Resumo - Marx, Weber e Durkhein
Por: Patrick Silva • 6/11/2018 • Trabalho acadêmico • 1.710 Palavras (7 Páginas) • 443 Visualizações
Karl Marx: um dos principais nomes da Sociologia, embora não se denominasse um sociólogo, Marx analisou a sociedade capitalista e até hoje é um dos autores mais estudados, seja no sentido de concordar ou refutar suas teorias, que permanecem extremamente contemporâneas por apontarem desigualdades sociais, desnaturalizando-as.
Para Marx, a análise da vida social deve ser feita através de uma perspectiva que, além de procurar estabelecer as leis de mudança que regem os fenômenos, parta do estudo dos fatos concretos. Seu método de abordagem ficou conhecido como materialismo histórico, segundo o qual as relações materiais e a maneira como os homens produzem sua vida formam a base de suas relações.
Para Marx, os homens, ao produzir os meios para prover o que precisam, organizam-se e estabelecem relações sociais, intervindo de maneira consciente na natureza. O ato de produzir gera novas necessidades, ou seja, são produtos da existência social.
A forma de uma sociedade depende do grau de desenvolvimento das forças produtivas e as relações que lhes correspondem. Marx estuda o contexto capitalista, que surgiu de uma superação do modelo feudal num momento em que as relações sociais já não correspondiam à produção, mostrando o caráter revolucionário da burguesia.
No capitalismo, a mercadoria é a forma elementar da riqueza. Tudo torna-se mercadoria, inclusive o trabalho. A mercadoria tem valor de uso, que se realiza no consumo e um valor de troca. O valor da mercadoria é equivalente ao tempo de trabalho gasto para sua produção.
Marx afirma que o salário é o “valor dos meios de subsistência requeridos para produzir, desenvolver, manter e perpetuar a força de trabalho”. Ou seja, o trabalhador que vende sua força de trabalho trabalha mais que o suficiente para pagar o seu trabalho. Por isso, o trabalho é a única mercadoria capaz de produzir valor, a mais valia, a produção de um excedente, trabalho não pago que permite a acumulação do capitalista.
Para Marx, o conjunto das forças produtivas e das relações sociais forma a infra-estrutura, ou seja, a base sobre a qual se constituem as instituições. Na superestrutura encontram-se instituições como Estado, que produzem e reproduzem concepções, ideologia, códigos morais, etc. A superestrutura seria condicionada pela base material, a forma como os homens se organizam no processo produtivo.
Num primeiro momento, a sociedade estava pautada numa divisão natural do trabalho. O cresmineto da produção permite a divisão social do trabalho, que permite uma apropriação privada e uma acumulação, permitindo que alguns tenham direitos sobre o produto e sobre os trabalhadores. Surgem, então, as classes sociais. Na teoria marxiana, aparecem duas classes opostas: proletários e capitalistas. A crítica marxiana à propriedade privada dirige-se à exploração e opressão de uma classe trabalhadora desprovida dos meios de produção, que só tem como meio de vida a venda de sua força de trabalho.
Pensando nisso, Marx desenvolveu o conceito de alienação, que demonstra o estado dos trabalhadores, alienados dos meios de produção, alienados de seu próprio trabalho e do produto deste.
Tendo isso em vista, Marx afirma que a história da humanidade é a história da luta de classes. Essa afirmação procura apontar as contradições e conflitos inerentes ao modelo classista. Tais problemas só seriam resolvidos numa sociedade sem classes, o comunismo. Para isso, é preciso que a classe operária deixe de ser apenas classe em si e torne-se classe para si, ou seja, tome consciência de sua força e revolucione, instaurando a ditadura do proletariado, primeira etapa em direção a sociedade sem classes. Marx acredita que este momento é inevitável, uma vez que o capitalismo ao se desenvolver, desenvolve as forças que o destruirão, ou seja, está repleto de contradições.
Tendo em vista a teoria marxiana do capitalisto, podemos situar a educação como instituição parte da superestrutura, ao lado do Estado, reprodutor da ideologia burguesa. Neste contexto, há diversas interpretações de autores marxistas, como por exemplo, Althusser, que enxerga a escola como reprodutora da ideologia burguesa. Há também autores como Gramsci, que enxerga a escola como lugar de disputa de hegemonia, portanto, o trabalho docente não necessariamente é vão.
Independente da interpretação que se tem do aparelho escolar, podemos concordar que se trata de um sistema perpassado pela luta de classes e reprodutor dos interesses do capital, acentuando e perpetuando diferenças sociais. É por esse motivo que não é interessante melhorar a escola pública no Brasil, pois ela contribui para que a elite capitalista permaneça onde está, já que a escola disciplina os indivíduos para que fiquem em seus “devidos lugares”, seleciona aqueles que terão acesso a universidade, além de produzir a mão de obra barata que o mercado demanda.
Cria-se, então, uma consciência de que para melhorar é preciso privatizar e a educação se torna favor, portanto, chegar ao ensino superior depende do mérito de cada um de trabalhar para pagar ou conseguir uma bolsa oferecida pelo Estado, que privilegia mais uma vez a iniciativa privada ao invés de investir na educação pública de qualidade para todos, nivelando sempre por baixo.
Trata-se, portanto, de uma lógica bastante perversa, que só pode ser superada por completo, de acordo com Marx, com a revolução socialista.
Max Weber: Principal representante da Sociologia alemã e questionador dos modos positivistas de formulação de leis sociais. Defendia a idéia de que uma Ciência Social não poderia reduzir a realidade empírica à leis, pois tanto na escolha do tema a ser trabalhado quanto na explicação do acontecimento concreto, o cientista se vale de diversos fatores ligados à realidade dos fatos assim como seus próprios valores, para dar sentido àsua própria realidade. Entretanto, se faz necessário o uso de uma metodologia de estudo, e o método proposto por Weber se baseia no estado de desenvolvimento dos conhecimentos, que irá permitir a obtenção de resultados válidos.
O sociólogo trabalha apenas com a realidade e busca características em comum na sociedade, sendo assim, a elaboração de um instrumento que auxilie na busca da compreensão dos comportamentos sociais, é fundamental. O tipo ideal é um modelo de investigação, e é a partir dele que o cientista social irá analisar as sociedades e as formas de ação.
Para Weber, a ação é toda conduta humana com um significado subjetivo dado por quem a executa e ação social é toda conduta dotada de sentido para quem a efetua, a ação social deve ser praticada com intenção. A partir disso, Weber constrói quatro tipos ideais de ação social que podem se enquadrar na sociedade.
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