Brasil E A Sua Cultura, Em Tempos De Globalização Cultural.
Ensaios: Brasil E A Sua Cultura, Em Tempos De Globalização Cultural.. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 13/3/2015 • 1.212 Palavras (5 Páginas) • 955 Visualizações
BRASIL E A SUA CULTURA, EM TEMPOS DE GLOBALIZAÇÃO CULTURAL
Brasil e a sua cultura,
em tempos de Globalização cultural.
Globalização Cultural
A globalização é um fenômeno social que ocorre em escala Mundial. Esse processo consiste em uma integração em caráter econômico, social, cultural e político entre diferentes países. Num mundo globalizado, a territorialidade tende a perder importância enquanto princípio organizativo da vida cultural e social. Num mundo totalmente globalizado não saberíamos prever as práticas e as preferências sociais a partir da sua localização geográfica. Ela engloba a difusão, não só da informação mas, também, de valores e símbolos culturais.
Como citado no capitulo 1 do texto Globalização e desenvolvimento, da CEPAL :
“... a globalização ataca e promove, ao mesmo tempo, a diversidade cultural. Com efeito, segmentos inteiros da humanidade sentem ameaçadas suas histórias irrepetíveis e os valores que regem suas comunidades. Mas, ao mesmo tempo, a globalização estreita as relações entre tradições culturais e modos de vida distintos, e propicia uma pluralidade de interpretações sobre a ordem global.” (CEPAL, 2003.p.18)
As novas tecnologias de informação e comunicação e o desenvolvimento dos meios de transportes fizeram com que as distâncias deixassem de existir e o contato entre os povos passou a ser cada vez maior. As informações são compartilhadas com muito mais conteúdo em um tempo bem menor
EUA x Brasil
O Brasil é um país relativamente novo frente àqueles do antigo continente europeu, foi colonizado pelos portugueses, por escravos oriundos da África, índios e pessoas interessadas a fazer vida nova por aqui.
Toda a influência cultural, de idioma, hábitos, costumes, foi trazida de fora; posteriormente com o tempo e com a solidificação do país fomos construindo aos poucos nossa identidade cultural.
“... não existe definição de identidade em si mesma. Os processos identitários não existem fora de contexto, são sempre relativos a algo específico que está em jogo” (AGIER, 2001, p.05)
Com o fim da Primeira Guerra Mundial, a Europa estava destruída e o principal país que ajudou países europeus a se reerguerem foram os Estados Unidos da América.
A partir da década de 50 os Estados Unidos passaram a “dominar” o mundo, com o fim da segunda grande Guerra e também com o prestígio e glamour do cinema hollywoodiano, tudo culminou para fortalecer o poder americano no mundo e claro, no Brasil.
Mc Donald's, Internet, Celular, MP4, robótica e tantas outras modernidades alteraram os modelos de vida do planeta. Através desta informação, o que se pode pensar a respeito da influência da globalização no processo de revalorização da cultura brasileira?
O EUA é um dos maiores influenciadores culturais do Brasil, tudo o que é posto em circulação na rede atinge rapidamente milhares de pessoas que absorvem as ideias e consequentemente na maioria das vezes modificam seu comportamento na sociedade.
Nesta perspectiva, a cultura nacional se mundializa. E se incorporam aos antigos hábitos sociais de lazer, alimentação e vestuário muitos dos costumes estrangeiros.
“Sob o aspecto de identidades biculturais, Arnett (2002) situa o fato de que parte da identidade, especialmente de adolescentes, é enraizada na cultura local e parte é influenciada pela cultura global. Por cultura global, entende-se aquela liderada por países ocidentais desenvolvidos que induzem valores orientados por individualismo, consumismo e liberdade de mercado, em consonância com o que preconizam os adeptos da teoria da indústria cultural, mas também a democracia, direitos humanos e liberdades individuais. (SILVEIRA, 2004, p.46)
Um ponto positivo da globalização cultural presente no Brasil é o aumento do contato de pessoas de diferentes lugares, transmitindo mais conhecimento e aumentando a circulação de informações, sem falar nas oportunidades de empregos.
Porém, temos muitos pontos negativos também como, por exemplo, a uniformização das roupas, comidas, músicas, etc, a internacionalização de marcas, homogeneização dos estilos de vida, entre outros. Se tornou natural o brasileiro, vivendo sob condições climáticas subtropicais, vestir roupas universalizadas pelo modismo do jeans. Na alimentação, sua refeição outrora baseada na dupla inseparável do feijão com arroz sublima-se e perde força para as bombas calóricas dos fast-foods
Alguns autores como Revel por exemplo, diz que a globalização renova a sociedade.
"Não se pode ser diferente sozinho. É a livre circulação das obras e dos talentos que permite a perpetuação das culturas pelo ato da renovação." "A globalização não uniformiza, diversifica. A reclusão esgota a inspiração." (REVEL, 2002, p.134)
Um país Globalizado
Reconhecemos que os Estados Unidos proporcionaram para os brasileiros, diferentes sensações, e trouxeram diversas influências para a cultura nacional. Mas a questão aqui levantada é como nos “banhamos” dessa cultura oriunda de fora.
A cultura brasileira certamente foi influenciada desde o inicio, o estreitamento das fronteiras geograficas e da distancia global, faz com que o país tenha uma forte tendência a idolatrar tudo que vem de fora, esquecendo assim de valorizar a vasta e rica cultura de sua propria pátria.
“O homem, como bem coloca Ulmann (1991), não vive predeterminado pelo instinto, esse vive aprendendo a viver, adotando comportamentos, atitudes e identidades diferentes.” (PATRIOTA, 2002,p.01)
A globalização é, claramente, um processo ainda incompleto. Muitos valores estão ainda sendo trocados e aceitos pelas diferentes sociedades. A globalização é algo almejado por várias gerações, as passadas, as atuais, e será sem dúvidas das gerações futuras, o desejo de unir todas as nações de forma cultural, social, econômica e politica é algo que já estamos vivenciando a algum tempo.
“O processo de constituição de uma economia de caráter mundial não é nada novo. Já no período colonial houve tentativas de integrar espaços intercontinentais num único império, quando a idéia de “dominar o mundo” ficou cada vez mais próxima” ( ANDRIOLI, 2003, p.01)
Considerações finais
A globalização une as nações, mas separa os povos, contribui para evidenciar ainda mais as diferenças sociais e econômicas e aumenta ainda mais a competitividade capitalista. Nós ficamos de mão atadas frente as condições impostas, condições nas quais levam embora nossa cultura e a substitui por uma cultura global e fabricada, condições que nos faz sentir menores e excluídos quando não nos enquadramos ou não temos condições para seguir fielmente a cultura das grandes potências econômicas que regem o mundo.
O Brasil é um país rico, culturalmente falando, valorizar a cultura da pátria é o que se espera de brasileiros conscientes. O país tem muito mais a oferecer do que a mídia e o poder capitalista oferecem e mostram para nós.
A liberdade de opinião e de expressão é um direito de todos brasileiros, aprecie o que o país têm de bom, use sim de ferramentas e costumes estrangeiros, mas nunca desvalorize, nem julgue a cultura local, é ela que faz o país ser o que é , um pais misto e diversificado culturalmente.
Referências bibliográficas:
Artigos:
1. AGIER, Michel – Distúrbios identitários em tempos de globalização- Rio de Janeiro out. 2001 Link: www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-93132001000200001&script=sci_arttext
2. ANDRIOLI, Antônio Inácio - Efeitos culturais da globalização - revista Espaço Acadêmico – ano II – n° 26 - Julho de 2003
3. CEPAL- Globalização e desenvolvimento- cáp1.- O caráter histórico e multidimensional da globalização
4. PATRIOTA, Lúcia Maria - Cultura, identidade cultural e globalização - João Pessoa - Número Quatro - Agosto de 2002
5. SILVEIRA, Marcelo Deiro Prates da. Efeitos da globalização e da sociedade em rede via Internet na formação de identidades contemporâneas. Psicol. cienc. prof. [online]. 2004, vol.24, n.4, pp. 42-51. ISSN 1414-9893. Link: www.scielo.br/pdf/pcp/v24n4/v24n4a06.pdf
Livros:
1. REVEL, Jean-François (2002). Obsessão Antiamericana, Causas e Inconseqüências Editora: UNIVERSIDADE EDITORA, Edição: 2003, 302 paginas.
...