CLAUDE HENRI DE ROUVROY
Casos: CLAUDE HENRI DE ROUVROY. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: HayateBK • 17/11/2013 • 1.903 Palavras (8 Páginas) • 480 Visualizações
CLAUDE HENRI DE ROUVROY
Claude-Henri De Rouvroy, Conde de Saint-Simon (nascido a 17 de outubro de 1760 e falecido a 19 de maio 1825, em Paris), teórico social francês e um dos fundadores do chamado "socialismo cristão". Em seu trabalho principal, Nouveau Christianisme, proclamou uma fraternidade do homem que deve acompanhar a organização científica da indústria e da sociedade. A palavra "socialismo", no entanto, somente foi usada primeiramente por volta de 1830, na Inglaterra, para descrever sua doutrina e de outros que o antecederam como Thomas More (1516; "Utopia") e Campanella (1623; "Cidade do sol") e inclusive Platão ("A república").
Vida. Saint-Simon pertenceu a uma família aristocrática empobrecida, porém já conhecida na literatura através de um primo do seu avô, duque de Saint-Simon, que havia escrito suas memórias da corte de Luís que XIV. A família descendia de Carlos Magno, segundo afirmava o próprio Claude-Henri.
Como acontecia a muitos dos jovens aristocratas da época, após uma instrução irregular por tutores particulares, Saint-Simon, aos 17 anos, entrou para o serviço militar. Estava nos regimentos enviados pela França para ajudar às colônias americanas na guerra da independência contra a Inglaterra e serviu como um capitão da artilharia em Yorktown em 1781.
Durante a Revolução Francesa (1789), permaneceu na França. Valendo-se então, de recursos emprestados por um amigo, comprou por baixo preço terras recentemente nacionalizadas pelo governo revolucionário. Esteve preso no Palais de Luxembourg mas, tendo sobrevivido ao Reinado do Terror, achou-se enormemente rico com a grande valorização de seus bens. Passou a viver uma vida de esplendor e prazeres, recebendo pessoas proeminentes de todas as áreas de atividade, em seus luxuosos salões. Os gastos desordenados o levaram, dentro de alguns anos, à beira da falência. Voltou-se para o estudo da ciência, freqüentando cursos na École Polytechnique e recebendo distinguidos cientistas.
Saint-Simon vive o início de um clima intelectual que vai predominar por toda a primeira metade do século XIX e para o qual ele próprio contribui de modo importante. É um movimento de renovação do interesse na religião, com exemplos de religiosidade sentimental como é o caso do visconde de Chateaubriand (1768-1848) autor e diplomata, um dos primeiros escritores do romantismo francês, ou de retorno à teologia tradicionalista, como fazem Louis-Gabriel-Ambroise, visconde de Bonald (1754-1840) estadista e filósofo político, e o polêmico moralista, diplomata e pensador católico Joseph de Maistre (1753-1821), ambos apologistas do Legitimismo contrário aos princípios da Revolução francesa e a favor da monarquia e da autoridade eclesiástica.
Saint-Simon, continuado depois por seus seguidores, tentou desenvolver uma síntese entre o pensamento científico socialista, particularmente a análise da economia, e as crenças cristãs. Em seu primeiro trabalho publicado, Lettres d'un habitant de Genève à ses contemporains (1803) ("Cartas de um habitante de Genebra a seus contemporâneos"), Saint-Simon propôs que os cientistas tomassem o lugar dos padres na ordem social. Argumentou que os proprietários de terras que tivessem o poder político poderiam esperar se manterem de encontro aos não-proprietários somente subsidiando o avanço do conhecimento.
Por volta de 1808 Saint-Simon estava pobre, e os últimos 17 anos de sua vida foram vividos principalmente da generosidade dos amigos. Entre suas muitas publicações mais tardias estava De la réorganisation de la société européenne (1814); e o L'industrie (1816-18), escrito em colaboração com Auguste Comte.
Em 1823, em um acesso de desespero Saint-Simon tentou matar-se com uma pistola mas conseguiu somente perder um dos olhos.
Teses. Considerado um notável socialista utópico, durante toda sua vida Saint-Simon devotou-se a uma série longa de projetos e publicações com que procurou ganhar apoio para suas idéias sociais. Como um pensador, se diz que faltava a Saint-Simon sistema, clareza e coerência, mas sua influência no pensamento contemporâneo, especialmente nas ciências sociais, é reconhecida como fundamental. Aparte os detalhes de seu ensinamento socialista, suas idéias principais são simples e representaram uma reação contrária ao derramamento de sangue da revolução francesa e do militarismo de Napoleão. Propôs também que os estados da Europa formassem uma associação para suprimir a guerra. Haveria uma Europa unida, com um parlamento europeu e um desenvolvimento comum da indústria e da comunicação. Previu corretamente o industrialização do mundo, e acreditou que a ciência e a tecnologia resolveriam a maioria dos problemas da humanidade.
A contribuição grande de Saint-Simon ao pensamento socialista foi sua insistência no dever do Estado de planejar e organizar o uso dos meios de produção de modo a se manter continuamente a par das descobertas científicas, e a sua insistência na função de governo dos peritos industriais e administrativos, e não dos políticos e dos meros "homens de negócio". Conforme à sua oposição ao feudalismo e ao militarismo, Saint-Simon advogou um esquema segundo o qual os homens de negócios e outros líderes industriais controlariam a sociedade; propunha uma ditadura benevolente dos industriais e dos cientistas para eliminar as iniqüidades do sistema liberal inteiramente livre. A direção espiritual da sociedade estaria nas mãos dos cientistas e engenheiros, os quais assim tomariam o lugar ocupado pela Igreja Católica Romana na idade média européia.
O que Saint-Simon desejava, em outras palavras, era um estado industrializado dirigido pela ciência moderna, no qual a sociedade seria organizada para o trabalho produtivo pelos homens mais capazes. O alvo da sociedade seria produzir as coisas úteis à vida. Suas obras revolveram em torno da idéia de que sua época sofria de um individualismo doentio e selvagem resultante de uma quebra da ordem e da hierarquia. Mas afirmava que a época continha também as sementes de sua própria salvação, que deviam ser buscadas no nível de crescimento da ciência e da tecnologia e na colaboração dos industriais e dos técnicos que tinham começado já a construir uma ordem industrial nova. A união do conhecimento científico e tecnológico à industrialização inauguraria o governo dos peritos. A nova sociedade não poderia nunca ser igualitária, Saint-Simon sustentava, porque os homens não foram dotados igualmente pela natureza. Saint-Simon não era um "igualitário" estrito, um sentido em que parte de seus seguidores haveria de radicalizar suas idéias.
Contudo
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