O Malinowski e o Método Etnográfico
Por: artfixy • 2/5/2022 • Trabalho acadêmico • 727 Palavras (3 Páginas) • 227 Visualizações
Malinowski e o método etnográfico
Considerado um funcionalista e inserido na tradição antropológica britânica, é o fundador da pesquisa de campo em antropologia. Tal método é baseado na aprendizagem da linguagem nativa e na observação participante por parte do pesquisador, sendo a imersão e convivência do antropólogo em determinada sociedade durante longos períodos, se utilizando de relatos detalhados, descrições exatas,
além de ser necessária a distinção de declaração dos nativos acerca de sua atividade e ações e a interferência do antropólogo, de acordo com sua própria intuição e investigação, investigação essa com uma aplicação sistemática e com regras de princípios rigorosos: objetivos genuinamente científicos, a vida entre os nativos sem a dependência de outros brancos e a aplicação de métodos especiais de coleta, manipulação e registro. Ainda, era fundamental que a cultura fosse analisada em sua totalidade. Esse modo de etnografia se contrapõe a antropologia de gabinete utilizada pelos evolucionistas.
Para a compreensão das questões culturais em determinadas sociedades, seguindo a linha de importância imposta pelo método de observação participante, Malinowski desenvolve o método em pesquisa pelas Ilhas Trobriand. Em Os argonautas do Pacífico Ocidental se dedica a estudar o Kula.
O Kula
É um circuito de trocas que integra as ilhas componentes do arquipélago das Ilhas Trobriand. Uma espécie de instituição social total, em que são abarcados aspectos econômicos quando se trata de trocas e comércios, aspectos religiosos quando se trata de magia, aspectos variados na medida em que várias situações ocorrem nesse sistema.
Dois artigos são fundamentais no Kula, sendo os braceletes de conchas brancas e os colares de conchas vermelhas, para os nativos Mwali e Soulava. São a principal base do circuito de troca do Kula.
Sobre o Kula, Malinowski (1988, p. 75) menciona que:
“O Kula é uma forma de troca e tem caráter intertribal bastante amplo; é
praticado por comunidades localizadas num extenso círculo de ilhas que
formam um circuito fechado. Esse circuito aparece no mapa V, representado
pelas linhas que unem uma ilha à outra ao norte e ao leste do extremo oriental
da Nova Guiné. Ao longo dessa rota artigos de dois tipos - e somente desses
dois - viajam constantemente em direções opostas. No sentido horário
movimentam-se os longos colares feitos de conchas vermelhas, chamados
soulava. No sentido oposto, movem-se os braceletes feitos de conchas
brancas, chamados mwali. Cada um desses artigos, viajando em seu próprio
sentido no circuito fechado, encontra-se no caminho com os artigos da classe
oposta e é constantemente trocado por eles. Cada movimento dos artigos do
Kula, cada detalhe das transações é fixado e regulado por uma série de regras
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