Assassinato de Carandiru na prisão
Artigo: Assassinato de Carandiru na prisão. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 15/5/2014 • Artigo • 448 Palavras (2 Páginas) • 332 Visualizações
Na tarde de 2 de outubro de 1992 ocorria a maior chacina carcerária que marcou o Brasil, a chacina do Carandiru. A confusão começou com uma discussão entre dois presos do Pavilhão 9. Com a chegada da polícia ao local para conter o tumulto, a confusão só aumentou e culminou no massacre, com a justificativa de legítima defesa. Mas o que nos intriga é a polêmica e a impunidade envolvida neste caso. Morreram 111 detentos – dentre eles 89 ainda aguardavam julgamento-, porém esse número só foi divulgado no dia seguinte após o encerramento das eleições, para que não atrapalhasse as eleições. Quantos interesses estão envolvidos nesse fato? Até que ponto as autoridades agem em seu próprio benefício?
Somente após 21 anos após o ocorrido, terminou o julgamento. 73 policiais foram condenados pela morte de 77 presos. Dentre as mortes que não sofreram condenações por diversos motivos, 29 foram consideradas de autor desconhecido.
Por conta do grande número de indiciados no caso, o julgamento foi divido em quatro etapas, de acordo com o que aconteceu em cada um dos quatro andares do Pavilhão 9. Apesar das 73 condenações, o coronel responsável pela operação, Ubiratan Guimarães, não chegou a cumprir pena. Em 2001, ele foi condenado pelo júri a 632 anos de prisão pela morte de 105 detentos. Porém, cinco anos depois ele foi absolvido pelo Tribunal de Justiça. O julgamento acabou com a morte do coronel, que por esse fato não chegou a ser inocentado nem condenado.
Muito se fala sobre a impunidade e a falta de investigação desse caso. Segundo o perito responsável pelo caso, a polícia militar proibiu que a perícia fosse realizada no local e ele teve que entrar escondido no carro de um delegado para realizar seu trabalho. Além disso, o mesmo recebeu diversas ameaças. O Ministério Público afirma que os policias agiram em conjunto com o objetivo de matar os presos, que por sua vez não tiveram reação. O MP alega que é impossível condenar os policiais por mortes individuais porque não foi realizado o exame de balística, e que este não teria sido realizado porque a cena do crime foi alterada.
A sociedade se divide quando entra nessa questão. A minoria da população acredita que esse foi sim um crime bárbaro e que os responsáveis deveriam ser punidos. A outra parcela da sociedade vangloria a ação da polícia e dá continuidade com o bordão “bandido bom, é bandido morto!”.
Sendo assim, a presidente Dilma Rousseff se pronunciou através das redes sociais com a seguinte frase: “Vitória contra a impunidade”. Segundo ela, o processo foi realizado de acordo com as regras do Estado de Direito e que aqueles policiais tinham sim grandes chances de defesa.
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