Senso Comum, Ciência Naturais e Ciência Sociais
Por: 200598 • 14/2/2021 • Resenha • 890 Palavras (4 Páginas) • 186 Visualizações
AS PRINCIPAIS DIFERENÇAS DOS CONHECIMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS, DAS CIÊNCIAS NATURAIS E DO SENSO COMUM.
Ciências Sociais | Ciências Naturais | Senso Comum | |
Definição | As ciências sociais estão subdivididas nas seguintes disciplinas: antropologia, sociologia e ciência política. Seu objeto de estudo é a análise científica das relações sociais. Enfatizando a relação entre indivíduo e sociedade. A prática social e simbólica. | As ciências naturais abrangem as seguintes disciplinas: química, física, biologia, astronomia e outros. Dedicam-se ao estudo das características gerais e fundamentais da natureza, ou seja, as leis e regras naturais que envolvem todos os processos do planeta. Além disso, lida apenas com os fatores de ordem natural sem considerar o caráter social. | No senso comum, o conhecimento é vulgar. É o primeiro nível do conhecimento e constitui-se a partir da apreensão sensorial espontânea e imediata do real. Assim, o conhecimento é superficial, por contentar-se com as aparências; sensitivo, por estar intimamente ligado à percepção; subjetivo, por se tratar de vivências e experiências organizadas psicologicamente pelo próprio sujeito; assistemático, por não buscar uma sistematização ou compilação de ideias; e acrítico, por se referir a um conhecimento que nem sempre busca uma devida reflexão sobre suas ações. |
Contrates | Linguagem científica, visto que é composta por uma linguagem clara, delimitada e objetiva. | Linguagem científica, visto que é composta por uma linguagem clara, delimitada e objetiva. | A base do conhecimento são as crendices populares e os pré-conceitos que nunca foram cientificamente comprovados e testados. |
Objeto de Estudo | São os fatos e relações sociais manifestados na vida social. | São os aspectos físicos, químicos e biológicos dos seres vivos e do meio ambiente. | Visão de mundo pautado nas opiniões e crenças. Portanto, não possui objeto de estudo. |
Interação | Os eventos não podem ser analisados isoladamente, pois perdem seu significado se forem analisados sem levar em consideração o contexto em que foram produzidos. | Os fenômenos podem ser analisados separadamente e fora do contexto em que foram produzidos. | Não se sustenta na interação com outros aspectos. |
Também apresentamos a distinção entre o senso comum e a sociologia tendo como base a referência teórica “Aprendendo a Pensar a Sociologia” de Zygmunt Bauman e Tim May. Em que os autores abordam, inicialmente, sobre a dependência mútua e a relação da sociologia ao senso comum. Que são dois tipos de apreensão e compreensão do mundo, na qual o senso comum olha para um objeto e vê o mesmo visando sua função, já o cientista olha para o objeto e pensa o que pode fazer para melhorar tal objeto. Assim, percebe-se que a diferença entre essas duas compreensões são discursivas, o ponto de vista de cada compreensão.
Além disso, são apontados, no texto, quatro modelos que diferenciam a sociologia do senso comum.
- No primeiro modelo, no discurso responsável, quando se afirma algo sobre a sociedade de maneira pública existem métodos, técnicas e estudos que devem ser feitas para fazer essas tais afirmações. O que não se faz no senso comum. (BAUMAN E MAY, 2010, P. 16).
- Já no segundo modelo mostra a diferença em relação ao tamanho do campo de estudo na qual o material do pensamento sociológico abrange uma multiplicidade de mundos, possibilitando a ligação entre biografia individual e amplos processos sociais. E não apenas se resume aos nossos próprios mundos de vida como é feito no senso comum. (BAUMAN E MAY, 2010, P. 16).
- No terceiro modelo a sociologia e o senso comum se diferenciam no sentido que cada um atribui à vida humana em termos de como entendem e explicam os eventos e circunstâncias que acontecem na vida das pessoas. Para o senso comum as pessoas tendem a pensar que são “os autores” de suas próprias vidas e o que fazem são efeitos de suas intenções, embora que os resultados não saíam ao que pretendiam, por exemplo, uma pessoa que estudou numa escola pública consegue passar numa universidade federal devido à sua dedicação e esforço. Além disso, acreditam que o que acontecesse no mundo em geral é resultado que ação intencional de alguém, por exemplo, os governos diversas vezes não comprem suas responsabilidades alegando que as coisas estão fora de seu controle. Já a sociologia vai contra a visão particular em que o indivíduo adotado de motivação e dedicação terá o caminho da compreensão do mundo humano, visto que não é o caminho adequado para nos entendermos e nem as outras pessoas. É necessário que se faça uma análise das numerosas teias de interdependência humana para explicar nossos motivos e os efeitos de suas ativações. (BAUMAN E MAY, 2010, P. 17).
- E por fim no quarto modelo, embora a sociologia repouse em constante e íntima conversação com o senso comum, ela procura ultrapassar suas limitações abrindo possibilidades que poderiam facilmente ser ignoradas pelo senso comum, uma vez que o senso comum costuma nortear muitas ações do dia a dia sem sequer provocar no indivíduo questionamentos acerca de sua veracidade e autenticidade, tornando o senso comum como algo inquestionável e imutável. Já a sociologia coloca em questão aquilo que é considerado inquestionável gerando um senso crítico no indivíduo que passa a pensar e refleti sobre as coisas que estão acontecendo em sua volta. (BAUMAN E MAY, 2010, P. 18).
Diante do que foi dito nota-se que a ciência existe para esclarecer aspectos problemáticos do senso comum, fornecer respaldo aos questionamentos e fundamentar cada conhecimento produzido em resposta às demandas.
Referência:
BAUMAN, Z. e MAY, T. Aprendendo a Pensar com a Sociologia. Rio de Janeiro: Zahar, 2010. Introdução.
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