Tcc Sobre o Nazismo

1.2 Hitler

Desde o início de sua vida adolescente, Hitler, nascido em 20 de abril de 1889 na pequena cidade de Braunauam Inn, localizada na Áustria, bem no limite territorial da antiga Alemanha, demonstrava sua paixão nacionalista por um estado alemão unificado, a separação ocorrida após a derrota na Primeira Grande Guerra era inadmissível para o jovem. Até mesmo seu país de nascimento era por ele considerado alemão e deveria fazer parte da grande Pátria Germânica.

Em sua biografia, HITLER descreve:

Considero hoje como uma feliz determinação da sorte que Braunau no Inn tenha sido destinada para lugar do meu nascimento. Essa cidadezinha está situada nos limites dos dois países alemães cuja volta à unidade antiga é vista, pelo menos por nós jovens, como uma questão de vida e de morte.

A Áustria alemã deve voltar a fazer parte da grande Pátria germânica, aliás sem se atender a motivos de ordem econômica. Mesmo que essa união fosse, sob o ponto de vista econômico, inócua ou até prejudicial, ela deveria realizar-se. Povos em cujas veias corre o mesmo sangue devem pertencer ao mesmo Estado.

De infância pobre, mas não miserável, Hitler sempre demonstrou aptidão para não ser comandado. Nunca aceitou trabalhos rotineiros, mesmo que isso lhe custasse não conseguir pagar sua própria escolaridade. Seus pais, camponeses simples da pequena Braunauam Inn, cidade próxima da fronteira que separava Áustria e Alemanha, mudavam-se com frequência e desejam que seu filho do meio repetisse seu caminho, mesmo em uma Alemanha confusa e conturbada.

Adolf Hitler foi o quarto filho do casal Klara Polzl e Alois Hilter e primeiro a sobreviver aos primeiros anos de vida, diferente de seus três irmãos anteriores. Adolf ainda teria mais quatro irmãos futuramente, em uma família numerosa, mas que devido a já boa condição financeira proveniente do trabalho estável de seu pai na alfândega da cidade, vivia uma vida confortável de classe média.

Linz, a última cidade onde sua família parou suas mudanças, tornou-se para Hitler sua cidade natal. A mais germânica das cidades da Áustria na fronteira entre os dois impérios, era um pedaço da Alemanha dentro do Império Austríaco, o que futuramente demonstrou a extrema necessidade pessoal de Hitler em unificar os dois impérios. Em Linz, Hitler estudou até o ensino secundário, quando começou o conflito familiar que culminaria com sua ida para Viena. Desde cedo sempre demonstrou vontade de seguir uma carreira artística, mesmo sem talento comprovado para tal, o que não compactuava com a vontade de seu pai, que visualizava uma carreira como a sua, sólida e segura no funcionalismo público.

Em seu livro, HITLER escreve:

Tudo isso fortificava minha profunda aversão pela profissão que meu pai me havia escolhido. Essa aversão cresceu depois de passados os dias da meninice, que para mim foram cheios de pesares. Cada vez mais eu me convencia que nunca seria feliz como empregado público. Depois que, na escola profissional, meus dotes de desenhista se tornaram conhecidos, a minha resolução ainda mais se afirmou.

Aos dezesseis anos de idade e quase dois anos após a morte de seu pai, Hitler abandonou os estudos em 1905. Graças aos rendimentos acumulados durante a vida do pai, Adolf passou dois anos sem perspectiva nenhuma, sem estudo e sem trabalho, a acreditar em seus dons artísticos e no sonho de estudar em Viena para ingressar na Academia de Belas Artes como pintor.

Em 1907 e após duas rejeições para entrar na Academia, Hitler entendeu que tinha uma saída na arquitetura para se manter na área artística, mas sua falta de estudos tornou esse um sonho distante. Nesse mesmo ano, sua mãe faleceu, o que obrigou o jovem Hitler a sair de casa e buscar sua própria fonte de renda, já que a pensão de seu pai não bastava para sustentar a família. Essa necessidade o levou novamente para Viena, para insistir mais uma vez na Academia de Belas Artes, mais uma vez sem sucesso, mas dessa vez Hitler foi para Viena com intuito de permanecer por mais tempo e até mesmo, morar na capital.

Seu tempo de moradia na cidade mais próspera do Império Austríaco foi de residências modestas e vida miserável. Sua aversão pelo trabalho fazia com que tivesse que conseguir renda complementar para bancar sua vida. Esse período, de 1908 a 1913, marcou o início do sentimento antissemita e de toda raiva racial que conquistou. Com acesso a uma imprensa racista, Hitler se esbaldava em jornais e, como futuramente entenderia, foi sugado por ideias da imprensa que o levavam sempre a enxergar, tanto os social-democratas, como os judeus como um povo que não pertencia aquele lugar.

Em 1913, Hitler vai para Munique. Após anos de marasmo e vadiagem, encontrou na cidade Bávara, prestes a mergulhar na Primeira Guerra Mundial, um alimento para seu ódio racista e nacionalista. Todos os dias havia passeatas patriotas e movimentos sindicalistas que recebiam Hitler de braços abertos, mas foi em 1914 que sua vida militar começaria.

Em 03 de agosto de 1914, dois dias depois da Alemanha declarar guerra à Rússia, Hitler solicitou lutar como austríaco no exército bávaro, pedido que foi atendido no dia dezesseis do mesmo mês, quando Hitler foi designado para o 16º Regimento de Reserva de Infantaria da Baviera formado majoritariamente por recrutas inexperientes. Dois meses e meio depois de sua entrada no exército e com pouco treinamento, todo seu regimento partiu de trem para o campo de batalha da Flandres. Seis dias após chegar em Lille, seu regimento foi esmagado e reduzido de 3600 homens para 611. Esse período tirou toda sensibilidade e compaixão que ainda restava em Hitler para com a raça humana.

HITLER descreve essa primeira luta em seu livro:

Que reminiscências! Em outubro e novembro de 1914, tínhamos ali recebido nosso batismo de fogo. Com o coração ardendo de patriotismo e com canções nos lábios, tinha o nosso novo regimento seguido para a batalha, como para uma festa. O sangue mais caro era dado com prazer à Pátria, pensando cada um com isso garantir à Nação a sua independência e a sua liberdade.

Um mês após essa primeira batalha, Hitler foi promovido a Cabo e essa seria sua última promoção no exército alemão. Seu desempenho na guerra teve destaque quando exerceu papel de mensageiro, e chegou a receber a Cruz de Ferro por honrosos serviços prestados, mas nunca se destacou como combatente. Não levava jeito para o confronto direto e, em certos aspectos, o evitava. Sua passagem pela guerra foi discreta e imperceptível, mas a herança deixada foi eterna.

Em novembro de 1918, Hitler