A DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR: UMA REFLEXÃO SOBRE A RELAÇÃO PEDAGÓGICA
Trabalho Escolar: A DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR: UMA REFLEXÃO SOBRE A RELAÇÃO PEDAGÓGICA. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: hapel • 25/1/2015 • 3.219 Palavras (13 Páginas) • 648 Visualizações
A DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR: UMA REFLEXÃO SOBRE A RELAÇÃO
PEDAGÓGICA
TEACHING IN HIGHER EDUCATION: A REFLECTION ON THE RELATIONSHIP
PEDAGOGICAL
EVA KARINA BEZERRA FIGUEIREDO
RESUMO
Este artigo trata de estudos relativos à pedagogia universitária e à aprendizagem docente, buscando explicitar as relações e os novos sentidos da professoralidade. Assim refletir sobre as formas de intervenção pedagógica pode contribuir para a construção da professoralidade à medida que esse processo reflexivo possibilita responder a determinadas condições, compreendendo a experiência como princípio e não como momento de culminância da aprendizagem docente. Portanto, a pedagogia universitária pode ser pensada como um campo em construção, no qual podemos analisar e compreender os fenômenos de aprender e de ensinar as profissões e, sobretudo, um lugar no qual a docência universitária em ação pode ser revisitada e reconstruída.
Palavras-chave: Pedagogia universitária. Aprendizagem docente. Professoralidade. Docência superior.
ABSTRACT
This article comes from studies on university pedagogy and teacher learning, trying to show the relationships and new ways of professoralidade. So reflect on ways of pedagogical intervention can contribute to the construction of professoralidade as this reflective process enables respond to certain conditions, including experience as a principle and not as a moment of culmination of teacher learning. Therefore, the university pedagogy can be thought of as a field under construction, in which we can analyze and understand the phenomena of learning and teaching professions and, above all, a place where university teaching in action can be revisited and rebuilt.
Keywords: University Pedagogy. Teacher learning. Professoralidade. Teaching higher.
INTRODUÇÃO
Neste artigo abordamos a docência que nos remetem à compreensão das relações e dos novos sentidos da professoralidade, no contexto da educação superior. Nessa perspectiva, entendemos que a pedagogia universitária caracteriza-se por ser um campo disciplinar em construção, que vem sendo consolidado como parte de um conjunto de práticas com características próprias, por meio de processos de fazer e pensar a ação docente e sua repercussão nos processos formativos para a docência, assumindo-se como um campo gerador de diversidade
Logo, acreditamos que, compreendendo quais concepções os professores têm sobre suas práticas nesse nível de ensino e como estas se consolidam ao longo de sua formação profissional, é possível a reconstrução das bases epistemológicas, capazes de colaborar para o entendimento do processo de apreender a docência. Nesse contexto, é imprescindível reconhecermos o processo de construção pedagógico e epistemológico como contínuo, envolvendo o que os professores veem, o que acreditam e o que fazem, compreendendo a experiência como princípio e não como momento de culminância de suas aprendizagens. Ao mesmo tempo, não podemos falar em aprendizagem docente sem referência aos discentes em seus processos formativos, pois, à medida que os professores são formadores, também se formam.
A construção da aprendizagem de ser professor, portanto, é colaborativa, faz-se na prática de sala de aula e no exercício de atuação cotidiana da universidade. É uma conquista social, compartilhada, que envolve trocas e representações. Com essa postura, o professor está produzindo sua professoralidade, o que implica não só em dominar conhecimentos, saberes, fazeres de determinado campo, mas também na sensibilidade em termos de atitudes e valores que levem em conta os saberes da experiência. Esta, contudo, precisa ser entendida a partir de uma ótica de reflexão sistemática na qual o foco está nas relações interpessoais, componente intrínseco ao processo de ensinar, aprender, formar-se e, consequentemente, desenvolver-se profissionalmente.
UMA ANÁLISE SOBRE A PRÁTICA DOCENTE
O aprofundamento dessa discussão remete-nos em primeiro lugar à retomada do conceito de pedagogia universitária entendida como um campo de aprendizagem da docência que envolve a apropriação de conhecimentos, saberes e fazeres próprios ao magistério superior, estando vinculados à realidade concreta da atividade de ser professor em seus diversos campos de atuação e em seus respectivos domínios. Assim, o impulso que direciona a aprendizagem docente é representado por sentimentos que indicam sua finalidade geral, bem como o estabelecimento de objetivos específicos, a partir da compreensão do ato educativo (ISAIA, 2007a, 2008).
Corroborando com esta concepção de aprendizagem docente temos as vozes de professores.
[...] então eu chamo isso, que a aula tem de ser em tempo real e quando se faz isso você mesmo dentro da sala de aula pode criar, pode descobrir, pode reorganizar conhecimentos seu, porque você esta raciocinando na sala de aula, você não leva aula, você constrói seu raciocínio na hora, ai você mesmo se constrói, cada vez que você vai tratar de um assunto você descobre coisas novas, organiza, entende razoes que você ainda nunca tinha entendido [...].
Nesse diálogo, as narrativas dos professores explicitam outro conceito basilar - conhecimento compartilhado - que envolve as noções de aprendizagem colaborativa e de aprendizagem docente colaborativa. A primeira pode ser compreendida a partir da dinâmica das trocas entre pares/docentes/discentes, o que implica a autonomia dos sujeitos envolvidos nesse processo, permitindo-lhes, a partir da reestruturação individual dos seus esquemas de conhecimento, resolver diferentes situações didático-pedagógicas e profissionais. O compartilhar de ideias, inquietações, dúvidas e ajuda pressupõe atividades colaborativas, favorecendo o avanço do processo formativo em andamento (BOLZAN, 2002, 2007, 2008; BOLZAN; ISAIA, 2006, 2007). A segunda é entendida como o processo pelo qual o professor apreende a partir da análise e da interpretação de sua própria atividade e dos demais via compartilhamento de ideias, saberes e fazeres. Implica atividade conjunta e pressupõe um processo interdiscursivo e intersubjetivo, pois é através dessa relação plural, interativa e mediacional que a aprendizagem se dá, envolvendo um movimento de construção e reconstrução de ideias e premissas
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