Ciência E Política Resenha
Exames: Ciência E Política Resenha. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: Marcuns • 11/2/2014 • 1.589 Palavras (7 Páginas) • 436 Visualizações
RESENHA DE “CIÊNCIA E POLÍTICA DUAS VOCAÇÕES” DE MAX WEBER
Marcuns Loiola Guimarães
Direito
1th Período Noturno
Introdução
“Ciência e Política Duas Vocações” ao lado de “A ética protestante e o Espírito do Capitalismo” são as duas obras mais importantes de Max Weber, ou pelo menos as mais estudadas e relevantes, segundo os estudiosos desta segmentação sócio-científica. Weber delineia aqui sua concepção de ciência e política traçando parâmetros que os contrastam e o aproximam ao longo de sua vasta experiência como conferencista e doutrinador do gênero.
Com habilidade e senso argumentativo aguçado, Weber estabelece preceitos consistentes ao analisar o cientista e o político como peças antagônicas de um mesmo conceito.
Em sua visão e metodologia analítica, ambos os lados são atraídos pelo “ócio” inerente ao seu ofício, consagrando a natureza de sua produtividade como sendo irrelevante no tocante ao seu retorno financeiro, tendo em vista que o Estado arque com este custo.
A perspectiva de que o político não deve se preocupar com pesquisas científicas por envolver muito dinheiro ao mesmo tempo em que provoque pouco impacto notório-social ao passo de que o cientista não deva se envolver em política para não demonstrar preferência partidária e com isso poder comprometer seus recursos, é de uma interpretação crível e típica de Weber.
Capítulo 1- A ciência como vocação
Max Weber dirige-se aos jovens supostamente com vocação à ciência, que pretendem se devotar à
pesquisa por amor. Percebe-se que há um diálogo implícito, compondo o texto, numa tentativa de desmitificar
uma visão idealizada, como também da presunção destes jovens e da pose irracional, então em voga na
Alemanha.
Nesse movimento de "combate a ilusão", é possível identificar o propósito de Weber em comprovar a
eficácia da explicação sociológica nos vários campos da vida social, em especial a que dá conta de
fenômenos subjetivos. A vocação para a ciência decorre de um processo de racionalização, que na
sociedade moderna, é caracterizada pelo pluralismo de valores, opondo-se religião, ciência, arte, e ética
como potências ou "vocações" antagônicas.
A força expositiva e a originalidade desse modelo, exposto de maneira didática nesse capítulo, mostram
nas páginas iniciais do ensaio um exame feito pelo autor de forma convencional, como pensa os fatos sociais
e as condições materiais que enquadram a vocação universitária.
Contrapondo as ilusões dos jovens à objetividade da prática social, Weber destaca uma série de
dilemas da ocupação científica universitária (que para ele não se restringe às ciências naturais), numa
descrição espantosamente atual: a dificuldade de conciliar duas capacidades distintas, a de professor e a de
pesquisador; a necessidade de conjugar a inspiração e o anseio de criar algo duradouro num terreno sujeito
às leis do progresso, a distinção pelo mérito numa atividade em que o ingresso e a ascensão profissional se
encontram a mercê do acaso.
Segundo Weber, o cientista especializado faz parte da "grande fábrica da ciência", mas o faz, com
dedicação apaixonada. Do contrário, deveria estar fazendo outra coisa na vida. É fácil identificar no ensaio de
Weber que um elemento racional fundamental da ciência moderna – a especialização – depende de um
elemento irracional – a paixão. Ou seja, a paixão é incontrolável e não-passiva de escolha. Um tema é
sempre escolhido, mesmo que indecisamente, a partir de alguns critérios que sempre dependem de nosso
grau de envolvimento com o assunto, seja ele de cunho pessoal ou social, individual ou coletivo. Mas a
paixão, por si só, é insuficiente. Novamente Weber desilude o leitor, pois gostar de um tema não basta. Para
realmente ter uma vida científica, é necessário inspiração. E, nesse caso, nem mesmo a especialização é garantia de coisa alguma - Weber não dá garantias para a vocação da ciência - não há método para a
inspiração, não há caminho seguro que leve até ela.
O autor aos poucos vai desfazendo toda e qualquer ilusão quanto à existência de uma tarefa nobre para
a ciência, ele vai mostrando os limites da racionalidade. (Ora, sem inspiração não há criação e sem criação
não há nada de novo, não há progresso científico).
O filósofo chama a atenção para as conseqüências do talento e da paixão, bastante inflamáveis em
uma Alemanha que saíra derrotada da guerra, estando assim procurando uma orientação. Ele fala do risco
que o cientista talentoso corre, podendo se tornar uma "personalidade", um "líder", ou, como diríamos hoje
em dia, uma "celebridade". Na ciência ou em qualquer área da vida, tem personalidade, aquele que cumpre
sua tarefa.
O cientista não é sabe-tudo, a voz da verdade. Ou seja: sendo o cientista, para Weber, aquele que
ocasionalmente sabe aquilo que deseja conhecer, ele também pode querer ser mais do que é – "a voz da
verdade". Neste ponto encontra-se referência a um elemento irracional, ao gerar um fenômeno
contemporâneo (necessidade
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