores, bem como o papel do serviço social na prevenção e resolução desta problemática. Utilizou-se o método de pesquisa bibliográfica, documental.

Palavras – chaves: Moradores em situação de rua, jornal BOCA DE RUA.

1 INTRODUÇÃO

           

Vivemos em uma sociedade capitalista e preconceituosa  que se preucupa mais em ter ao invés de ser e construir uma sociedade justa e igualitária, as questões sociais além de múltiplas, são inerentes a todas as nações, variando apenas em sua intensidade. É nesse cenário que encontramos a  pobreza e miséria, bem como pessoas em situação de rua, como uma das maiores mazelas da sociedade capitalista contemporânea. É atualmente um dos setores que mais sofre com o preconceito de nossa sociedade.

As pessoas moradoras de rua vivem em situação de violações de direitos humanos.

O presente artigo busca apresentar a temática do jornal BOCA DE RUA e de que forma este se apresenta e mesmo é visto em nossa sociedade atual contemporânea.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 BREVE HISTÓRICO E CONCEITUAÇÃO SOBRE BOCA DE RUA.

O jornal BOCA DE RUA, é único no mundo com sua forma totalmente integrada de trabalho da construção a venda dos exemplares, o jornal já circula a16 anos e sempre abordou a problemática de moradores em situação de rua e os dilemas acometidos desta situação, bem como os riscos e formas de melhoria para população de rua, o jornal também apresenta projetos paralelos como o BOQUINHA que trata da abordagem com as crianças.

O Boca começou desconhecido e hoje passou a ser bem recebido em qualquer parte. Somos convidados para falar até na Universidade e a participar de vários encontros (ver matérias página 10 e 11). Isso acontece porque ele funciona completamente diferente dos outros, até mesmo dos que são vendidos por moradores de rua no resto do mundo. Em toda a International Network Street Papers (INSP)- que tem mais de 120 publicações em 24 idiomas e 40 países- é o único totalmente feito por nós. Isso é muito importante. Não se pode plantar uma laranjeira e colher limão. Ninguém melhor do que nós para falar sobre a vida na rua. Nós somos as laranjas, outra pessoa falando sobre o assunto seria o limão na laranjeira. É parecido, mas não é igual. A gente vive o que diz. Sente que o diz. É um jornal vivido. Aqui não é aquela história de Profissão-repórter. É Repórter-profissão. (BOCA DE RUA SITE).

O jornal traz a realidade vivenciada pelos moradores de rua, mas também se pode perceber na leitura das matérias e mesmo na venda direta que os mesmos fazem, o orgulho em produzirem as suas histórias e de assim obterem uma forma de expressão politica social para mudarem essas realidades dificultosas.

Um jornal fala e por isso o nosso tem até o nome de Boca. Mas também escuta o povo da rua, escuta outros movimentos. As pessoas também nos escutam quando compram nosso jornal, a universidade nos escuta quando nos chama para falar do nosso trabalho. O outro lado da cidade nos vê porque nos escuta e nos lê. Ver, falar e escutar. É assim que a comunicação é feita. (BOCA DE RUA SITE).

Todos os textos impressos no jornal são construídos pelos moradores em situação de rua que veem nesta construção uma forma de serem ouvidos e vistos.

2.2 SITUAÇÃO ATUAL, DO BOCA DE RUA.

O BOCA DE RUA vem trabalhando a 16 anos com a população de rua, articulando seus encontros em praças públicas e desempenhando a construção deste trabalho, que hoje já se faz reconhecido mundialmente e respeitado entre o meio acadêmico.

As primeiras reuniões aconteceram na Praça do Cachorrinho, em frente ao colégio Rosário, depois o Boca se mudou para a Redenção, onde nasceu o Boquinha, nosso filho, que acolhe as crianças e adolescentes filhos ou parentes de moradores de rua. Hoje todas vivem em casa e estão no colégio.(BOCA DE RUA).

O trabalho se deparou com a realidade das crianças filhos de moradores de rua e buscou junto dos participantes articular com as redes familiares, criando assim o mais um projeto o CORUJAS.

A coluna Corujas e Companhia é produzida pelos responsáveis pelas crianças do Boquinha. O textos são produzidos durante as reuniões mensais que reúnem mães, pais e avós. Nesse encontro as conversas sobre os filhos e netos acontecem com naturalidade e todos pensam juntos, trocam experiências e aconselham uns aos outros. As reflexões são a base dos textos publicados.(BOCA DE RUA).

 

Conforme vamos conhecendo o jornal, podemos perceber a grandeza da abordagem feita, e as mudanças que este movimento causa aos participantes.

2.3 O PAPEL DO SERVIÇO SOCIAL AOS USUÁRIOS EM SITUAÇÃO DE RUA.

A profissão de assistente social pode ser considerada jovem, e mesmo assim tem passado por diversas transformações, visando sempre desfazer os vínculos com o assistencialismo religioso.

Não se pode pensar em uma sociedade justa para todos, sem resolver a problemática  dos moradores de rua. Portando a participação do serviço social na definição de estratégias políticas que possibilitem a superação desta situação se faz imprescindível.

Existem três tipos de políticas que devem ser consideradas quando se trata de situação de rua: políticas econômicas, políticas de saúde e políticas de enfrentamento as desigualdades sociais. A última só terá algum efeito se as outras duas estiverem em harmonia, fortalecendo pessoas e seus vínculos afetivos familiares, ampliando suas oportunidades e perspectivas de acesso aos seus direitos e tendo uma escolha real de futuro digno.

Os integrantes do Boca de Rua já produziram duas exposições fotográficas: Faces da rua e As duas faces da rua. A primeira retrata cenas cotidianas da população de rua e a segunda mostra os dois lados da cidade, aquele onde vive a população rica e a outra, onde habitam os sem-teto. (BOCA DE RUA).

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