Pós-modernidade, Globalização e Transformações Nos Aspectos de Leitura do Brasileiro

Pós-modernidade, globalização e transformações nos aspectos de leitura do brasileiro.

Vivemos uma crise no mercado editorial brasileiro com a nítida percepção que uma grande parcela dos livros físicos vem sendo substituídos pelos modelos digitais, tanto para leitura como também escuta dos textos em audiolivros e podcasts acessados em telas de computadores, celulares e outros aparatos tecnológicos.

De acordo com Hall,

Quanto mais a vida social se torna mediada pelo mercado global de estilos, lugares e imagens, pelas viagens internacionais, pelas imagens da mídia e pelos sistemas de comunicação globalmente interligados, mais as identidades se tornam desvinculadas – desalojadas – de tempos, lugares, histórias e tradições específicas e parecem, flutuar livremente (HALL, 2006, p. 75 apud VALENCIANO; AGUIAR, 2020, p. 121).

Tem-se na pós-modernidade uma necessidade constante de obter informações de forma dinâmica, automática e o meio virtual é uma maneira fácil de suprir esta busca, ainda que sob que uma enfoque consumista. O leitor pós-moderno pode ser aquele caracterizado pela busca do provisório, efêmero e incerto, sem uma identidade fixa, essencial ou permanente.

Por outro lado, a mudança de hábitos de leitura, percebida especialmente no público jovem, migrando para um ambiente visual em que há interatividade constante e automática, é um aspecto da sociedade pós-moderna mas não quer dizer, necessariamente, uma alteração na prática da leitura pré-existente. É preciso estar atento ao fato de que estamos analisando um público que pode gostar não necessariamente da leitura, mas sim do meio utilizado, afinal, o suporte utilizado não é empecilho para aquele que gosta e tem hábito de ler.

A contemporaneidade solicita novos modos de pensar e problematizar a leitura e as questões referentes à cultura e à educação devem ser atualizadas de modo constante. É preciso evitar o comodismo e atualizar-se sempre quanto ao desenvolvimento de novas tecnologias, não para ser dominado por elas, mas para saber usá-las vinculando o saber tecnológico com o saber científico.

A prática de leitura de livros, sejam físicos ou virtuais, precisa ser fomentada e o professor tem papel fundamental neste fomento.

REFERÊNCIAS

VALENCIANO, Tiago; AGUIAR, Gilson Costa de. Fundamentos Sociológicos e Antropológicos da Educação. Centro Universitário de Maringá. Núcleo de Educação à Distância. Maringá - PR: UniCesumar, 2020.