Resenha Sobre Ilha das Flores
Por: Poleanna Lourenço • 27/3/2022 • Resenha • 1.027 Palavras (5 Páginas) • 164 Visualizações
Desde a antiguidade é possível observar que a economia é um campo que obteve constante desenvolvimento e em consequência a isso surgiram impactos nos mais variados aspectos da vida dos indivíduos e na sociedade. A ideia de agregar valor às coisas está entre nós desde a pré-história, onde, eram realizadas as trocas de itens que interessavam a uma pessoa pelos itens que interessavam a outra. Após esse período a evolução desse mercado de trocas fez com que surgissem as primeiras moedas sendo confeccionadas com metais de valor e assim agregando ainda mais a nossa sociedade a ideia de riqueza e valor.
É diante dessa realidade que surge um grande crescimento do sistema capitalista gerando em consequência um aprofundamento da desigualdade social, um dos temas centrais do documentário ilha das flores. O documentário se passa em Porto Alegre, e retrata a vida das pessoas que habitam a ilha dos navegantes que na ficção é nomeada de ilha das flores utiliza uma linguagem explicativa e fala sobre uma cadeia de processos para trazer à tona temas e assuntos que ao longo da história separam os indivíduos na sociedade, portanto, gerando uma desigualdade. O documentário traz como mensagem que quem não possui dinheiro e não consegue se inserir no sistema de oferecer algo que esteja enquadrado no grupo que gere lucro e tenha um valor não consegue se inserir na sociedade como alguém que possa obter o que quer, seja isso bens materiais ou itens básicos para sua sobrevivência como água potável, comida e materiais para higiene pessoal/básica.
No curta, a ilha das flores é um local habitado por pessoas que por motivos não especificados no documentário não conseguiram se inserir nesse sistema que lhe atribui a um perfil de alguém com posses e bens, assim, mostrando em sua realidade que o dia a dia dessa comunidade se resume a sobrevivência de indivíduos com o que é considerado ruim e inconsumível ou inutilizável, pessoas deixadas ao esquecimento pela sociedade que são retratadas como inferiores aos porcos existentes na ilha sendo desta forma colocados em último plano na cadeia de escolha de alimentos logo depois de ser coletado no lixo os alimentos dos porcos.
Contudo, existem outras perspectivas trazidas a discussão em outros dois documentários: “Ilha das Flores: Depois que a sessão acabou e Ilha das Flores: O ponto de vista dos ilhéus”. O que é relatado pela população anos após a estreia do documentário é que ele distorceu a realidade vivida pelo povo que a ilha habitava. É nítido que a desigualdade social e a dificuldade está presente na vida daqueles cidadãos, mas eles explicam que a comunidade era tida como paraíso pois lá era o povo pelo povo, onde o pobre lutava para se defender e defender o que era seu. Os moradores ainda explicam que viviam sim com ajuda de outras pessoas e que por algum tempo receberam doações de alimentos que seriam descartados, sejam restos, sejam alimentos com embalagens danificadas ou até mesmo alimentos que não podiam serem expostos em vitrines, contudo, a vigilância sanitária vetou essas doações. Nessa continuidade, é reforçado o tempo todo em que as comidas tidas como não próprias para consumos eram usadas para alimentar os porcos e as comidas que possuíam um caráter adequado para consumo era distribuída para população.
É possível identificar nos outros dois curtas que a revolta é algo presente nos moradores da ilha mesmo com o passar dos anos pois o que foi retratado no curta em certa parte foi distorcido e essa mistura entre ficção e realidade trouxe grandes consequências socias para a ilha e seus habitantes. As pessoas alegam de inicio que não foi apresentado para eles o curta finalizado mostrando, assim, o que foi abordado em seu roteiro. Eles se revoltam também por terem sidos remunerados
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