A Influencia Do Positivismo No Serviço Social Brasileiro

A influencia do positivismo no Serviço Social brasileiro

O positivismo, paradigma que norteou as ações dos assistentes sociais na década de 1930, com seu discurso de “ordem e progresso” foi favorável aos objetivos da burguesia dominante. Ele pregava a “conciliação de classes”, na verdade a submissão da massa de trabalhadores aos industriais que deveriam ser os responsáveis em encaminhar o bem ordenado progresso positivista. Para este paradigma a sociedade é um corpo que precisa conservar seus diversos órgãos no correto funcionamento: há um lugar para o cérebro representado pela classe industrial, e outro para os braços e pernas representados pela massa trabalhadora. Neste modelo de harmonia corporal, os cientistas sociais deveriam se colocar a serviço do Estado, da ordem burguesa, e não mais se deixarem sintonizar com atividades revolucionárias. A conciliação de classes seria, para os positivistas, o seu objetivo maior.

Essa perspectiva positivista foi absorvida pelo Serviço Social brasileiro em seu início e repercutiu em sua prática. O surgimento da profissão de assistente social no Brasil se deu por um conjunto de fatores, entre eles a necessidade da ordem capitalista apoiada pelo Estado em oferecer uma resposta à pressão do proletariado, sobretudo a demanda das expressões da questão social, e a forte influência da ideologia da Igreja Católica. Cabe salientar, que o Serviço Social na Europa já havia se desenvolvido, e desta forma pôde influenciar o trabalho dos profissionais no Brasil.

Sendo assim, podemos exemplificar a repercussão do positivismo na prática profissional dos assistentes sociais, na década de 1930, pelo trabalho moral e ao mesmo tempo religioso, junto aos indivíduos considerados marginalizados, de forma com que estes pudessem ser reintegrados à sociedade, já que eram culpabilizados pela situação em que se encontravam, e sua função era executar um mecanismo de controle, sendo organizadora do caos social, que tornava-se cada vez maior com a expansão das expressões da questão social, tais como fome, miséria, desemprego, enfermidades entre outras. O Serviço Social surgiu como uma profissão feminina, pois mulheres da classe dominante foram as primeiras “agentes sociais”, e sua ação profissional consistia na ajuda, no cuidado, no ensino, prática esta originada nas ações de “ajuda ao pobre”.