A Antropologia Cultural e Suas Subdivisões
Por: Marcos Akenaton Mendes • 19/1/2021 • Resenha • 3.497 Palavras (14 Páginas) • 322 Visualizações
Disciplina: Antropologia Cultural.
Identificação da tarefa: Tarefa 2. Envio de arquivo.
Pontuação: 15 pontos.
Tarefa2
A segunda tarefa desta disciplina tem como foco central o assunto abordado no Capítulo 2 - Antropologia Cultural e Suas Subdivisões. Objetivamos desta forma, que seja construída uma resenhasobre a temática em questão.
A tarefa deve ser apresentada com a seguinte estrutura:
- Capa;
- Desenvolvimento (mínimo de 3 laudas);
- Referências bibliográficas.
O trabalho deve apresentar a formatação de acordo com as normas da ABNT.
Antropologia Cultural e Suas Subdivisões
Antropologia Cultural: Definições
No primeiro momento a Antropologia anunciada como o estudo do Homem é pouco esclarecedor, principalmente quando pensamos no plano mais amplo das demais disciplinas que compõem as humanidades. Embora para compreender as definições possíveis, os métodos e os campos de ação da Antropologia cultural, é relevante desfazer logo de início um equívoco muito comum, aquele que associa o antropólogo exclusivamente ao estudo das chamadas sociedades primitivas, simples ou selvagens. Basicamente, muitas pessoas ainda acreditam que se tornar antropólogo, por exemplo, é o equivalente a estudar necessariamente uma das dezenas de etnias indígenas espalhadas pelo país, principalmente aquelas que habitam aldeias localizadas em áreas distantes das cidades. Essa percepção, embora hoje anacrônica, está diretamente vinculada ao próprio desenvolvimento da disciplina que, no seu nascer como ciência, se dedicava ao estudo das sociedades então entendidas como não civilizadas, quando comparadas ao padrão mais geral da Cultura Ocidental. Nos últimos séculos, as sociedades, antes geograficamente isoladas, sofreram um brutal processo de integração e globalização tecnológica. Geertz afirmou, em meados dos anos 1990, que “[as terras altas da Nova Guiné, certas regiões da Amazônia e talvez algumas partes do Ártico ou da África]” (2001, p. 88), eram os únicos lugares do planeta que ainda poderiam se candidatar como lar de povos isolados não é mais plausível associar a idéia de cultura apenas às expressões humanas reivindicadas e reconhecidas como produto do mundo ocidental europeu, herdeiro das raízes clássicas da Antigüidade Greco-Romana. Desde, pelo menos, a segunda metade do século XX, intelectuais, políticos, religiosos, movimentos sociais e ONGs (Organizações Não Governamentais) lutam pelo reconhecimento mundial da compreensão de que as várias formas de expressão humana, produzidas e pactuadas como válidas por diferentes grupos humanos em todos os tempos e todos os lugares, são equivalentes. Devem, portanto, ser estudadas, compreendidas e respeitadas. Infelizmente, para muitas pessoas e governos, esses ainda são ideais difíceis de serem alcançados num mundo com vínculos aos conflitos e guerras que fundem diferenças históricas entre povos, disputas por territórios e interesses comerciais. No entanto, se por um lado a pluralidade cultural é desejável para o desenvolvimento de alternativas ao conceito contemporâneo de civilização, por outro, segundo o antropólogo norte-americano Clifford Geertz, os múltiplos significados atribuídos nas últimas décadas ao conceito de cultura precisam de restrição. Se a cultura se torna o mote, a doença e o remédio de tudo, ela passa a não explicar nada. Segundo o antropólogo francês François Laplantine, a solução foi compreender que a Antropologia não se define pelo seu objeto empírico de estudo (o primitivo, o não civilizado, o exótico), mas por um olhar específico, uma maneira própria de interpretar e compreender o que faz do homem humano em cada lugar e em todos os lugares, em cada época e em todas as épocas.
É precisamente esse ponto de vista da totalidade, e o fato de que o antropólogo procura compreender, como diz Lévi-Strauss, aquilo que os homens 'não pensam habitualmente em fixar na pedra e no papel' (nossos gestos, nossas trocas simbólicas, os menores detalhes dos nossos comportamentos), que faz dessa abordagem um tratamento fundamentalmente diferente dos utilizados setorialmente pelos geógrafos, economistas, juristas, sociólogos, psicólogos [...] A antropologia não é apenas o estudo de tudo que compõe uma sociedade. Ela é o estudo de todas as sociedades humanas (a nossa inclusive), ou seja, das culturas da humanidade como um todo em suas diversidades históricas e geográficas (LAPLANTINE, 2006, p. 20).
A antropologia busca uma explicação totalizadora do homem, que leve em conta a dimensão biológica, psicológica e cultural; em segundo lugar, a perspectiva antropológica possui uma dimensão temporal muito mais abrangente, abarcando tanto o momento atual quanto o passado da humanidade. São essas as características, que diferenciam a antropologia das demais ciências humanas. A Antropologia cultural parte do pressuposto de que as características humanas são adquiridas historicamente, não são inatas. Não nascemos necessariamente predestinados a sermos mais ou menos inteligentes porque nossa caixa craniana é maior ou menor. Não somos mais ou menos propensos à atividade intelectual porque nascemos em terras mais frias ou mais quentes, ou porque a cor da nossa pele é mais clara ou mais escura. Não somos mais alegres ou tristes por descendermos de suíços ou italianos. Ter como pai Albert Einstein (1879-1955) não garante ao filho ser um físico brilhante. De maneira geral, para os diversos antropólogos culturalistas contemporâneos o que distingue os homens e as mulheres dos demais seres vivos do planeta é a capacidade de aprender com os ancestrais e transmitir às gerações futuras o conhecimento acumulado durante séculos.
“o estudo dos paradigmas é o que prepara basicamente o estudante para ser membro da comunidade científica determinada na qual atuará mais tarde. uma vez que ali o estudante reúne-se a homens que aprenderam as bases de seu campo de estudo a partir dos mesmos modelos concretos, sua prática subseqüente raramente irá provocar desacordo declarados sobre pontos s fundamentais. homens cuja pesquisa está baseada em paradigmas compartilhados estão comprometidos com as mesmas regras e padrões da prática científica. esse comprometimento e consenso aparente que produz são pré-requisitos para a ciência normal, isto é, para a gênese e a continuação de uma tradição de pesquisa determinada” (Kuhn, 1989, p. 30-31).
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