Capital e trabalho no modo de produção capitalista
Artigo: Capital e trabalho no modo de produção capitalista. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: abarboza • 24/10/2014 • Artigo • 320 Palavras (2 Páginas) • 367 Visualizações
Capital e trabalho
O modo de produção capitalista não é somente dominado pela concorrência entre capitalistas, mas também pela concorrência entre operários e capitalistas. O "valor acrescentado" na produção industrial partilha-se entre o trabalho e o capital; é um dado fixo, no termo de cada processo de produção (ou de cada mês ou de cada ano): a parte de um não pode aumentar sem que a parte do outro diminua. O capitalismo, a fim de acumular capital, procura reduzir a parte dos trabalhadores no valor acrescentado, enquanto que estes, a fim de aumentar seu nível de vida, procuram espontaneamente acrescentar esta parte. Assim nasce a luta de classe elementar no seio deste modo de produção.
A oferta da mão-de-obra é em primeiro lugar muito mais abundante do que a procura: a industrialização, na sua fase inicial, suprime mais empregos do que oferece. O movimento demográfico, ligado ao início da revolução industrial, vai no mesmo sentido. Nesta época, o capital procura aumentar a sua parte do rendimento nacional ao baixar os salários reais e prolongando a semana de trabalho. Esta tendência prevaleceu no Ocidente do século 16 até meados do século 19; ela prevalece ainda em parte nos países do Terceiro Mundo.
Seguidamente, a procura de mão-de-obra aumenta mais rapidamente, quando a industrialização se acelera, sobretudo nos países ocidentais que se tornaram as oficinas industriais do mundo. A oferta tende a reduzir-se decorrente da emigração em massa (70 milhões de Europeus partiram para os países de além-mar). Assim, o jogo da oferta e da procura parou a baixa absoluta dos salários reais. Estes começam a aumentar progressivamente. Os capitalistas procuram porém em manter constante a sua parte do "valor acrescentado" pelo crescimento da produtividade. Como esta implica a maior parte das vezes que as máquinas se substituem às pessoas, ela oferece ao capital a vantagem suplementar de reconstituir periodicamente o exército de reserva industrial e de manter os salários nos limites suportáveis pelo regime.
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