Artes sociais
Por: Bruna Mello Sales • 18/5/2016 • Trabalho acadêmico • 702 Palavras (3 Páginas) • 217 Visualizações
Centro de Artes e Comunicação
Psicologia da Comunicação – Thiago Soares
Emilayne Mayara dos Santos
Lauda do texto (O sujeito na contemporaneidade/ espaço, dor e desalento na atualidade – Joel Birman) capítulos 3 e 4.
As subjetividades se configuram de maneira explícita na sociedade, à medida que ocorrem mudanças que transformam o homem, a partir da racionalidade e do seu excesso. Tais subjetividades estão direcionadas as crises enfrentadas pelo sujeito da modernidade, com a “criação” do modelo de civilização. Ressaltando que o discurso freudiano do conceito de civilidade é referido ao iluminismo francês.
Tendo em vista as alterações no comportamento humano e mudança das relações dos sujeitos com o espaço e o tempo, os teóricos Fukuyama e Lasch criticam a constituição da cultura do narcisismo na atualidade. Onde o homem encontra recursos para propagar cada vez mais a produção e exaltação da imagem de si mesmo para o deleite do outro, o que o teórico Debord conceitua como Sociedade do espetáculo, um jogo de estética performática.
As transformações na contemporaneidade estabelecem uma mudança nas formas de mal-estar, sua causa principal seriam as frustrações tidas por não poder realizar desejos, ocasionando perturbações do espírito em decorrência das interdições que a modernidade constitui para os indivíduos. Mal-estar, não no seu sentido lato, mas no sentido subjetivo, segundo o discurso freudiano. Um conflito não de ordem física, mas de ordem social, pois o homem tende a afastar-se das suas práticas naturais e do próprio ambiente natural, para viver num modelo imposto para uma comunidade, obedecendo a padrões que os estabelecedores consideram essenciais para a convivência coletiva.
A psicanálise foi uma tentativa de resposta e solução para o mal-estar existente na modernidade. A partir da análise crítica, Freud traz levantamentos pertinentes ao comportamento da sociedade civilizada, em contrapartida a ordem natural onde todo homem pode ter uma ação “animalesca” – anticivilizatória - irracional a ponto de destruir seres da mesma espécie e de competição em situações de tensões, como ocorre nos períodos de guerras. “Seriam esses comportamentos, o que conduziria as subjetividades na modernidade às diferentes perturbações de espírito, articuladas sempre pelo narcisismo, pela violência, pela crueldade e pela destruição”.
A psiquiatria embasada nas neurociências surge para melhor solucionar o mal-estar presente na contemporaneidade, melhor solucionar no sentido de que os psiquiatras fazem uma análise mais imediata do mal-estar e combatem, receitando medicamentos, o mal-estar no próprio corpo, tendo em vista que é o corpo na sua matéria que apresenta todos os sintomas do mal-estar tido pelo sujeito. Inscrevendo-se no campo da racionalidade e da institucionalidade médica, o avanço e eficiência da indústria psicofarmacológica faz com que a psicanálise perca espaço e entre em crise.
O corpo e sua funcionalidade é a caixa de ressonância privilegiada do mal estar. O corpo é o único bem para os cidadãos do mundo contemporâneo, consequentemente a saúde se transforma no nosso ideal supremo. É no corpo que os sintomas de mal-estar se concentram é o que ocorre com, com a tensão – esgotamento – estresse, um estado permanente de mal-estar. O estresse é o maior mal-estar na contemporaneidade, já que está no fundamento de todos os demais. Seyle conceitua o estresse como um perigo para a ordem vital, reconhecido no registro psicossomático pela mediação do medo - os riscos - maior medo da civilização narcisista, pois os riscos se apresentam como ameaças de fracasso, ferindo o sujeito narcisista.
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