Augusto Conde
Casos: Augusto Conde. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: tyago777 • 18/9/2013 • 2.297 Palavras (10 Páginas) • 735 Visualizações
Augusto Conte
Auguste Comte nasceu em Montpellier, França, a 19 de janeiro de 1798, filho de um fiscal de impostos,seus pais eram católicos e monarquistas fervorosos.Suas relações com a família foram sempre tempestuosas e contêm elementos explicativos do desenvolvimento de sua vida e talvez até mesmo de certas orientações dadas às suas obras, sobretudo em seus últimos anos. Freqüentemente, Comte acusava os familiares (à exceção de um irmão) de avareza, culpando-os por sua precária situação econômica. O pai e a irmã, ambos de saúde muito frágil, viviam reclamando maior participação de Auguste em seus problemas. A mãe apegou-se a ele de forma extremada, solicitando sua atenção “da mesma maneira que um mendigo implora um pedaço de pão” para sobreviver, como diz ela em carta ao filho já adulto. Tão complexos laços familiares foram afinal rompidos por Comte, mas deixaram-lhe marcas profundas. Comte, que rejeitou as convicções dos pais ainda bem jovem, foi aluno brilhante, dos estudos básicos aos superiores, na Escola Politécnica de Paris. Nesse período, seu melhor amigo foi Henri de Saint-Simon (1760-1825), expoente do socialismo utópico, com quem viria a romper mais tarde por questões ideológicas. Comte trabalhava intensamente na criação de uma "filosofia positiva" quando sofreu um colapso nervoso, em 1826. Recuperado, mergulhou na redação do Curso de Filosofia Positiva, que lhe tomou 12 anos. Em 1842, por divergências com os superiores, perdeu o emprego de pesquisador na Politécnica e começou a ser ajudado por admiradores, como o pensador escocês John Stuart Mill (1773-1826). No mesmo ano, Comte se separou de Caroline Massin, após 17 anos de casamento. Em 1845, apaixonou-se por Clotilde de Vaux, que morreria de tuberculose no ano seguinte. Clotilde seria idealizada por Comte como a expressão perfeita da humanidade. O filósofo, que dedicou os anos seguintes a escrever Sistema de Política Positiva, morreu de câncer em 1857, em Paris.
Auguste Comte foi um pensador original que exerceu enorme influência entre as elites intelectuais francesa e brasileira do século XIX e XX. Apresentou-se inicialmente como um profeta dos tempos científicos, mas depois de uma grave crise emocional quis ser também uma espécie de guia da religião do progresso. É dele que vem o lema "ordem e progresso", que a bandeira brasileira cultiva até hoje no seu centro.
CRONOLOGIA
1798 - Nasce Auguste Comte, em Montpellier, a 19 de janeiro.
1804 - Napoleão é sagrado imperador pelo papa, em Paris.
1807 - Hegel publica a Fenomenologia do Espírito.
1815 - Napoleão é derrotado em Waterloo. Reúne-se o Congresso de Viena.
1817 - Comte torna-se secretário de Saint-Simon.
1821 - O México e o Peru tornam-se independentes.
1830 - Comte inicia a publicação do Curso de Filosofia Positiva.
1832 - Comte é nomeado repetidor de análise matemática e de mecânica da Escola Politécnica.
1842 - Caroline Massin separa-se de Comte, após dezoito anos de matrimônio. No mesmo ano, encerra-se a publicação do Curso de Filosofia Positiva de Comte.
1844 - Comte conhece Clotilde de Vaux. Editam-se Os Princípios do Comunismo, de Engels.
1846 - Morte de Clotilde de Vaux. Proudhon publica Contradições Econômicas ou A Filosofia da Miséria.
1847 - E editada A Miséria da Filosofia, a, de Karl Marx. Descobre-se a nitroglicerina.
1851 - Comte inicia a publicação do Sistema de Política Positiva ou Tratado de Sociologia Instituindo a Religião da Humanidade.
1852 - Publica o Catecismo Positivista ou Exposição Sumária da Religião Universal.
1854 - Encerra a publicação do Sistema de Política Positiva.
1857 - Morre a 5 de setembro, em Paris.
Planejamento social traria o bem-estar
O funcionamento da sociedade, para Comte, obedeceria a diretrizes predeterminadas para promover o bem-estar do maior número possível de indivíduos. Além de uma reformulação geral das ciências e da organização sociopolítica, o filósofo planejou uma nova ordem espiritual, inspirada na hierarquia e na disciplina da Igreja Católica, que considerava muito eficientes. A nova doutrina, porém, se dissociava totalmente da teologia cristã, que Comte rejeitava por se basear no sobrenatural, e não no materialismo científico. No fim da vida, ele chegou a preconizar a construção de templos positivistas, onde a humanidade, e não a divindade, seria venerada. O filósofo via a humanidade como uma entidade una, que chamou de Grande Ser.
Comte formulou uma lei histórica de três estágios. Segundo essa lei, o pensamento humano partiu de um estágio teológico, quando recorria às idéias de deuses e espíritos para explicar os fenômenos naturais, e passou para um estágio metafísico, caracterizado por fundamentar o conhecimento em abstrações - como essências, causas finais ou concepções idealizadas da natureza. De acordo com Comte, a humanidade só alcançaria plenitude intelectual ao chegar ao estágio positivo, que pressupõe a admissão das limitações do entendimento humano. Para ele, a razão não é capaz de operar a não ser pela via da experiência concreta. Todo esforço da ciência e da filosofia deveria se restringir, portanto, a encontrar as leis que regem os fenômenos observáveis.
Antes de Comte, a sociologia já havia dado os primeiros passos, mas foi ele quem a organizou como ciência. O pensador a dividiu em duas áreas: estática social e dinâmica social. A primeira estuda as forças que mantêm a sociedade unida, enquanto a segunda se volta para as mudanças sociais e suas causas. A estática social se fundamenta na ordem e a dinâmica no progresso - daí o lema "ordem e progresso", que figura na bandeira brasileira por inspiração comtiana (leia quadro acima). Conhecidos a estrutura e os processos de transformação da sociedade, seria possível, para o pensador, reformar as instituições e aperfeiçoá-las. "As leis sociológicas permitem planejar o futuro porque indicam critérios
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