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Resenha do livro um discurso sobre as ciências

Por:   •  22/11/2016  •  Resenha  •  949 Palavras (4 Páginas)  •  2.319 Visualizações

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RESENHA

Santos, Boaventura de Sousa. Um discurso sobre as ciências. 5. Ed. São Paulo: Cortez, 2009.

Boaventura de Sousa Santos (Coimbra, 15 de Novembro de 1940) é Doutor em Sociologia do Direito pela Universidade de Yale (1973), Distinguished Legal Scholar da Universidade de Wisconsin-Madison e Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, a qual fora um dos fundadores e responsáveis pela criação do curso de sociologia.

É reconhecido como um intelectual importante da área de ciências sociais. Uma das suas preocupações é aproximar a Ciência do senso comum, visando à ampliação do acesso ao conhecimento, como retratado em sua primeira publicação “Um Discurso Sobre as Ciências” (1987).

Em seu livro “um discurso sobre as ciências”, santos faz uma análise sobre a evolução das ciências, partindo do século XVI até os dias atuais.

Em sua obra, faz uma profunda discussão sobre as Ciências Naturais a respeito dos seus métodos, no que ele chama de o “paradigma dominante”, assim como também discute a crise desse paradigma. Nesse confronto entre as ciências, Santos propõe uma nova práxis científica, a qual busca uma convergência entre as metodologias das ciências naturais e sociais. A esse método, denominou “Paradigma Emergente” que é uma crítica à ciência moderna, ao positivismo e os métodos mecanicistas.

1. O paradigma dominante

O paradigma dominante trata-se um modelo positivista herdado do século XVI e consolidado no século XIX. Esse difere-se do saber aristotélico e medieval, os quais distinguiam o homem e a natureza através de uma metodologia totalitária que utilizava métodos ditos como regra.

“... Cientes de que o que os separa do saber aristotélico e medieval ainda dominante não é apenas nem tanto uma melhor observação dos factos como sobre tudo uma nova visão do mundo e da vida, os protagonistas do novo paradigma conduzem uma luta apaixonada contra todas as formas de dogmatismo e de autoridade...”.

Essa nova racionalidade científica vislumbra uma única forma de se atingir o conhecimento verdadeiro, aquela decorrente da aplicação de seus próprios princípios epistemológicos e de suas regras metodológicas. A partir destes pressupostos é que esse modelo se difunde sob a forma de ideias presididas na observação e experimentação. E para que se chegasse a este conhecimento, empregava-se como instrumento de análise a matemática.

Santos, comenta ainda sobre o determinismo mecanicista, onde a descoberta das leis da natureza, o isolamento das condições iniciais relevantes, dentre outras consequências, a previsibilidade dos fenômenos naturais. É por meio dessa suposta previsibilidade que se firmou o conhecimento na ideia de ordem e estabilidade do mundo, sendo este “estável” e “determinável” por meio de leis físicas e matemáticas que poderiam o decompor. Eis aí o fundamento do chamado determinismo mecanicista que irá sustentar a ciência moderna com a sua ideia de um mundo conhecível pela decomposição dos seus elementos constituintes.

A ciência moderna modelo de racionalidade hegemônica que outrora interessava apenas nos estudos das leis da natureza, se viu na busca pelo conhecimento das leis da sociedade puxada, pelos precursores Bacon, Vico e Montesquieu. Questões como a liberdade e imprevisibilidade da ação humana, a organização da sociedade, suas ações coletivas e individuais entre outras foram levantadas acerca da sociedade. Com isso, em meados do século XIX, surgem duas correntes distintas baseadas no modelo mecanicista. A primeira vertente defendida por Ernest Nagel e Durkheim, em que segundo o autor, existiria a possibilidade das ciências sociais utilizarem-se dos mesmos critérios rigorosos das ciências naturais. Enquanto a segunda vertente, defendida por Max Weber e Peter Winch, considera a complexidade do comportamento humano, sendo necessária a utilização de uma metodologia própria, uma vez que diferentes contextos podem interferir nos resultados, não sendo assim, um estudo exato e objetivo como as ciências naturais.

2. A

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