ANTROPOLOGIA GERAL
Pesquisas Acadêmicas: ANTROPOLOGIA GERAL. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: moises20lima04 • 29/5/2014 • 9.750 Palavras (39 Páginas) • 427 Visualizações
ANTROPOLOGIA GERAL
Compilada por: Moisés V. de Lima *
* Bacharel em Teologia, Pedagogo, Pós-graduando em Docência do Ens. Superior, Graduando em Adm. Pública.
INTRODUÇÃO
O que é Antropologia:
Antropologia é uma ciência que se dedica ao estudo aprofundado do ser humano . É um termo de origem grega, formado por “anthropos” (homem, ser humano) e “logos” (conhecimento).
A reflexão sobre as sociedades, o homem e o seu comportamento social é conhecida desde a Antiguidade Clássica através do pensamento de grandes filósofos, destacando-se o grego Heródoto que é considerado o pai da História e da Antropologia.
No entanto, foi somente com o Movimento Iluminista no século XVIII que a Antropologia se desenvolveu como ciência social, através do aprimoramento de métodos e classificações para a raça humana. Neste período, o relato de viajantes, missionários e comerciantes sobre os hábitos dos nativos das novas terras descobertas e os debates sobre a condição humana, foi muito importante para o desenvolvimento dos estudos antropológicos. Estudar o ser humano e a diversidade cultural envolve a integração de diversas disciplinas que procuram refletir sobre as dimensões biológicas, sociais e culturais, sendo as principais áreas:
- Antropologia Física ou Biológica – estuda os aspectos genéticos e biológicos do homem;
- Antropologia Social: analisa o comportamento do homem em sociedade, a organização social e política, as relações sociais e instituições sociais.
- Antropologia Cultural – investiga as culturas no tempo e espaço, envolvendo os costumes, mitos, valores, crenças, rituais, religião, língua.
A Antropologia Cultural subdivide-se em outras especialidades como: Etnografia, Etnologia, Arqueologia e Linguística.
Existe ainda a Antropologia Bíblica, que é uma disciplina do curso de Teologia. Nessa área estuda-se o homem de acordo com o que está exarado nas páginas da Bíblia.
A divisão clássica da Antropologia distingue a Antropologia Cultural da Antropologia Biológica. Cada uma destas, em sua construção, abrigou diversas correntes de pensamento.
Pode-se afirmar que há poucas décadas a antropologia conquistou seu lugar entre as ciências. Primeiramente, foi considerada como a história natural e física do homem e do seu processo evolutivo, no espaço e no tempo. Se por um lado essa concepção vinha satisfazer o significado literal da palavra, por outro restringia o seu campo de estudo às características do homem físico. Essa postura marcou e limitou os estudos antropológicos por largo tempo, privilegiando a antropometria, ciência que trata das mensurações do homem fóssil e do homem vivo.
1. A ANTROPOLOGIA NO TEMPO E NO ESPAÇO
A Antropologia, sendo a ciência da humanidade e da cultura, tem um campo de investigação extremamente vasto: abrange, no espaço, toda a terra habitada; no tempo, pelo menos dois milhões de anos e todas as populações socialmente organizadas. Divide-se em duas grandes áreas de estudo, com objetivos definidos e interesses teóricos próprios: a Antropologia Física (ou Biológica) e a Antropologia Cultural, para alguns autores sinônimo de antropologia social, que focaliza, talvez, o principal conceito desta ciência, a cultura. Segundo o Museu de Antropologia Cultural da Universidade de Minnesota, a antropologia cultural abrange quatro tópicos gerais que por sua vez subdivide-se e constituem-se como especialidades: Etnografia / Etnologia, Linguística aplicada à antropologia e Arqueologia. A cultura e a mitologia correspondem ao desejo do homem de conhecer a sua origem, ou produzem um modo de autoconhecimento que é a identidade, diferenciando os grupos em função de suas idiossincrasias e adaptação em ambientes distintos.
Embora a grande maioria dos autores concorde que a antropologia se tenha definido enquanto disciplina só depois da revolução Iluminista, a partir de um debate mais claro acerca de objeto e método, as origens do saber antropológico remontam à Antiguidade Clássica, atravessando séculos. Enquanto o ser humano pensou sobre si mesmo e sobre sua relação com o "outro", pensou antropologicamente.
A Antropologia é o estudo do homem como ser biológico, social e cultural. Sendo cada uma destas dimensões por si só muito ampla, o conhecimento antropológico geralmente é organizado em áreas que indicam uma escolha prévia de certos aspectos a serem privilegiados como a “Antropologia Física ou Biológica” (aspectos genéticos e biológicos do homem), “Antropologia Social” (organização social e política, parentesco, instituições sociais), “Antropologia Cultural” (sistemas simbólicos, religião, comportamento) e “Arqueologia” (condições de existência dos grupos humanos desaparecidos). Além disso, podemos utilizar termos como Antropologia, Etnologia e Etnografia para distinguir diferentes níveis de análise ou tradições acadêmicas.
Para o antropólogo Claude Lévi-Strauss, a etnografia corresponde “aos primeiros estágios da pesquisa: observação e descrição; trabalho de campo”. A etnologia, com relação à etnografia, seria “um primeiro passo em direção à síntese” e a antropologia, “uma segunda e última etapa da síntese, tomando por base as conclusões da etnografia e da etnologia”.
Qualquer que seja a definição adotada é possível entender a antropologia como uma forma de conhecimento sobre a diversidade cultural, isto é, a busca de respostas para entendermos o que somos a partir do espelho fornecido pelo “outro”; uma maneira de se situar na fronteira de vários mundos sociais e culturais, abrindo janelas entre eles, através das quais podemos alargar nossas possibilidades de sentir, agir e refletir sobre o que, afinal de contas, nos torna seres singulares, humanos.
1.1 Primórdios da Antropologia
Homero, Hesíodo e os filósofos pré-socráticos já se questionavam a respeito do impacto das relações sociais sobre o comportamento humano; ou vendo este impacto como consequência dos caprichos dos deuses, como enumera a Odisseia de Homero e a Teogonia de Hesíodo, ou como construções racionais, valorizando muito mais a apreensão da realidade no dia a dia da experiência humana, como preferiam os filósofos pré-socráticos. Foi, sem dúvida, na Antiguidade Clássica que a "medida Humana" se evidenciou
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