Resenha Que Horas Ela Volta

Resenha

Que Horas Ela Volta?

O filme da diretora Anna Muylaert retrata a história da doméstica Val, a empregada é uma Pernambucana que deixa sua terra para tentar a sorte na capital paulista. Val trabalha para uma família de classe média alta e se sente valorizada por Bárbara e Carlos que são seus patrões e têm dois filhos, Fabinho um adolescente que trata a doméstica como uma mãe e um segundo garoto de aproximadamente três anos que não teve seu nome mencionado no filme.

Como foi dito anteriormente, Val deixa Pernambuco e sua família, em especial sua filha Jéssica. Jéssica foi criada pela tia e não vê a mãe há treze anos e tem o desejo de prestar vestibular em São Paulo, a mesma entra em contato com a mãe e pede para ficar alguns dias com ela.

A chegada de Jéssica traz transformações, o filme deixa de ser apenas uma história e passa a ser um retrato do modelo capitalista, Jéssica é uma garota simples e extremamente inteligente, a garota não entende o motivo de sua mãe viver com a família em um quarto apertado tendo um quarto grande na casa, a garota não acha coerente que a mãe não possa fazer suas refeições na mesa com a família que supostamente a ama, Jéssica pode soar como adolescente rebelde, mas o que lhe sobra é coragem, a personagem é um furacão, e como tudo que é diferente causa incomodo.

Carlos se apaixona pela garota, já Bárbara não aceita que a filha da empregada esteja no quarto de visitas e que tome café na mesa com os patrões e tenha o mesmo desejo pela arquitetura que seu filho, Fabinho é um garoto rico e inocente, chega a ser vítima do dinheiro que os pais usufruem, o garoto aceita Jéssica, mas lhe falta coragem para enfrentar seus pais. Val não concorda que sua filha se sinta no mesmo direito que os patrões e Jéssica não aceita a submissão da mãe.

O desfecho do filme é sensacional, do ponto de vista cinematográfico e político, Jéssica, a menina de Pernambuco passa no vestibular e revela que assim como Val tem um filho, Val passa a entender que mais do que ter um trabalho é preciso viver, e abandona o emprego. Bárbara não entende a demissão e lhe oferece um aumento, mas não entende que o fez Val sair foi o desejo de uma vida melhor, e não o dinheiro.

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O Preço do Amanhã

A obra faz uma analogia entre tempo e dinheiro, para ser mais exato, na realidade em que se passa o filme não existe o dinheiro em espécie, o mercantilismo se faz pelo tempo, todas as pessoas supostamente tem os mesmos direitos até completar 25 anos, a partir de então o relógio começa a contar e é preciso correr contra o tempo.

O filme trata a geografia do tempo como fuso-horário, as pessoas pobres vivem em regiões periféricas e não tem acesso aos locais onde a classe média está. Will Salas é um garoto de 28 anos que nasceu no gueto e nunca teve muito mais do que 24 horas, portanto sempre teve que correr para não ter seu tempo esgotado, o mesmo acidentalmente recebe a doação de mais de cem anos, e passa a ser perceguido por agentes do tempo (policiais) e ladrões, para não ser preso, Will então sequestra a filha de um grande banqueiro do tempo e os dois passam a agir como Robin Hood, tirando o tempo das corporações para passar aos que tem menos tempo.