Resenha Do Capítulo "A Observação Histórica" Do Livro Apologia Da História
Casos: Resenha Do Capítulo "A Observação Histórica" Do Livro Apologia Da História. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: mamofe • 7/4/2013 • 1.043 Palavras (5 Páginas) • 5.198 Visualizações
Historiador, fundador da Escola de Annales, Marc Léopold Benjamim Bloch deixou inacabado um trabalho de metodologia histórica. Ele era judeu e se escondia sob o regime de Vichy, participou das duas grandes guerras, e na segunda guerra ele foi preso e morto, assim deixando Apologia da História inacabada. Neste livro, Bloch não se limita em definir o trabalho do historiador e definir a história, mas ele também mostra como a história deve ser e como o historiador deve trabalhar. Considerado o maior medievalista de todos os tempos, ele foi considerado um dos grandes responsáveis por inovações no campo do pensamento histórico. O primeiro livro do historiador, Os reis taumaturgos, considerado obra muito original, trás estudos históricos, sociológicos e psicológicos. Outra obra, considerada a mais importante, é Os caracteres originais da história rural francesa, se baseia na interpretação da paisagem rural e tipos de campos. E o último livro publicado por Bloch que trás um novo conceito de história é A sociedade feudal.
2) Destaque os argumentos principais de Marc Bloch e a forma como ele constrói seu texto.
No capítulo II Bloch fala sobre observação histórica, de conceitos gerais de observação do passado e construção do passado. Vestígios, testemunhos, relatos, narrativas, inúmeras características encontradas no presente que proporcionam ao historiador contato indireto com o passado, já que é impossível ele mesmo constatar os fatos que estuda, como diz logo no primeiro parágrafo do texto. Muitas vezes características descritas, faladas por testemunhas, como Bloch mesmo diz nesse trecho: “O historiador, por definição, está na impossibilidade de ele próprio constatar os fatos que estuda. Nenhum egiptólogo viu Ramsés; nenhum especialista das guerras napoleônicas ouviu o canhão de Austerlitz. Das eras que nos precederam, só poderíamos [portanto] falar segundo testemunhas.”(página 69) Podemos concluir disto e como ele mesmo diz, que ao historiador cabe o papel de um investigador de tudo que foi levantado, pois muitas vezes a história pode conter favorecimentos criados pela testemunhas. Em outro trecho ele diz: “todo conhecimento da humanidade, qualquer que seja, no tempo, seu ponto de aplicação, irá beber sempre nos testemunhos dos outros uma grande parte da sua substância.” (página 70) Todo dado, informação, não importando o tempo, vai absorver dos testemunhos parte da sua importância, pois o indivíduo vê e abrange pouco, em relação a grande quantidade de acontecimentos.
Bloch argumenta no capítulo falando da primeira característica que é: “o conhecimento de todos os fatos humanos no passado, da maior parte deles no presente, deve ser [segundo a feliz expressão de François Simiand,] um conhecimento através de vestígios.”(página 73) Ou seja, por mais que o fato seja recente, o historiador não consegue fazê-lo se repetir ou investiga-lo por ele mesmo, a única forma é por vestígios que podem ser materiais, testemunhais e narrativas.
Em um trecho essencial para compreensão de outro argumento, Bloch fala que o passado não tem como ser mudado, já o conhecimento é algo que não só pode, como está em transformação e aperfeiçoamento. Inclusive novos modos de pesquisa e investigação surgem ajudando no avanço do conhecimento.
Os testemunhos, documentos postos pelo passado a disposição dos historiadores, Marc fala dos não voluntários e vai bem fundo dando exemplos dos do primeiro grupo, que são os testemunhos voluntários. Nesse trecho por exemplo: “...a fim de que as coisas feitas pelos homens não sejam esquecidas com o tempo e que grandes e maravilhosas ações, realizadas tanto pelos gregos como pelos bárbaros, nada percam de seu brilho. Assim começa o mais antigo livro de história que, no mundo ocidental, chegou até nós sem ser no estado de fragmentos. Ao lado dele, coloquemos, por exemplo, um desses guias de viagem que os egípcios [, na época dos faraós,] introduziam nos túmulos.”(página 76) Ao mesmo tempo que os testemunhos tem a sua
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