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As Relações Étnico Raciais

Por:   •  29/6/2020  •  Pesquisas Acadêmicas  •  3.136 Palavras (13 Páginas)  •  126 Visualizações

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  RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS

1. Introdução

A temática das relações étnico-raciais é mal conduzida no Brasil e em vez de trazer aspectos positivos, leva a um aumento da desigualdade e o preconceito. A população negra, que inclui pretos e pardos, segundo a classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, constitui 45% de toda a população, contudo as oportunidades, quase nunca, são as mesmas que as oferecidas à população branca.

Ainda que não seja explicita a segregação racial no país, as desigualdades são comuns e estão presentes no cotidiano da população brasileira. Acesso a educação, emprego, saúde e outras, são alguns exemplos de áreas onde dificilmente o negro tem as mesmas oportunidades que os brancos. Segundo IBGE existem cinco diferenciações de raças no Brasil, sendo: preto, branco, pardo, amarelos e indígenas. Entretanto as desigualdades estão presentes na forma de tratamento: “brancos” e “não brancos”, o que mostra a forma bipolar de estruturação das raças no país (HERINGER, 2002; SCHUCMAN, 2012).

O conceito de raça é oriundo da sociologia, fazendo sentido somente na teoria e corpo, visto que geneticamente, não há como diferenciar tais raças humanas. Trata-se de uma construção social, ligado à fisionomia e cor, basicamente. Outra vertente de construção é o lugar de onde veio o cidadão, e é aí que entram as questões de Etnia.

No Brasil as raças se diferenciam basicamente no tom da pele, traços corporais e origem social e regional. A raça é distintiva quanto a questão social e usualmente distribui estereótipos às pessoas (MARTINS et al., 2013). Ao lado da classe social e gênero, “diferenciam” os sujeitos da nossa sociedade (SCHUCMAN, 2012).

Ano após ano são realizadas discussões a respeito da temática no país. Houveram ganhos nas questões de cidadania, diversidade e na promoção dos direitos étnico-raciais, de gênero, homossexuais, transgênicos, entre outros. Movimentos sociais que militam em tal segmento tem papel determinante no alcançar das conquistas até hoje. Contudo, o preconceito ainda é latente na população, e necessita-se de ações mais intensas a propiciar um ambiente totalmente livre de desigualdades, sejam eles de sexualidade, poder financeiro, cor da pele e outros. O racismo presente na população brasileira, é determinante no aumento das desigualdades, produzindo humilhação social e sofrimento psíquico à população marginalizada.

A partir do mencionado, o objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento bibliográfico, em revistas cientificas, jornais, recortes e outros. Após o levantamento foi discutido a temática das relações étnico-raciais no Brasil, suas origens, áreas onde estão mais presentes e os problemas correlacionados a tal prática.


2. Desenvolvimento da Pesquisa

2.1 O preconceito  

O preconceito não é oriundo somente de características psicológicas individuais, mas de relações de poder entre indivíduos (PEREIRA et al., 2003). As relações interpessoais levam ao preconceito, quando um grupo tem relação de dominância sobre outro, seja no aspecto econômico-financeiro ou na raça. Em um trabalho realizado por Camino et al. (2001) onde foram entrevistados 120 estudantes universitários, foi indicado que em geral os brasileiros admitem a existência do preconceito racial, mas não se enquadram como preconceituosos.

Santos et al. (2006) menciona em seu trabalho, que o preconceito é uma forma de julgar baseado em experiências vividas outrora, precipitadamente ou prematuramente, com caráter afetivo favorável ou não. O referido autor também menciona que a postura do cidadão de negar o preconceito é reflexo de sua posição frente às conquistas dos negros nos dias atuais. Tais cidadãos acreditam que tem se dado muitas vantagens à população negra, e que os mesmos precisam realizar suas conquistas por esforço próprio (MARTINS et al., 2013).  

Para Vasconcelos et al., (2004) o preconceito é o adotar de posição ou atitude negativa ao diferente e tais valores originam-se dependendo do grupo ao quais os negros estão inseridos. Assim, os elementos suprapessoais e de realização podem direcionar no estabelecer de contatos mais superficiais para com os negros, e o manifestar de preconceito contra eles.

Oliveira Lima et al. (2006) diz que o preconceito está ligado com fatores automáticos ou que ocorrem inconscientemente; está intimamente relacionado à convivência das pessoas, e também, o preconceito é intensificado quando há uma relação de disputa (que envolva mérito) no meio.

Oliveira Lima e Vala (2004b, 2005) em um estudo realizado com 175 estudantes universitários, concluíram que há uma associação entre cor da pele e sucesso e a relação de infra-humanização de uma pessoa. Segundo os mesmos autores, há uma relação entre o branqueamento e a atribuição de valores positivos e/ou negativos aos negros, mas a frequência de pontos positivos é maior quando são brancos.

Silva (2000) faz ponderações sobre os efeitos da discriminação e do preconceito contra o negro, mas faz menção à necessidade de um engajamento político no combate ao racismo. Mulheres negras que participam de militâncias sociais demonstram força e engajamento político racial ao enfretamento de opressões. Silva (2000), Ferreira (2002) também tratam da importância da formação da consciência no combate e resistência ao preconceito. Os mesmos mencionam que o racismo inicialmente é silencioso, e que o negro busca desvalorizar o que está relacionado ao seu pertencimento étnico-racial à pertencimento a um grupo valorizado. Posteriormente, após perceber o racismo intrínseco nas relações, inicia um movimento contrário, valorizando e percebendo elementos do seu pertencimento étnico-racial.

2.2 A educação histórica das relações étnico-raciais

Silva (2007) menciona que a educação das relações étnico raciais:

tem por alvo a formação de cidadãos, mulheres e homens empenhados em promover condições de igualdade no exercício de direitos sociais, políticos, econômicos, dos direitos de ser, viver, pensar, próprios aos diferentes pertencimentos étnicoraciais e sociais. Em outras palavras, persegue o objetivo precípuo de desencadear aprendizagens e ensinos em que se efetive participação no espaço público. Isto é, em que se formem homens e mulheres comprometidos com e na discussão de questões de interesse geral, sendo capazes de reconhecer e valorizar visões de mundo, experiências históricas, contribuições dos diferentes povos que têm formado a nação, bem como de negociar prioridades, coordenando diferentes interesses, propósitos, desejos, além de propor políticas que contemplem efetivamente a todos (Silva, 2007, p.490).

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