TONY JUDT E AS REFLEXÕES SOBRE UM SÉCULO ESQUECIDO
Por: Nina05 • 4/7/2018 • Resenha • 905 Palavras (4 Páginas) • 553 Visualizações
TONY JUDT E AS REFLEXÕES SOBRE UM SÉCULO ESQUECIDO.
Judt faz uma crítica construtiva em sua obra, fazendo uma analise profunda sobre o mal que
ronda o século XXI “o esquecimento”. No capitulo introdutório denominado o mundo que
perdemos, o autor busca resgatar por meio do passado fatos que foram marcantes para a
sociedade, e que de alguma forma, hoje é fácil de ser carregado.
Judt faz uma poderosa observação sobre a futilidade que o mundo se encontra ao relacionar
fatos notórios para a história da humanização, de um certo modo dá ao entendimento que é
dispensado todo o desenvolvimento que passado do século anterior, congelado em
estereótipos tão negativos quanto oportunos, assuntos como “totalitarismo", "globalização"
"neoliberalismo" se tornou tão banal quanto discutir sobre futebol.
No que enseja Judt a fazer meras conclusões sobre tal esquecimento, está ligado ao fato do
mesmo voltar no passado de forma sucinta e observar que no século XIX, a sociedade via o
passado de uma maneira impactante no presente,” O passado penetrava fundo no presente”,
em confirmação o autor exemplifica a obsessão dos europeus pelas lutas e pelo o que
constituía as transformações revolucionárias francesas, dessa forma tudo que que foi
repassado ao longo dos anos como os debates políticos e filosóficos do Iluminismo não foram
dissipados pela revolução. Pelo contrário, na visão de Judt “a Revolução Francesa e suas
consequências foram amplamente atribuídas ao mesmo Iluminismo, que então emergiu para
adeptos e adversários igualmente como fonte consagrada dos dogmas políticos e programas
sociais do século que sucederia”. Isso significa que o passado era mais respeitado em uma
época que a sociedade caminhava junto com o progresso e a revolução.
Em contrapartida, enquanto no século XIX a visão do passado era usada como exemplo para se
ser aplicado no presente, o século XX já emergiu o passado de uma forma menos avassaladora,
menos congruente para os problemas que viriam a surgir, o passado é lembrado mas
vagamente em forma de museus, livros, ruas, dentre outros Judt afirma que o passado tem
uma função especifica apenas lembrar “de coisas que foram feitas e não devem ser
esquecidas, ou de erros que foram cometidos e não devem ser repetidos”.
O autor também faz uma crítica sobre a questão de cada indivíduo, cada povo, cada raça
visualizar seu passado de forma individual, sem olhar para o coletivo, porque hoje a
interpretação “comum” ao olhar para o passado é fragmenta-lo em pequenos pedaços
separados (judeu, polonês, sérvio, armênio, alemão, asiático-americano, palestino, irlandês,
homossexual...) marcado por sua própria vitimização, distinta e afirmativa. Com essa visão, dá
ao entendimento que ao invés de termos um passado compartilhado, estamos nos afastando
cada vez mais dele.
Antigamente o passado era referido como uma ideia de grandeza para ser servido de exemplo,
era visto como uma forma própria para buscar entendimento, e a tomar decisões de profunda
importância agora o passado é somente ligado referência de nossas preocupações presentes,
múltiplas e frequentemente divergente.
É notório as observações de Judt em relação a política a mesma se dissipou, hoje as discussões
são em grande parte ligadas a questões econômicas, não tem existência de novas "metas
sociais" a serem cumpridas, outros pontos fortemente debatidos se tratam a respeito de que a
sociedade esqueceu o significado de guerra, e o desaparecimento dos intelectuais.
É perceptível também um destaque, em razão de Judt descontruir veemente Hobsbawn. O
mesmo consegue retomar de forma sucinta o interesse pela
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