Construção Do Direitos E Politicas Sociais
Artigos Científicos: Construção Do Direitos E Politicas Sociais. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: milinha22 • 27/10/2013 • 5.896 Palavras (24 Páginas) • 313 Visualizações
REVISÃO DE LITERATURA
COMO VIVEM A POPULAÇÃO IDOSA.
As pessoas envelhecem diferentemente umas das outras. Para umas, o envelhecimento é um longo processo de volta para si mesma e de enriquecimento interior, de aquisição de sabedoria, de tolerância e discernimento e de percepção da beleza nas pequenas coisas da vida, ao passo que, para outras,o envelhecimento é uma longa fase de sofrimentos, de angústia e medo da morte, de perdas importantes, de dores e doenças, de solidão e isolamento do mundo e de rejeição por parte da sociedade. As fronteiras entre as duas formas de envelhecer são muito tênues e dificilmente pode-se prever em qual das formas de envelhecimento uma determinada pessoa vai se enquadrar (Rodrigues, 1998).
Nos contextos biológico, social, econômico e cronológico, o termo envelhecimento pode assumir significados diferentes. Do ponto de vista biológico, o envelhecimento começa tão cedo quanto a puberdade e é um processo contínuo, ao longo da vida adulta. Socialmente, as características dos membros da sociedade que são percebidas como sendo velhos variam dentro do contexto cultural e de geração para geração. Economicamente, os idosos são, algumas vezes, definidos em termos de saída do mercado de trabalho, especialmente em sociedades que adotam a aposentadoria com a idade.
Cronologicamente, a idade tem sido usada como um indicador da expectativa de vida residual (World, 1989).
Em 1980, as Nações Unidas definiram a faixa etária de 60 anos ou mais como velhice ou terceira idade (World, 1989). Outros documentos têm adotado a idade de 65 anos como o ponto de corte para o envelhecimento. Em países em desenvolvimento tem sido adotada a idade de 60 anos para demarcar o início do envelhecimento (Kalache et al., 1987; Veras et al., 1987; Ministério da Saúde, 1998; Fausto, 2002).
No Brasil, foi aprovado pelo governo federal, e por unanimidade, o Projeto de Lei 3561/97, que institui o Estatuto do Idoso. A proposta regulamenta direitos assegurados a pessoas com idade igual ou superior a 60 anos e define medidas de proteção a essa faixa etária, além de obrigações das entidades de atendimento e situações nas quais caberão penalidades (Brasil, 2003).
A população brasileira vem envelhecendo de forma rápida desde o início da década de 1960, quando a queda das taxas de fecundidade começou a alterar sua estrutura etária, estreitando progressivamente a base da pirâmide populacional (Chaimowicz, 1997).
O rápido envelhecimento da população brasileira vem sendo ultimamente enfatizado, particularmente no que se refere a suas implicações sociais e em termos de saúde pública (Ramos et al., 1987; Veras et al., 1987;Filho & Ramos, 1999). O segmento com idade mínima de 60 anos apresenta as mais elevadas taxas de crescimento, com valores superiores a 3% ao ano (Oteroet al., 2002).
Em 1996, no Brasil, havia 12,4 milhões de pessoas de 60 anos ou mais, sendo 54,4% do sexo feminino. A parcela correspondente aos idosos com 80 anos ou mais também aumentou, passando de 166 mil em 1940 para 1,5 milhão em 1996 (Ramos et al., 1993).
No período de 1980 ao ano 2000, o crescimento mundial da população não jovem adulto total foi de 56%; estima-se um aumento da população idosa no Brasil de mais de 100%. A faixa etária com 60 anos ou mais passará de 5% da população total, em 1960, para 14% em 2025. Os idosos com mais de 80 anos constituirão grupo etário de maior crescimento e o Brasil figurará com uma proporção de idosos semelhante ao que é hoje registrado em países desenvolvidos (Filho & Ramos, 1999; Waitzberg, 2001, OMS, 2001; Souza et al., 2003). Estima-se que existirão em torno de 24% de idosos, isto é, quase um quarto da população brasileira, em 2050 (Burini, 2000).
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), a porcentagem de pessoas com 60 anos ou mais na população brasileira alcançou 9,1% em 1999. A região sudeste foi a que apresentou maior envelhecimento, tendo pessoas dessa faixa etária representando, em 1999, 10% de sua população total (Garrido & Menezes, 2002).
O censo realizado pelo IBGE, em 2000, mostrou que a população deLavras e de Alfenas, municípios localizadas no sul Minas Gerais, vem acompanhando o crescimento nacional. A população de Lavras correspondeu, no ano de 2000, a 78.772 habitantes; destes, 7.713 são pessoas com 60 anos ou mais, num total de 9,91% da população. Já a cidade de Alfenas possuía, no ano de 2000, 66.957 habitantes, sendo 6.124, ou 9,14% do total, de pessoas com 60 anos ou mais (IBGE, 2000).
O processo de transição demográfica que hoje o Brasil atravessa em ritmo acelerado associou-se ao aumento da demanda por instituições de longa permanência. A correlação multicausal entre estrutura etária da população e demanda por asilos é determinada por seu perfil social e de saúde. Verifica-se que se controladas tais variáveis, a idade torna-se um fator de risco menor (Chaimowicz & Greco, 1999). Idosos residentes nas principais capitais brasileiras apresentam alta prevalência de fatores de risco para institucionalização, tais como doenças crônico- degenerativas e suas seqüelas, hospitalização recente e dependência para realizar atividades normais da vida diária. Em conjunto com as mudanças demográficas ocorre a transição epidemiológica, surgindo novos padrões de morbidades de mortalidade. A mortalidade em geral diminuiu, passando a predominar a morbidade (Chaimowicz, 1997; Costa et al., 2000).
Consumo alimentar x recomendações nutricionais de populações idosas A investigação direta do consumo de alimentos a partir da aplicação de Inquéritos dietéticos constitui a forma ideal para se caracterizar os padrões dietéticos vigentes em uma dada população e sua evolução ao longo do tempo (Monteiro et al., 2000).
O conhecimento e o cálculo da ingestão dietética podem ter vários propósitos. Os dados sobre a composição dos alimentos são utilizados de muitasmaneiras distintas pelos profissionais de saúde. O uso mais comum da identificação do consumo dietético é para a determinação da adequação nutricional das dietas na relação entre a ingestão alimentar e o surgimento de enfermidades, como as doenças crônico-degenerativas para as quais hoje é utilizado o termo não transmissíveis e na identificação de carências nutricionais, importantes para o desenvolvimento de políticas governamentais (Monteiro et al., 2000).
A avaliação da ingestão de alimentos pode ser realizada utilizando–se métodos de coleta de informações, tais como pesagem direta do alimento, diário de registro alimentar, recordatório 24 horas ou freqüência alimentar. A escolha
...