Trabalho Sobre o Estado para Marx e Hegel
Por: José Lucas P.S • 11/12/2019 • Ensaio • 871 Palavras (4 Páginas) • 282 Visualizações
UFCG – Universidade Federal de Campina Grande
CH – Centro de Humanidades
UACS – Unidade Acadêmica de Ciências Sociais
Área de Política
Disciplina: Teoria Política II
Prof.ª Gonzalo Adrián Rojas
Aluno: José Lucas Pereira da Silva Matrícula: 116130822
Estado em Marx e Estado em Hegel
Para Maquiavel “O Estado é onipresente, exerce força ao mundo dos homens e tem a capacidade de exercer a sua plenitude”, ele não trabalha uma definição exata de Estado, ele abre várias discussões sobre o conceito; ele ressalva que em linhas gerais o Estado está presente em todos os setores da vida humana. Existem diversas definições de Estado, mais aqui iremos dá ênfase as definições de Hegel e a de Marx, opondo-se a definição do primeiro.
“O Estado é a realidade em ato da ideia moral objetiva, o espírito como vontade substancial revelada, clara para si mesma, que se conhece e se pensa, e realiza o que sabe e por que sabe. ” (HEGEL, 2009 p. 257: 216). Para o autor o Estado torna-se necessário para estabelecer as instituições da família e da sociedade civil, sem ele elas talvez não existissem. O Estado em Hegel é um atenuador, ou seja, o que encurta, em uma realidade coletiva, a totalidade dos interesses contraditórios entre os indivíduos.
O pensamento de Karl Marx é oposto, ele nega que família e sociedade civil compõem a base do Estado e este é instrumento da classe dominante na sociedade civil; o Estado para ele não reproduz o bem coletivo e não excede as contradições e os interesses universais. Dessemelhantemente de Hegel, Marx reitera que a sociedade civil, entendida como o conjunto de relações econômicas é que explica o surgimento do Estado, seu caráter, suas leis e assim por diante.
Em Marx o Estado não é absoluto e também não é a base da sociedade. “Hegel parte do Estado e faz do homem o Estado subjetivado; a democracia parte do homem e faz do Estado o homem objetivado”, Alega Marx. A razão e a justiça são estabelecidas de acordo com quem assume o poder, e esse poder para Hegel é o Estado, a expressão da razão numa dialética histórica, incompatível ao pensamento de Kant que seria numa possível razão eterna subjetivista, e cuja a paz perpétua se mantém quando todos consentirem em todas as coisas.
Para Hegel “o fim do Estado seja o interesse universal como tal e que, nisso, seja a conservação dos interesses particulares como substância desses últimos”. Entende-se que a finalidade do Estado enquanto casualidade de sua existência, sendo a conservação dos interesses particulares; ou num léxico marxista, dos interesses da classe burguesa. Segue a assertiva de Marx:
Por meio da emancipação da propriedade privada em relação à comunidade, o Estado se tornou uma existência particular ao lado e fora da sociedade civil; mas este Estado não é nada mais do que a forma de organização que os burgueses se dão necessariamente, tanto no exterior como no interior, para garantia recíproca de sua propriedade e os seus interesses. (MARX, 2007, p. 75)
Fica claro que o Estado é um instrumento de uma classe economicamente forte e que surge das relações de produção em interesse dos burgueses, tornando os interesses particulares em geral. O Estado gerado pelo modo de produção capitalista visa validar a exploração da mais-valia “mais ainda: com o desenvolvimento tecnológico e da divisão do trabalho, avoluma-se a quantidade de horas de serviço” (MARX, 1985) e manter a lei de propriedade privada. O direito, intervindo pela ideologia da classe dominante, burguesa, garante a posse da propriedade e seus interesses tanto interno quanto externo permitindo a existência do Estado.
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