Resumo do livro “Apologia da História” de Marc Bloch
Por: rdgcst • 30/10/2017 • Resenha • 1.062 Palavras (5 Páginas) • 2.143 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS
DEPARTAMENTO
ALUNO:
Resumo do livro “Apologia da História” de Marc Bloch
Marc Bloch destaca inicialmente o quanto o ofício de historiador é fruto de uma escolha que permeia, dentre outras coisas, o prazer pela História. Ele explica que se trata de uma matéria peculiarmente atrativa, no que diz respeito a sua capacidade de afetar a imaginação humana. E justifica com isso, uma possível razão a parte pelo seu apreço a ela. Nesta obra, Bloch esmiúça e mostra sua avaliação pessoal sobre o oficio de historiador, destacando os pontos principais que lhe são inerentes.
Sobre o conceito de História, o autor exorta a compreender a análise histórica do passado como algo em construção e não como absolutamente engessado. É sobretudo, uma obra perpetuamente inacabada, em constante movimento, mas não precisa ser entendida como inferior por isso, na verdade aí se encontra uma de suas características intrigantes que a faz ser ainda mais interessante e desafiadora.
Além disso, ele julga ser necessária uma maior profundidade na compreensão dos fatos, ao invés do simples sequenciamento histórico, isto é, a ótica petrificada do momento. Ressaltava, portanto, a necessidade de se abordar uma análise histórica além da regada a números, limitada à numeralidade de fatos e datas, mas como algo que ascendesse à uma classificação racional e uma evolutiva inteligibilidade. Ele também vale-se da noção dupla de linguagem na interpretação histórica quando avalia a história sob a perspectiva da percepção da época, abstendo-se cuidadosamente de cometer algum anacronismo.
Dentre outras coisas, dá ênfase na interpretação de objeto a ser estudado na história, afirmando ser intrinsecamente o homem, ou melhor, os homens. A final, atribui a essa perspectiva a noção de que o bom historiador não pode se prender a velha história dos reinos que traçava seus limites em entender meramente a sequência episódica das vitórias e derrotas, a saber, a história dos vencedores, escrita por eles mesmos. Mark Bloch, inspirado nas ideias que conduziram a criação da revista dos Analles, dá notoriedade às figuras marginais da história, mostrando que são tão importantes quanto as outras.
Apesar disso, ele abre brecha para definir a história além dos "homens", mas dos "homens no tempo", evocando o pensamento de interdependência dos fatos históricos. Além disso, põe em questão a ideia de "origem" nesse contexto, uma vez que este conceito, com definição perigosa, é mal interpretado no instante que limita a causa na história. Como se saber a origem das coisas desse amparo único e suficiente para explica-las.
Levanta, em outra dada explanação, as vicissitudes da observância do historiador frente seu objeto, isto é, o passado. Fala de como existe uma disparidade na relação tempo-espaço entre o historiador e o que está a ser investigado, numa espécie de advertência quanto sua responsabilidade numa análise, tendo por inspiração a óbvia ausência física do historiador nos fatos que estuda. Dentro desse tema, declara a forma regressiva na exploração histórica como sendo a mais sensata, numa avaliação que decorre da premissa de que é muito mais compreensível introduzir-se a partir do que já se sabe, até adentrar nos meandros mais obscuros e distantes do tempo.
A cerca do processo de investigação histórica, relata a importância das evidencias, sejam documentais, testemunhais ou de caráter biológico, na reconstrução da realidade anterior. Muito embora não sejam os artifícios absolutos em conceber alguma suposta verdade, Mark Bloch lhes atribui, aliados a capacidade humana de, fazendo uso do raciocínio logico e não abstendo-se de alguma dedução, projetar possibilidades que preencham lacunas da história. Dessa forma, partindo de como essas evidencias são interrogadas e avaliadas, se pode chegar além do que uma observação superficial proporcionaria. Trata-se de se diversificar nas técnicas do oficio afim de acurar o passado, lançar mão das mais sofisticadas formas possíveis, sejam evidencias escritas, sejam arqueológicas, para traduzir o mistério que é a reconstituição, embora não seja lei alcança-la plenamente, se é que é possível.
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