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A REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932: A ELITE CONTRA A DITADURA

Por:   •  8/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  4.402 Palavras (18 Páginas)  •  214 Visualizações

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A REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932: A ELITE CONTRA A DITADURA

ARAÚJO, Giselda[1]

RESUMO

        A presente pesquisa aborda questões relacionadas à revolução constitucionalista de 1932, quando o presidente Getúlio Vargas chegou ao poder por meio de um golpe, após perder a eleição de 1930. No entanto, havia uma insatisfação no estado de São Paulo devido à extinção da política café-com-leite, levando a elite do estado à revolta. Por isso, objetivou-se analisar a ocorrência do golpe dado por Getúlio Vargas, bem como a situação de 1932 que ocasionou a revolução constitucionalista. Para que o objetivo proposto fosse atendido, buscou-se como metodologia uma pesquisa de revisão de literatura, com base em registros históricos, livros e artigos que oferecem informações para a construção desta pesquisa. Pelo encontrado nas fontes pesquisadas, foi possível perceber que com a extinção da política café-com-leite imposta por Getúlio Vargas, a elite paulista sentiu efeitos financeiros e econômicos dessa extinção, e motivou demais classes a ingressar nessa luta, passando de um movimento elitista a um movimento da sociedade paulista como um todo. O resultado dessa revolução foi a convocação da Assembleia Constituinte, desdobrando na promulgação da Constituição de 1934.

Palavras-chave: revolução. Constituição. Elite paulista.

1. INTRODUÇÃO

A Revolução constitucionalista de 1932 ou a Guerra Paulista, foi um movimento armado ocorrido no Brasil entre os meses de julho e outubro de 1932, onde o estado de São de Paulo visava a derrubada do governo provisório de Getúlio Vargas e a promulgação de uma nova constituição para o Brasil.

Fausto (2006) relata que a revolução de 32 uniu os diferentes setores sociais, os cafeicultores que pertenciam a classe média indo até o setor industrial. A luta pela constitucionalização do país, da autonomia de São Paulo, tudo foi tendo outra dimensão com o uso da radio sendo amplamente utilizada para chamar a população e contribuir para a aversão a era “Getulista”, que segundo o Estado de São Paulo, este pisoteou o Estado com “botas militares” traindo os ideais democráticos.

Como Vargas não atendeu as reivindicações dos paulistas, maio de 1932 começaram uma série de manifestações de rua, contrários ao governo Vargas.

Como nos relata Villa (2008) e Maluf (1986), através destas manifestações, pode se ver a dimensão da forte reação policial, que ocasionou a morte de quatro estudantes (Martins, Miragaia, Draúsio e Camargo). As iniciais dos nomes destes (MMDC) transformou-se no símbolo da revolução, onde se arrastaram para 87 dias de combates, de 9 de julho a 4 de outubro de 1932; os últimos dias depois da rendição paulista, com um saldo negativo de 934 mortos, embora estendidos a não oficiais, reportem até 2.200mortos, sendo que inúmeras cidades do interior do estado de São Paulo sofreram danos aos combates.

Praticamente sitiado, São Paulo se viu sem alternativa para conseguir armamentos, passou a arrecadar ouro doado por seus moradores e tentou comprar armas dos Estados Unidos, mas o navio foi interceptado pela marinha.

Com tantos problemas, a revolução foi derrotada. Em 2 de outubro, na cidade de Cruzeiro, as forças paulistas se entregaram ao lado da ofensiva federal. Apesar de ter sido derrotado no campo de batalha, politicamente o movimento atingiu seus objetivos. A luta pela constituição foi fortalecida, em 1933 as eleições foram realizadas colocando o civil armando Sales como governador do estado.

        No entanto, essa revolução levou à convocação da Assembleia Constituinte no ano de 1932, que contribuiu para a promulgação da Constituição de 1934.

        Desta forma, buscou-se como objetivo analisar a ocorrência da Revolução Constitucionalista de 1932 e seus efeitos na promulgação da Constituição de 1934, à partir do movimento elitista que levou a sociedade paulista às armas.

        A compreensão deste tema contribui de maneira fundamental para a evolução da legislação brasileira à partir da participação popular no movimento que contribuiu de forma grandiosa para a elaboração e promulgação da Constituição Federal de 1934, influenciando as relações pessoais, econômicas e financeiras das diversas classes sociais.

        Assim sendo, utilizou-se como metodologia a revisão de literatura, buscando em livros, artigos e registros históricos, informações que dessem respaldo à pesquisa.

        A divisão do estudo aqui descrito se deu da seguinte maneira: abordagem e descrição do panorama histórico da revolução de 1932, causas, consequências e a participação da elite no processo.

2. A REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932: A ELITE CONTRA A DITADURA

        A pesquisa aqui descrita aborda a revolução constitucionalista de 1932, abordando a maneira pela qual a elite do estado de São Paulo influenciou a sociedade de maneira a oferecer resistência ao governo de Getúlio Vargas, a ponto de contribuir para a promulgação de uma Constituição Federal no ano de 1934.

        Para elaboração da pesquisa foi necessária a escolha de uma metodologia que atendesse aos objetivos aqui propostos. Por se tratar de um momento histórico na vida do país, acredita-se que o levantamento de informações possa ser realizado por meio de uma revisão de literatura.

        Neste sentido, considera-se que a revisão de literatura seja, conforme citado por Echer (2001):

Imprescindível para a elaboração de um trabalho científico. O pesquisador deve acreditar na sua importância para a qualidade do projeto e da pesquisa e que tudo é aproveitável para os relatórios posteriores. Na elaboração do trabalho científico é preciso ter uma ideia clara do problema a ser resolvido e, para que ocorra esta clareza, a revisão de literatura é fundamental.

        Pelo exposto, a revisão de literatura é um método de pesquisa que tem por objetivo trazer qualidade de informações ao estudo. Para o desenvolvimento desta pesquisa foi utilizada a revisão de literatura narrativa, que conforme Mendes et al (2008), afirma:

A revisão narrativa não utiliza critérios explícitos e sistemáticos para a busca e análise crítica da literatura. A busca pelos estudos não precisa esgotar as fontes de informações. Não aplica estratégias de busca sofisticadas e exaustivas. A seleção dos estudos e a interpretação das informações podem estar sujeitas à subjetividade dos autores. É adequada para a fundamentação teórica de artigos, dissertações, teses, trabalhos de conclusão de cursos.

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