RESUMO O SUICÍDIO DURKHEIM
Por: annecarolineadv • 29/8/2016 • Resenha • 2.700 Palavras (11 Páginas) • 5.933 Visualizações
O SUICÍDIO – ÉMILE DURKHEIM – PUBLICADO EM 1897
PREFÁCIO E 1º CAPÍTULO
PREFÁCIO – O Suicídio, ou a possibilidade da sociologia.
- A primeira aula de sociologia
O prefácio é subscrito pelo Professor da UnB, Carlos Henrique Cardim.
Trata-se de um livro fundamental à Sociologia, pois é um obra de um trabalhador incansável na busca de um ideal científico e moral.
Menciona que seu professor, Seymour Martin Lipset dizia que sempre utilizava O Suicídio na primeira aula no curso, pois é uma obra que instiga a pesquisar a sociologia.
Durkheim demonstrava cabalmente a necessidade e a possibilidade da sociologia, além de apresentar do conceito de anomia.
- Síntese de biografia de Durkheim
Francês, 1858-1917 (morreu com 59 anos). Família judia, com pai rabino de prestígio. Estudou na escola de normal e seguiu cursos de E. Boutroux e de Fustel de Coulanges, período em que se familiarizou com Saint-Simon, Comte e Renouvier, possíveis percussores da sociologia pois já discutiam questões sociais, mas numa perspectiva mais filosófica, ou seja, no plano das ideias, ao passo em que para Durkheim a sociologia enquanto ciência tinha de se ocupar com fatos, este seria seu objeto.
Nesse caminho rumo à ciência ele estabeleceu seu método (Regras do Método Sociológico – 1895).
Pode-se dizer que suas maiores contribuições foram:
- A criação da revista L'Année Sociologique (pronúncia: Lamé Sociologique);
- A criação de método;
- A luta pela autonomia da sociologia enquanto disciplina/curso;
Abalou-se profundamente com a Grande Guerra (1914-18). Morreu de ataque cardíaco em 15 de novembro de 1917.
- O suicídio e a possibilidade da sociologia
Publicada em 1897 com a motivação não apenas de estudar o fenômeno social, mas também comprovar a viabilidade de uma ciência social. Ele dizia que “uma ciência avança quando se descobrem leis que até aquele momento se ignoravam, ou ao menos, quando novos fatos, ainda sem se chegar a uma solução que pode considerar-se definitiva, vêm a modificar o modo de se colocarem os problemas”.
Nesse contexto ao estudar o suicídio tentou demonstrar, cientificamente com dados, que sobre eles pode haver uma determinação social, externa ao indivíduo. Desse modo demonstrava a viabilidade da sociologia como ciência e sua necessidade para uma melhor compreensão das diferentes manifestações da vida em sociedade.
Com O Suicídio se observa que naquele que é o mais privado ato de um indivíduo há a presença da sociedade a que pertence, demonstra-se a possibilidade e necessidade da sociologia.
- A obra O Suicídio
Por que o Suicídio? Aplicação dos princípio das regras do método sociológico.
O estudo do tema suicídio, que seria a ruptura de laços sociais, alinhava-se diretamente com a pergunta fundamental das indagações sociológicas de Durkheim: quais são os laços sociais que unem os indivíduos entre si? Para melhor compreender a solidariedade há que se estudar o seu oposto: a quebra total de vínculos. Theodule Ribot (Pronúncia: TEODOLE RIBO): explicar o patológico ajuda a explicar o normal.
Duas possíveis motivações dele: a tradição dos autores europeus e o suicídio de seu grande amigo Victor Honmay (Pronúncia: VICTOR RONÉ).
Defendia que sociólogos têm que focar a atenção em grupos claramente definidos de fatos sociais e formular hipóteses específicas, empiricamente comprováveis.
A principal hipótese que Durkheim demonstra em O Suicídio é a de que a soma total de suicídios em uma dada sociedade deve ser tratada como um fato que somente pode ser explicado plenamente em termos sociológicos, e não por motivações pessoais dos atos de autodestruição; a unidade de análise é a sociedade e não o indivíduo.
- A estrutura do texto de O Suicídio
Introdução dedicada à definição básica do fenômeno e três livros.
Livro I, intitulado “Os fatores extra-sociais”, Durkheim discute o tema sob óticas de fatores psicopáticos, hereditários, climáticos e de imitação, concluindo que estas nada contribuem para o entendimento do fenômeno suicídio.
Livro II, o mais importante da obra, expõe a tipologia do suicídio segundo suas causas os distinguindo em três grandes grupos:
- Suicídio egoísta: motivado pelo isolamento exagerado do indivíduo com relação à sociedade que o transforma em um “solitário”, um marginalizado, que não possui laços suficientemente sólidos de solidariedade com o grupo social;
- Suicídio altruísta: que está noutro extremo, ou seja, quando o ser humano está não mais desligado da sociedade, mas ao contrário está demasiadamente ligado a ela; Ex: Kamikases e terroristas.
- Suicídio anômico (fora da norma): o mais significativo para os fins de sua obra, que vem da noção de anomia, a ausência de normas. O suicida por anomia é aquele que não soube aceitar os limites morais que a sociedade impõe; aquele que aspira a mais do que pode, que tem demandas muito acima de suas possibilidades reais, e cai, portanto, no desespero. Ex: Crises financeiras, divórcios (falta de regulação da sociedade).
Obs.: Representa mais propriamente uma mudança abrupta na taxa normal de suicídio, geralmente marcado por uma vertiginosa ascensão do número de suicídios que ocorrem em períodos de crises sociais (o desemprego, por exemplo) ou processos de transformações sociais (como a modernização).
Livro III – “Do suicídio como fenômeno social em geral” – tece considerações sobre o tema à vista de outros fenômenos sociais e sobre os remédios contra os diferentes tipos de suicídio.
Juan Carlos Portantiero: “nos três casos é a relação entre indivíduo e as normas que levam ao suicídio, tratam-se de fenômenos individuais que respondem a causas sociais. Esse ato extremo de aparente individualismo pode ser tema de sociologia.
- O conceito e anomia: relevante contribuição de Durkheim, mas pouco desenvolvida por ele.
Anomia, conceito pioneiro de Durkheim, porém de pouca dedicação dele.
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