Atividade Tony Judt
Por: Júlia Quintas • 10/7/2017 • Dissertação • 485 Palavras (2 Páginas) • 182 Visualizações
ATIVIDADE TONY JUDT
No texto, “Cidadania, classe social e status”, Marshall desenvolve sua tese de ampliação da cidadania, na concepção de cidadania proposta pelo mesmo, tese essa que não se realiza devido ao desenvolvimento dos países da Europa no período pós-Guerra, que não caminharam rumo a expansão desses direitos, mas sim em uma espécie de retrocesso.
No início de seu texto, Marshall define a cidadania como “o conceito de participação integral na comunidade” (pp. 62), que depende da igualdade de direitos. O autor vê a sua expansão devido aos avanços técnicos que eliminariam o trabalho excessivo, ampliariam a produção de bens e capital, o que seria responsável por dar as condições necessárias para que cada sujeito se torne um cidadão, através da educação recebida e exercendo os seus direitos e obrigações igualmente. (pp. 60-62)
Tony Judt, no seu texto, faz uma análise histórica da situação pós-Guerra dos países da Europa, em especial, se tratando da Inglaterra e França, e essa análise demonstra um movimento em direção a diminuição das políticas de “welfare state”, ou políticas de bem-estar social, e consequente, diminuição da cidadania.
No final da década de 70, a geração advinda da explosão demográfica ocorrida, “deixaria de contribuir para o Tesouro Nacional” (pp. 536), ingressando em sua aposentadoria, na qual traria enormes custos aos governos. As gerações descendentes não conseguiriam repor esse índice populacional, visto que as taxas de natalidade continuaram a diminuir. Esse cenário, aliado ao crescimento das dívidas governamentais, déficit e desemprego trouxeram uma situação insustentável ao Estado. (pp. 536-7)
As correntes “neoliberais” cresceram junto da necessidade do crescimento econômico, o qual encontrava um empecilho no Estado intervencionista. E esse neoliberalismo foi responsável pela políticas de privatizações de serviços, algo que fora visto como sempre um direito dos cidadãos oferecido pelo governo, o que demonstra uma mudança geral na mentalidade da sociedade européia da época. (pp. 537-8)
A Europa imergiu em um processo de privatizações como nunca visto, em alguns países, como a Inglaterra, de forma mais radical que, durante o governo Thatcher, vendeu desde empresas do setor industrial até a rede de telecomunicações e o serviço de energia; e em alguns países, como a França, que desenvolveu uma privatização mais regulada, poupando setores estratégicos, como a empresa de veículos Renault. (pp. 543, 554-5)
Esse cenário de diluição do público, gerou uma diluição de direitos iguais em serviços, que eram antes ofertados pelo Estado. E o conceito de cidadania, ao invés de se expandir, se retraiu, já que a sua expansão dependia de uma prosperidade econômica que seria capaz de dar continuidade a um Estado de bem-estar social, e que não se realizou.
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