A Teoria das Elites
Por: Giulia Di Giovani • 14/10/2018 • Relatório de pesquisa • 883 Palavras (4 Páginas) • 247 Visualizações
TEORIA DAS ELITES
Quando pensamos em elites, nos vem à cabeça a ideia de um grupo distinto que possui privilégios, por outro lado quando pensamos em democracia, temos a imagem de um governo de todos/maioria; assim como é citado o termo democracia, logo nos remetemos ao período clássico da Europa, mais precisamente Grécia e Roma que foram o berço da civilização e base da democracia.
Entretanto, dois autores – Locke e Platão – são contrários a essa ideia de governo para todos, pois ambos reconhecem a desigualdade entre os homens e a harmonia social se daria pelo reconhecimento disso. Eles acreditavam que quem deveria governar eram as elites, grupos privilegiados os quais detém o conhecimento e a moral de uma sociedade.
Tais ideias se tornaram ensaios e a posteriori ficou conhecido como A TEORIA DAS ELITES, cujo principais teóricos são: Mosca, Pareto, Michels, Shumpeter e Dahl. As principais características das Teorias das Elites são:
- Todos os sistemas políticos têm uma relação de dominação entre os homens. A sociedade é dividida em dois grupos, um que governa e outro que é governado.
- Os elitistas recusam o campo das ideias abstratas e ideias fúteis, pois tem como base a realidade (nesse sentido são contrárias as ideias de Marx, Rousseau, etc.)
- Para os elitistas, a desigualdade é a condição necessária de toda a sociedade e a ideia de igualdade é inadequada para compreender as teorias reais do funcionamento da política.
Mosca é um autor italiano e foi o primeiro teórico das elites, ele apontava que toda sociedade possuía uma minoria detentora do poder e uma maioria na qual o poder era exercido, ou seja, governantes e governados, para além disso, o autor também acreditava que existiam vários poderes, no entanto, o mais importante era a força política que provia das elites. Essa elite, para Mosca, era caracterizada por três elementos básicos: a riqueza, o lugar social de nascimento e o mérito pessoal. Dessa forma, o grupo dominante (no caso a minoria) defendia o poder e esse poder destacava-se em qualquer forma, sistema político ou governação.
Outro teórico das elites foi o francês, e seguidor de Mosca, Pareto, sua preocupação era tentar interpretar os fenômenos sociais entre as diferentes classes de elites onde destacava-se a elite dos políticos a elite econômica. O autor trazia um debate sobre a decadência das elites, onde estas lutavam entre si para sua sucessão. Para o autor, em qualquer sociedade os homens seriam desiguais entre os indivíduos contribuindo para a desigualdade das elites, já que tal posicionamento era parte de uma ordem natural.
Já o alemão Michels, analisou a dinâmica política democrática através da observação dos partidos políticos de massa. Ele observou que que dentro dos partidos políticos democráticos, existia uma forte tendência a elitização (aquilo que ele chamou de lei de ferro das oligarquias – governo de alguns). O autor mostrou que a elitização ocorria até dentro dos partidos políticos de massa.
Para Shumpeter, a ideia de representantes retratarem a vontade geral para o bem comum consistia num erro, pois não haveria consenso sobre o bem comum que incluiria a todos, além de que a natureza humana seria movida de modo irracional. As elites para o autor, usavam diferentes estratégias para conseguirem votos e só atuavam em favor dos interesses dos eleitores na medida em que estes refletiam aos interesses da própria elite.
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