Aspectos que Dificultam Avanços na Qualidade dos Serviços de Saúde
Por: Simone.enf • 25/1/2019 • Resenha • 492 Palavras (2 Páginas) • 204 Visualizações
Em relação as dificuldades enfrentadas no cotidiano de trabalho temos vários itens a serem pontuados, que são influenciados por diversos aspectos, dentre eles culturais, regionais e também políticos.
Creio que a falta de investimentos a longo prazo e falta de conhecimento em gestão e planejamento da grade maioria dos municípios ao que se refere aos cargos de alto escalão das SMS, visa apenas a questão política partidária, não absorvendo a questão técnica nesta escolha.
Isso faz com que os programas e sistemas que tecnicamente fariam diferença na vida da população, sejam substituídos por ações que garantam votos a cada 2 anos.
Vemos uma Atenção Básica sobrecarregada, profissionais cansados e desmotivados e gestores que não querem ou não conseguem entender. Convivemos diariamente com abusos e violência vividas pelos profissionais que atuam na porta de entrada no Sistema. E assim o aumento no número de internações hospitalares por causas sensíveis à atenção Básica.
Todos nós, técnicos compreendemos que o cuidado programado, a promoção de saúde e prevenção de doenças é o ideal a ser realizado no trabalho de saúde. Porém, a visão do gestor político permanece no resultado imediato, mutirões de exames e cirurgias, mantendo latente a desvalorização do cuidado integrado e multiprofissional. a falta de qualificação ou comprometimento dos gestores influenciam diretamente nas ações a serem desenvolvidas, seja pela falta de recurso, pela morosidade da chegada dos recursos, e outras formas de apoio para que os profissionais possam desempenhar o serviço com maior qualidade. Os fatores culturais da população na compreensão de saúde como correções de doenças, cria um abismo para trabalharmos a prevenção e promoção de saúde, visto que esta necessita que a população se corresponsabilize também pelo cuidado de sua saúde. Estes fatores, possivelmente desmotivam os profissionais a lutarem e se engajarem pela busca da práticas das políticas do SUS.
Difícil trazer elementos novos e diferentes aos já mencionados e discutidos neste fórum. Porém fazendo uma reflexão especificamente sobre a minha prática e realidade, posso destacar que:
A gestão a qual estou submetida (não a minha direta, mas acima de nós), não sabe o real funcionamento do serviço e se baseia apenas em metas, as quais muitas vezes não condizem com o trabalho realizado, pois são avaliados apenas alguns aspectos de nossa atuação. Sem pontuar a qualidade do trabalho realizado. Ou seja, os nosso resultados não são interessantes, desde que se bata a meta. Se a população foi contemplada, se beneficiou, se conseguimos cumprir com o objetivo, nada disso é visto, porque o que importa são os números. Com isso o trabalho em si perde o foco, os profissionais se desmotivam.
Obviamente que tudo isso permeia a má gestão, falta de entendimento do rumo do serviço, política, qualidade dos profissionais, comprometimento com o trabalho, enfim, concordo e compartilho das mesmas opiniões que os colegas. Porém mudei um pouco o rumo da discussão para falar especificamente de minha realidade atual e que acredito ser um dos aspectos que dificultam os avanços da qualidade do serviço em que atuo.
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