Constitucionalismo brasileiro
Ensaio: Constitucionalismo brasileiro. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: annechirle • 29/11/2014 • Ensaio • 525 Palavras (3 Páginas) • 227 Visualizações
Questão discursiva:
A Constituição de determinado Estado nacional, ao dispor sobre o catálogo de direitos fundamentais do cidadão comum, estabelece que
a proteção constitucional se dará apenas aos direitos e garantias individuais perante a intromissão indevida do Estado. Trata-se,
portanto, de uma Constituição meramente negativa e absenteísta, que privilegia o caráter absoluto da propriedade privada, da
autonomia da vontade, da igualdade formal e de outros direitos e garantias fundamentais focados na proteção do homem em face do
poder do Estado. Além disso, a referida Constituição foi positivada em um documento escrito que sistematiza os princípios e ideias
dominantes da atual teoria política e do direito dominante no tempo presente. E mais: apesar de concebida pelo grande líder
carismático que governa o País há oito anos, o texto constitucional foi submetido à ratificação popular por intermédio de um referendo,
cujo resultou foi amplamente favorável às ideias do governante detentor do poder.
Diante deste quadro, indaga-se:
a) É correto associar tais características ao modelo de constituição-compromissória, próprio do constitucionalismo brasileiro? Justifique
sua resposta.
b) É correto afirmar que a Constituição em comento é democrática porque, muito embora tenha sido concebida pelo líder carismático,
foi submetida à ratificação do voto popular? Justifique sua resposta.
c) Qual seria a classificação da Constituição em tela quanto ao modo de elaboração? Justifique sua resposta.
a) Não. A Constituição em análise é do tipo constituição-garantia, vale dizer Constituição liberal, negativa, cuja arquitetura constitucional
se limita a delinear formalmente o exercício do poder (organização do estado e dos poderes) e a proteger os direitos e garantias
individuais de 1ª dimensão (vida, liberdade, igualdade formal, segurança e propriedade).
Nossa Constituição caracteriza-se justamente por ter adotado um modelo compromissório, que busca conciliar, a um só tempo, os
objetivos do Estado Liberal e promover os direitos fundamentais em um sentido mais amplo, abrangendo direitos de 2ª e de 3ª geração
do Estado social. Realmente, a Constituição de 1988 é nitidamente compromissória, na medida em que tenta albergar valores
contrapostos, como por exemplo, a propriedade e sua função social, a livre iniciativa/livre concorrência contra os valores sociais do
trabalho/defesa do consumidor. O próprio artigo 170 da nossa Carta Magna deixa claro que o constitucionalismo democrático brasileiro
tenta conciliar, ao mesmo tempo, as vertentes
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