Os Três Aspectos da Autoridade Legítima
Por: Roberto Moreira • 17/6/2022 • Resenha • 530 Palavras (3 Páginas) • 197 Visualizações
Na intenção de aprofundar o entendimento sobre as relações formadoras das diversas estruturas de poder nas sociedades, na obra Os Três Aspectos da Autoridade Legítima, Max Weber estabelece as três bases inequívocas em que a crença na autoridade legítima encontra seus pilares.
Para dar início à discussão Weber então define autoridade, que segundo ele "significa a probabilidade de que um comando ou ordem específica seja obedecido”. A obediência à autoridade tem como base diversos motivos, como um simples cálculo de conveniência, por hábito ou por afeição à autoridade. Dessa forma, ao longo do texto, Weber se propõe a estabelecer, a partir da sua metodologia de análise em tipos ideais, os três tipos de autoridade legítimas dentro das estruturas de poder.
A autoridade legal se baseia nas leis e encontra nas burocracias seu terreno mais fértil para ser utilizada e dotada de grande legitimidade. Nesse tipo de autoridade os indivíduos envolvidos, sejam os que obedecem e aqueles investidos de autoridade, obedecem a um conjunto regras a não a alguém pessoalmente. A legitimidade desse tipo, portanto, está guardada na promulgação dessas regras e não nos indivíduos. Dessa forma, um funcionário típico é um especialista técnico, que recebe um salário fixo e tem direito à aposentadoria, que deve ser impessoal no trabalho, ao não permitir que questões pessoais influenciem sua conduta, seguindo regras racionais com estrita formalidade.
A autoridade tradicional, por sua vez, se baseia na crença de que a ordem social estabelecida, entre “senhores” aqueles que mandam e “súditos” aqueles que obedecem, possui caráter de santidade e definida há tempos. Dessa forma, todos obedecem em devoção ao senhor, que enquanto consagrado pela tradição, domina a seu bel-prazer, de forma pessoal. Portanto, nas estruturas que a autoridade tradicional domina, a racionalidade não é um critério de organização presente, de modo que o corpo social é composto por relações pessoais de dependência, onde o critério de competência para seleção não existe. Como consequência, o corpo social é controlado pela lealdade ao senhor e suas vontades, e não às obrigações do cargo, como nas estruturas burocráticas.
A autoridade carismática é marcada por uma devoção afetiva a um líder e seus feitos. Devido a suas qualidades fora do comum, e não por conta de sua posição/cargo ou por tradição, enquanto os indivíduos reconhecerem tais qualidades, ele será obedecido. Nesse sentido, seleciona-se o copo administrativo levando em conta unicamente o grau de devoção ao líder. Essa autoridade baseia-se na “fé” no líder, e para ele é indispensável que se tenha “fé”nele, passível de punição caso não a tenha.
A importância dessa construção de conhecimento sobre a natureza da autoridade reside no fato de que esse entendimento nos permite analisar as estruturas de poder da sociedade. Com os conceitos gestados por Weber, somos capazes de caracterizar as diversas organizações e instituições quanto às suas formas de autoridade. Deve-se sempre lembrar que as distinções produzidas por Weber tratam-se de tipos ideais, por tanto nunca às encontramos de forma pura e única na realidade, de modo que as dinâmicas do Estado brasileiro, por exemplo, seja marcado, principalmente, pela autoridade legal, quando observa sua estrutura burocrática robusta,
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