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Resumo do Livro - Todos Contra Todos

Por:   •  31/12/2022  •  Ensaio  •  2.162 Palavras (9 Páginas)  •  98 Visualizações

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Instituto Federal do Maranhão – Campus Caxias Data: 15/12/2022

Matéria: Sociologia III Professor: Carlos Eduardo Soares Nomes: Marcelo Barbosa, Marlon Emanuel, Lara Vanessa, Nadson, Kayky Alves

Resumo Capítulos - Todos Contra Todos

Capítulo 1 – O Paraíso Pacifista

A visão de Leandro Karnal em o “O paraíso pacifista” remete à um único ponto em especial, o caráter da guerra civil no contexto histórico do Brasil, que em síntese o povo brasileiro tende a interpretar e suavizar as diversas guerras civis brasileiras.

Exemplos de “movimentos populares” brasileiros: Abrilada – movimento de Pernambuco de 1824; Cabanagem ou Guerras dos Cabanos – Pará de 1835-1840; Sabinada – movimento na Bahia entre 1837 e 1838; Balaiada – Maranhão entre 1838 e 1841; Revoltas Liberais – Brasil e organizado pelo PL (Partido Liberal); Revolução Farroupilha – Rio Grande do Sul, em 1835. Revolução Constitucionalista – São Paulo, Século XX no ano de 1932.

Em todos os movimentos citados, trataram-se como revoltas populares de uma província ou estado contrarregimes e medidas centro/centralizadoras. Em qualquer outro país do mundo, chamaríamos guerra civil também pela forma como foram encaradas, a extrema violência.

Diferentemente do que ocorre no Brasil, estados-nações como os Estados Unidos que formaram sua nacionalidade na guerra, em diversos momentos da história e contra vários adversários. Karnal afirma que nós suavizamos o conflito, afirmando: “os gaúchos queriam mesmo era a defesa de sua dignidade”; “o que o paulista desejava era uma Constituição”; “os cabanos lutavam por igualdade social”. Sendo assim, até mesmo na guerra não se tinha ódio, mas de onde surge o ódio disseminado nas guerras?

Leandro Karnal destaca o fato de que Sergio ao lançar seu livro “Raízes do Brasil” no ano de 1936, grande parte das pessoas o criticaram. Como exemplo disso, o poeta Cassiano Ricardo reinterpretou a descrição do homem cordial como sinônimo de bondade e fato determinante da formação brasileira.

De forma distinta, a interpretação do poeta se distanciava da real visão de Sergio Buarque, para o autor a cordialidade tinha efeito negativo e fazia a distinção entre o público e o privado. Da etimologia da palavra, cordial vem de “cordis”, algo que funciona de acordo com o coração, mas nem sempre seguiria para o bem.

Sergio Buarque busca expressar que até mesmo quando matamos, somos cordiais, quando torturamos, somos cordiais, pois de toda forma seguimos nosso coração. Além do mais, exaltando o caráter de pôr motivações individuais na frente de motivação política.

Como exemplo da presença do ódio, nos tempos de escravidão, Zumbi dos Palmares, grande líder do quilombo dos Palmares, foi encontrado morto e coberto de balas, levado assim para a cidade e sua cabeça foi decepada, sua cabeça conservada com sal e espetada em praça pública.

Fato histórico da escravatura brasileira é a visão internacional de um país com técnicas de tortura avançadas, heranças deixadas por nossos descendentes, exemplo de tortura, a prática de acrescer um funil ao ânus de um torturado e colocar ácido fervente.

Situações de Enfrentamento contém: Coerção, cooptação e diálogo;

  • Coerção: Repressão ou ato de reprimir;
  • Cooptação: Adaptar ou ajustar uma coisa à outra
  • Diálogo: Benefícios obtidos através da dominação;

Capítulo 2 – Somos Todos Racistas?

Diferentemente dos Estados Unidos, no Brasil nunca se teve um ônibus para branco e negros, mas essa separação é suficientemente presente e visível na sociedade brasileira. A característica portuguesa que nós, brasileiros, adquirimos é trazer para o sistema não colonial, e não os afastar. A arte de instituir guetos sociais e econômicos.

Como exemplos, Leandro Karnal destaca que a lei nunca impediu um presidente negro de ser eleito, mas um negro jamais foi eleito. Ainda com sua argumentação, Karnal cita 1984 de George Orwell: se você consegue convencer a vítima de que ela está errada, atingiu seu objetivo.

O autor indica que o capitalismo ocidental encorpa as pessoas pela sua questão socioeconômica do que pela identidade. Ainda em comparação aos Estados Unidos, o racismo por lá tende a diminuir com o crescimento do negro consumidor, não do negro

cidadão. Em oposição ao Brasil, em que se tende a incorporar questões socioeconômicas com identidade, assim intensificando preconceitos e discriminação, e tendo a ideia de que há uma desigualdade social e não de gênero, ou de cor.

Ideologias assim se apresentam em determinados grupos brancos que não sofrem do racismo. É na mesma ideia de que não há a cultura do estrupo, poque nunca foi estuprado.

Em síntese, o racismo não existe na concepção de quem não é alvo disso. Como exemplo, o fato de se discutir a primeira classificação de uma garota negra medicina, buscando justificativas na meritocracia, esforço e contas, o fator de se discutir o Bolsa Família como fator mínimo da economia das famílias brasileiras, ao invés do Bolsa BNDES para crédito à comerciantes.

Conceito: Mulato

Leandro Karnal ainda cria o debate em torno da palavra “mulato”, que vem de mula, o fato de se é mulato, não é negro, um defeito a menos.

A aristocracia tende a ser mais empática ao povo do que os novos ricos que podem ser até mesmo esses mulatos que tendem a ser racista, da mesma forma que mulheres podem ser misóginas, negros racistas, gays homofóbicos e judeus antissemita. O preconceito acaba por atingir a vítima.

A força que as palavras expressam, é suficientemente forte a ponto de frases como está serem comuns, e não só essas, mas o uso também de termos como “paraíba” para denominar pessoas que veem do Nordeste e “baianada” para denominar algo malfeito. Está é a violência presente na linguagem.

A convivência com o diferente tende a estimular o atrito e não necessariamente o contrário, por isso tendemos a criar guetos. Afastando a convivência, evitamos a negociação. E a oposição na saída do gueto, tende a ser vista e tratada com repudio e enorme violência.

A presença do diferente nem sempre se torna o ódio pelo medo, mas a definição de guetos que estejam no mais baixo nível da sociedade nos fazer permanecer em pleno convívio.

Quanto maior o medo, maior o racismo. Quanto maior a ignorância, maior o racismo e a violência. Quanto maior a insegurança pessoal diante o próximo, maior o ódio.

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