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Passagens da Antiguidade ao Feudalismo

Por:   •  4/6/2015  •  Relatório de pesquisa  •  1.836 Palavras (8 Páginas)  •  391 Visualizações

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Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB

Departamento de História - DH

Disciplina: Medieval II

Docente: Rita de Cássia

Discente: Bruno Almeida Reis

Resumo do texto

ANDERSON, Perry. Passagens da Antiguidade ao feudalismo. São Paulo: Brasiliense, 1987.

Cerca do ano mil apareceu o que se chama a feudalidade clássica. Mas se para uns se trata duma segunda feudalidade, para outros se trata apenas da primeira que o Ocidente conheceu. A sua delimitação cronológica, os diversos aspectos de que se iria revestir, colocam inúmeros problemas.

 A primeira idade feudal vai dos anos mil aos anos 1160, período conhecido como o tempo dos alcaides independentes. Em muitas regiões da França o poder do duque ou do conde entra em declínio. Deixa de haver exercício da autoridade pública e possuem apenas poder na medida de seu patrimônio.

O poder do conde (comitatus) mede-se pelo número de vastos senhorios rurais e dos vassalos que um aristocrata possui. Entre os poderosos que são condes e os que não são a diferença diminui: são todos alcaides.

O senhorio castelão tem direitos sobre a posse do castelo. À volta da fortaleza agrupa-se a pequena companhia de vassalos do alcaide. O senhorio rural sobrepõe-se ao senhorio banal (o castelão): em troca de proteção do castelo, os camponeses obrigam-se a entregar, ao detentor do bannum, dinheiro, mercadorias e trabalho.

A segunda idade feudal situada no período compreendido entre 1160 e 1240, foi marcada pela passagem da castelania ao principado e à monarquia feudal. A terra não é mais a única fonte de riqueza e poder, no entanto ela permanece como a principal fonte. As novas necessidades correspondem a novos recursos através duma comercialização de produtos agrícolas.

A hierarquização da sociedade feudal inicialmente beneficia os grandes senhores, condes e duques, que determinam obrigações aos alcaides. Com isso é possível identificar a pirâmide feudal. Passa a haver grande distinção entre dois grupos: a plebe nobiliárquica e a nobreza rica.

Essa periodização não se aplica a todo o Ocidente, tão dividido. Nem no espaço, nem no tempo a evolução foi completamente uniforme.

Reconstrução dos poderes de baixo para cima

A sociedade feudal clássica foi fortemente hierarquizada. Uma das interpretações da teoria das ordines inspirava-se na realidade social distinguia os que rezam (oratores), os que combatem (bellatores) e os camponeses (agricultores). Os serviços prestados por uma permitem os trabalhos das outras duas. Imaginava-se que estas ordens haviam sido determinadas por Deus desde a Criação e para toda a vida da Cidade terrestre. Não havia, pois espaço, nesta teoria para evolução e cada um deveria continuar prestando seus serviços indefinidamente

Os grupos sociais dominantes; os cavaleiros

Miles não é sinônimo de livre porque não se qualificam assim os homens livres sem vocação militar. O conjunto dos milites forma uma militia terrestre, oposta à militia divina, formada pela ordem dos clérigos.

Os problemas da cavalaria permanecem dos mais controversos e suscitam novos trabalhos. O problema central reside na delimitação desse grupo social. há cavaleiros que podem ser proprietários alodiais, e os seus senhorios são em numero e tamanho muito variáveis (e assim será cada vez mais graças ao jogo das heranças e das compras). O gênero da vida militar parece o melhor critério, mas isso será menos válido a partir do século XIII, mais ou menos a altura em que os cavaleiros se terão tornado funcionários de reis ou de príncipes, do que nos dois séculos precedentes. Terá havido uma barreira jurídica e uma barreira social.

No século XIII, de resto, e um pouco por toda a parte, a reconstituição dos estados, ia modificar os privilégios nobiliárquicos ou cavalheirescos. A partir de então e por muito tempo, ser nobre significa escapar ao fisco. Daí a obrigação, para o príncipe, de controlar a pertença dos indivíduos: os critérios serão em geral duplos fundados no sangue pela obrigação de ter um antepassado cavaleiro. Agora a nobreza tinha que ser comprovada. Somente eram cavaleiros os descendentes de cavaleiros.

Pesquisas de E. Perroy apontaram que as linhagens de cavaleiros extinguiram-se em grande número e num lapso de tempo relativamente curto. Entretanto, não completamente. Fora constatado por G. Duby uma surpreendente permanência de diversas famílias de cavaleiros no Mâconnais dos séculos XI e XII.

A extinção das antigas linhagens foi completamente e largamente compensada pela entrada de novas famílias enobrecidas pelas suas alianças, as suas funções ou a sua fortuna. Esta pequena elite foi aberta aos que eram ricos, aos que tinham possibilidade de comprar armas e cavalos, de se treinarem a maior parte do tempo e de entregar aos respectivos administradores a direção de seus domínios. Muitos milites do século XII descendentes de aventureiros afortunados ou de camponeses enriquecidos à força de economias. Tais homens, com efeito, tinham o mesmo genero de vida que os cavaleiros, a mesma vida militar e recursos fundiários equivalentes. A melhor prova disso encontra-se sem dúvida na literatura do século XII, em que nos são apresentados muitos cavaleiros profissionais vendendo seus serviços a grandes senhores, e em que não são raros, destes últimos, os que procuram apoio de mercenários, homens novos vindos por vezes de muito longe.

Todavia, durante a primeira idade feudal, estes homens novos não encontraram por toda a parte as mesmas facilidades. Era necessário encontrar um senhor suficientemente rico capaz de talhar nas suas propriedades um novo feudo para conceder ao seu novo vassalo.

Ao longo da segunda idade feudal, em contrapartida, este estrato, sem nunca se fechar completamente, tendeu em geram a se tornar muito menos receptivo a elementos novos. Isso porque se quis considerar que apenas eram cavaleiros os descendentes de cavaleiros, entretanto não queria dizer que nenhum homem novo poderia se infiltrar nele. E as antigas linhagens cavaleirescas, empobrecidas freqüentemente pelas cruzadas e pelas guerras do século XIII, viam com desprazer estes recém-chegados. Se a cavalaria-nobreza não se fechou completamente, é certo que não fez mais do que entreabrir-se em virtude das suas dificuldades materiais, ou , pelo menos, das dificuldades econômicas de alguns dos seus representantes, dado que não houve um marasmo generalizado das fortunas nobiliárquicas.

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