Argumentação

É um fato extremamente significativo o forte ressurgimento da retórica ao longo do

século XX e o crescente interesse pelo seu estudo científico. Neste movimento,

a retórica aparece como um instrumento não apenas de um aprendizado de

técnicas oratórias para o seu uso social diante do tribunal ou de um auditório, mas

também, e sobretudo, como um domínio do saber humano capaz de fundamentar,

em novos termos, alguns dos problemas mais caros à filosofia e às ciências

humanas, tanto no que diz respeito à epistemologia e à ontologia, quando se lida

com o problema da verdade e o da natureza do conhecimento, quanto no que

diz respeito à filosofia política e à filosofia do direito, quando se trata de lidar com

o problema da justiça e da necessidade de estabelecer as condições de dizer o

direito e o que é o justo. Ao complementar as viradas linguística e hermenêutica

com uma virada retórica, a obra de Chaïm Perelman, juntamente com a de J.

Habermas, é a mais forte contribuição para este campo de problemas e debates

teóricos e práticos.

Programa

1. APRESENTAÇÃO À OBRA DE CHAÏM PERELMAN: FILOSOFIA DA

ARGUMENTAÇÃO E FILOSOFIA DO DIREITO

2. LÓGICA, RETÓRICA, DIALÉTICA E FILOSOFIA:

2.1. “Nova retórica” ou “nova dialética”? A herança aristotélica

2.2. Distinção entre demonstração e argumentação: estrutura monológica,

estrutura trilógica; evidência e juízo; justificação e prova;

2.3. Relação entre verdade e opinião: argumentação filosófica e argumentação

científica, o problema da objetividade na filosofia da argumentação;

2.4. Retórica como lógica dos juízos de valor e como lógica da invenção:

a) Fundamentos retóricos para a axiologia e a epistemologia;

b) A relação entre juízos de fato e juízos de valor;

c) Os lugares na argumentação e as hierarquias valorativas;

d) Espírito clássico e espírito romântico;

2.5. A racionalidade argumentativa como concepção alargada da razão histórica;

2.6. O papel da linguagem na argumentação

2.7. Retórica como pragmática e dialógica: a relação entre pensamento e ação e o

papel da decisão na argumentação e no conhecimento;

3. A ESTRUTURA TRILÓGICA