Brinquedoteca
Tese: Brinquedoteca. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: rezyta • 7/9/2013 • Tese • 2.349 Palavras (10 Páginas) • 362 Visualizações
Este trabalho é um levantamento de dados a respeito do tema Brinquedoteca. Palavra esta, que significa coleção de jogos e brinquedos num espaço preparado para estimular a criança a brincar. Na Brinquedoteca a criança vivencia diversas atividades lúdicas, na verdade a criança passa a se conhecer melhor, a dominar suas angústias e a representar o mundo exterior, usando para isso o brinquedo.
De acordo com alguns estudos, o jogo ou a brincadeira são atividades voluntárias e têm como características fundamentais o fato de ser livre, ter no faz-de-conta uma forma de representação de um desejo ou realidade.
Considera-se a Brinquedoteca no âmbito educacional, como espaço voltado às brincadeiras, com função lúdica não diretiva e interventiva na ação docente, e possibilitar experiências para desenvolver as potencialidades do educando.
No contexto da ludicidade, pode-se dizer que a Brinquedoteca além de oferecer atividades lúdicas, também influência definitivamente na formação e desenvolvimento do educando, sendo um local que representa não só um "depósito ou cantinho" de brinquedos, mas sim, espaço para estimulação e desenvolvimento integral do ser humano.
CONSIDERAMOS A BRINQUEDOTECA COMO ESPAÇO QUE PRIVILEGIA O BRINCAR E O USO DO LÚDICO COMO RECURSO NECESSÁRIO À CONSTRUÇÃO DE APRENDIZAGENS, DA IDENTIDADE, AUTONOMIA E DAS DIFERENTES LINGUAGENS NA INFÂNCIA, OU SEJA, UM AMBIENTE ACOLHEDOR COM ESTÍMULOS DIVERSIFICADOS PARA O DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES E CAPACIDADES SIGNIFICATIVAS. ACREDITAMOS QUE DEVEMOS VÊ-LA COMO LOCAL TRANSFORMADOR, ONDE SE RESGATA O PRAZER DE BRINCAR INSERIDA NO CONTEXTO HISTÓRICO-SOCIAL E CULTURAL DA CRIANÇA.
RESSALTAMOS ENTÃO, A IMPORTÂNCIA DA BRINQUEDOTECA NO MEIO EDUCACIONAL COMO ESPAÇO QUE PROPICIA DIVERSOS ESTÍMULOS E DESENVOLVE ASPECTOS SOCIAIS, CULTURAIS, COGNITIVOS, FÍSICOS E EMOCIONAIS NUM MOMENTO TÃO DECISIVO COMO A INFÂNCIA, POIS É NESTA FASE QUE OCORRE O DESENVOLVIMENTO HARMONIOSO E CONSCIENTE DO EDUCANDO, O QUE PERMITE AMPLIAR SUAS HABILIDADES E CAPACIDADES DE FORMA GLOBAL.
DESENVOLVIMENTO
A DISCUSSÃO SOBRE A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR PARA A CRIANÇA TEM UMA LONGA HISTÓRIA DESCRITA POR MUITOS ESTUDIOSOS E PENSADORES DO MEIO EDUCACIONAL. O BRINCAR SOFREU TRANSFORMAÇÕES NO PROCESSO HISTÓRICO DESDE O SEU RECONHECIMENTO COMO ELEMENTO IMPORTANTE PARA A FORMAÇÃO DO SER HUMANO.
Em 1959, a importância do brincar foi reconhecida mundialmente, conforme descrito no Princípio 7º da Declaração Universal dos Direitos da Criança, (1959 s/p.) cujo texto diz, "A criança deve ter plena oportunidade para brincar e para se dedicar a atividades recreativas, que devem ser orientadas para os mesmos objetivos da educação; a sociedade e as autoridades públicas deverão esforçar-se por promover o gozo destes direitos".
Em decorrência da valorização do brinquedo e do brincar, bem como, a sua relevância à educação, principalmente na infância, surge a Brinquedoteca, com o propósito inicial de empréstimo de brinquedos e a criação de espaços destinados à exploração lúdica. Passou a ser conhecida e propagou-se pela Europa a partir dos anos 60. No Brasil, em 1971, inaugurou-se o Centro de Habilitação da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), em São Paulo, onde foi realizada uma grande exposição de brinquedos pedagógicos, direcionados aos pais de crianças excepcionais, aos profissionais e aos estudantes. Como essa exposição deu certo, a APAE implantou em 1973 o Sistema de Rodízio de Brinquedos e Materiais Pedagógicos, espaço que ganhou o nome de Ludoteca, nesse espaço todos os brinquedos foram centralizados e passaram a ser utilizados nos moldes das bibliotecas circulantes. A primeira Brinquedoteca surgiu em 1981, com a criação da Primeira Brinquedoteca Brasileira na Escola Indianópolis, em São Paulo, voltado para o ato de brincar, atendendo diretamente às crianças. Em 1984, criou-se a Associação Brasileira de Brinquedotecas (ABB), responsável pelo crescimento da preocupação com o brinquedo e com as brincadeiras por todo o Brasil.
Percebe-se que, sua expansão foi intensa, mutável e constante, tanto nas instituições públicas como nas privadas, seja de cunho preventivo ou terapêutico. Mas, o mais importante na atualidade, é que este local exerça sua real função, como ressalta Ramalho (2000, p. 76) descrevendo sobre a Brinquedoteca como, "local de estímulos para brincar livremente, por algumas horas do dia", e assim, com possibilidades de aprendizagens por meio do brincar na infância e concretizar-se como espaço de atividades lúdicas presente em ambientes escolares, geralmente direcionadas ao público infantil, já que a brincadeira é inerente ao ser humano.
Em síntese, a Brinquedoteca no meio escolar faz-se respeitar as necessidades afetivas, amenizar a rigidez de métodos tradicionais de ensino que ainda permeiam no sistema de ensino do Brasil, possibilitando o direito de ser criança e aperfeiçoar suas habilidades e aprimoramento de suas capacidades autonômicas, criativas e compensadora das defasagens sócio-culturais.
CONCEITUANDO A BRINQUEDOTECA
"A brinquedoteca pode existir até sem brinquedos, desde que outros estímulos às atividades lúdicas sejam proporcionados. (CUNHA 2001)".
As sucessivas reformas educacionais e a imposição de políticas públicas descontextualizadas da realidade escolar depreciaram importantes áreas de conhecimento de forma incisiva na formação do ser humano, havendo uma desumanização do ambiente educativo, da escola e das estruturas educacionais do nosso país. E assim, o brincar sofreu consideráveis degradações, sendo conceituado como algo inútil, carregado de preconceitos impostos pela sociedade capitalista.
Apesar dos avanços tecnológicos e a modernidade, a educação ainda não superou a mecanização do saber, com incentivo à segregação do trabalho e competição acirrada para atender a demanda econômica e capitalista do mercado, em detrimento da formação humana para o mundo do trabalho. Com isso, os indivíduos configuraram-se em servidão voluntária, mecanizada, culminando na exclusão da formação lúdica, do brincar, do divertimento, da imaginação, que são imprescindíveis para a saúde física, emocional e intelectual das pessoas.
Para confirmar este ponto de vista, Puga e Silva (2008, p. 5) discursam que houve retrocessos em função das mudanças no âmbito da tecnologia e do social e estas comprometeram os locais, o tempo e os brinquedos, e "[...] as crianças
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