Acesso Ou Dificuldade De Acesso Aos Serviços públicos
Casos: Acesso Ou Dificuldade De Acesso Aos Serviços públicos. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: irene33 • 3/10/2013 • 376 Palavras (2 Páginas) • 1.154 Visualizações
I. Concepções sobre pobreza, “questão social” e seu enfrentamento
N
este item visamos a apresentação comentada das diversas concep‑
ções hegemônicas, dentro da tradição liberal, sobre pobreza e
“questãosocial”,orientadasporinteressesdocapital enaperspecti‑
va daslutas de classes, que porsua vez determina asformastípicas
de intervenção nas mesmas.
1. As concepções hegemônicas de pobreza e “questão social”
no capitalismo concorrencial
A expressão “questão social” começa a ser empregada maciçamente a
partir da separação positivista, no pensamento conservador, entre o econômico
e o social, dissociando as questõestipicamente econômicas das “questõesso‑
ciais” (cf.Netto,2001,p.42).Assim,o“social”pode servistocomo“fatosocial”,
como algo natural, a‑histórico, desarticulado dos fundamentos econômicos e
políticos da sociedade, portanto, dosinteresses e conflitossociais.Assim,se o
problema social(a “questãosocial”)nãotemfundamentoestrutural,sua solução
também não passaria pela transformação do sistema.
Aorigemdesta separação são os acontecimentos de 1830‑48.Nomomen‑
to emque a classe burguesa perde seu caráter crítico‑revolucionário perante as
lutas proletárias(cf.Lukács, 1992, p. 109 e ss.),surge umtipo de racionalidade
que, procurando a mistificação da realidade, cria uma imagem fetichizada e
pulverizada desta. É o que Lukács chama de “decadência ideológica da
burguesia”.1
Segundo ele (1992, p. 123), “após o surgimento da economiamar‑
xista,seria impossível ignorar a luta de classes como fato fundamental do de‑
senvolvimento social,sempre que asrelaçõessociaisfossemestudadas a partir
1.Aluta de classe, diz Marx,significou “o dobre de finados da ciência econômica burguesa. Não inte‑
ressava maissaberse este ou aquele teorema era verdadeiro ou não; masimportava saber o que, para o ca‑
pital, era útil ou prejudicial”; “a investigação científica imparcial cedeu seu lugar à consciência deformada e
àsintenções perversas da apologética” (Marx, 1980, p. 11; também citado por Lukács, 1992, p. 110). Nessa
esteira, para Lukács, perante asrevoltas proletárias, “agora também fogem osideólogos da burguesia, pre‑
ferindo inventar osmais vulgares e insípidosmisticismos
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