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CIENCIAS SOCIAIS ATPS

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Por:   •  30/3/2014  •  Tese  •  3.371 Palavras (14 Páginas)  •  204 Visualizações

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Introdução

O indivíduo só e humano se provido de cultura. A cultura é todo aquele complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, direito, costume e outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade. Podemos afirmar que a cultura é transmissível pela herança social e não pela herança biológica, sendo assim uma característica exclusiva das sociedades.

Neste trabalho vamos abordar temas como a vida do indivíduo em sociedade, desenvolvimento, organização, grupos sociais e culturais, desigualdades sócias, entender a relação entre sujeito e coletivo, definiremos o significado de cultura, indivíduo e sociedade.

Etapa 1

Para Berger e Luckmann, a realidade é socialmente construída de sorte que cabe à sociologia do conhecimento o estudo deste processo construtivo. Neste escopo, as questões referentes à realidade (qualidade inerente aos fenômenos que existem independentemente de nós) e ao conhecimento (certeza da existência de fenômenos dotados de características próprias) são imprescindíveis. Afastam-se das pretensões filosóficas que nortearam o surgimento desta subdisciplina, como elaborada por Max Scheler, bem como de outras questões que tiveram importância central no seu desenvolvimento teórico, como a preocupação de Karl Mannheim com as ideologias.

Preocupam-se, então, menos com o conhecimento teórico e mais com o senso comum que, para eles, é o objeto principal da sociologia do conhecimento.

Desenvolvem uma teoria sociológica preocupada com os problemas concretos desta disciplina empírica e não com seus fundamentos filosóficos. Para tanto, seguem um caminho do que chamam de “duas das mais famosas ordens de marcha da sociologia a regra de Durkheim de considerar os fatos sociais como se fossem coisas e, de Weber levam em conta o conhecimento dos sentidos subjetivos de ação. Entendem que estes postulados não são contraditórios, que a sociedade tem feição dúplice: a da facticidade e a da construção social que parte de ações dotadas de sentido subjetivo. “É precisamente o duplo caráter da sociedade em termos de facticidade objetiva e significado subjetivo que torna sua realidade sui generis”.

O interesse dos autores é com a realidade da vida cotidiana e, portanto, com a busca no mundo da vida do pano de fundo consensual, tomado como realidade pelos membros de uma sociedade: “é um mundo que se origina no pensamento e na ação dos homens comuns, sendo afirmado como real por eles”.

Essa expressão, “sociologia do conhecimento” Por muito tempo foi considerada uma ramificação periférica da Sociologia, embora esta disciplina trate do problema dos determinantes do pensamento humano, derivando de Marx seu postulado básico, a consciência humana determinada pelo seu ser social, bem como alguns conceitos como ideologia (idéias que servem como arma para defesa e imposição de interesses sociais), falsa consciência (pensamento alienado do ver1dadeiro ser social de quem pensa), superestrutura e infraestrutura, enquanto elementos subjacentes da realidade. Ainda sobre as raízes da sociologia do conhecimento, os autores mostram como o anti-idealismo de Nietzsche considera o pensamento humano como instrumento da luta pela sobrevivência e pelo poder e o exercício da arte da desconfiança. Tanto Marx quanto Nietzsche situam o conhecimento humano em sua historicidade. Já o objetivo de Scheler era construir uma antropologia filosófica para superar a relatividade dos pontos de vista humanos, situados histórica e socialmente, constituindo um “método negativo”. Para Scheler, os fatores reais regulam as formas que os fatores ideais aparecem na história, mas não afetam o conteúdo dos fatores ideais. Desse modo, a sociedade determina a presença, mas não a natureza das idéias. Karl Mannheim, na obra “Ideologia e Utopia”, desenvolvem um método positivo na construção da sociologia do conhecimento, centrando sua análise no conceito de ideologia, considerada a totalidade do pensamento do oponente e uno em si (similar ao conceito Marxista de “falsa consciência”). Mannheim utiliza o termo “relacionismo”, distinto de “relativismo”, para afirmar que o conhecimento só se dá a partir de uma posição social determinada. Já a utopia, de modo similar à ideologia, embora produza uma imagem distorcida da realidade, é capaz de transformar a realidade à sua imagem. A ideologia não possui esse dinamismo para a transformação social.

Merton, sociólogo americano, construiu um paradigma baseado na compreensão das “funções manifestas” (buscadas e conscientes) e das funções latentes (não buscadas e inconscientes), aplicadas à esfera da produção das idéias. Parsons também analisa o problema do papel das ideias em seu sistema de pensamento, criticando Mannheim. Wright Mills também fez pesquisas na área da sociologia do conhecimento, porém, sem agregar novos resultados teóricos. Alguns autores neo-positivistas também aprofundaram a discussão da relação entre as ideias e seu contexto social, porém, voltadas para plano teórico sobre a epistemologia (validade científica da sociologia) e no plano empírico sobre a história intelectual.

Berger e Luckmann não tratam das questões epistemológicas ou metodológicas, mas sim das questões da teoria sociológica propriamente dita, em especial o conhecimento no plano empírico, ou seja, tudo que se considere “conhecimento” na sociedade. Por isso, a sociologia do conhecimento ocupa-se da construção social da realidade e como esse conhecimento socialmente produzido se articula com o senso comum na vida cotidiana e como se distribui na sociedade. A sociedade é dual, possui uma realidade factual objetiva, como Durkheim enuncia na expressão “considerar os fatos sociais como coisas” e está construída por uma atividade que expressa um significado subjetivo, no dizer de Weber: “tanto para a sociologia em seu sentido atual, como para a história, o objeto de conhecimento é o complexo de significado subjetivo da ação”. Esses conceitos fundamentam as principais questões levantadas pelos autores: Como são possíveis que os significados subjetivos se tornem fatos objetivos? Como a atividade humana produz um mundo de coisas?

Resumindo: estudar a realidade social implica em descobrir como a realidade está construída. Este é o objeto e tarefa da sociologia do conhecimento.

A realidade da vida cotidiana

A vida cotidiana se manifesta como uma realidade interpretada pelos indivíduos, por meio do comportamento subjetivamente significativo para os membros da sociedade. Utiliza-se o método fenomenológico, um método descritivo,

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