A linha tênue entre liberdade de expressão e o discurso de ódio no âmbito virtual

A linha tênue entre liberdade de expressão e discurso de ódio no âmbito virtual

O mundo alcançou muitos progressos durante os anos, um deles foi a tão almejada liberdade de expressão, ou seja, poder se impor, falar o que pensa sem correr risco de sofrer represálias. Dito isso, é sabido também que uma boa parte da população usufrui das redes sociais como meio de comunicação, onde fazem comentários, publicam fotos e compartilham seus momentos e opiniões quase sobre tudo que nos rodeia. Porém, é possível visualizar muitas vezes que a sociedade ainda não compreendeu com totalidade que há uma linha muito tênue e fácil de ser ultrapassada entre a liberdade de expressar suas opiniões e a de apresentar um discurso de ódio.

Encontra-se na Constituição Federal, mais precisamente em seu artigo 5º, incisos IV e IX, legislação que garante à todos a liberdade de manifestar seus pensamentos, mas vale lembrar que não deve-se levar como regra absoluta, uma vez que a nossa liberdade deve ir até onde não invade a do outro. Com o uso mais frequente das redes sociais e o famoso “se esconder atrás da tela”, as pessoas tem respeitado cada vez menos a forma de viver e pensar que existem diferentes das suas e com a velocidade com que a internet propaga as informações é cada vez mais comum encontrarmos pessoas sendo hostilizadas e agredidas virtualmente.

É importante entender dessa forma, que a partir do momento que um indivíduo se refere a outro (s) com intenção de insultar, perseguir, violentar, não é mais sua opinião e muito menos sua liberdade, é seu ódio para com o outro e invadir o espaço alheio e praticar de atos violentos, sejam físicos ou psicológicos – que é o caso do mundo virtual –, também é errado constitucionalmente falando. Conclui-se portanto, a necessidade de se repensar até onde você pode ir para não atingir o outro e cada vez mais trabalhar a tolerância e saber que sempre terá alguém que pensará diferente e nem por isso é mais ou menos digno de respeito. Assim como, as redes sociais deveriam cada vez mais buscar ferramentas de privacidade e rastreamento de textos que incitam ao ódio e os legisladores criarem e aplicarem as leis que punam essa prática de se expressar.