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Criminologia

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Por:   •  29/9/2014  •  1.491 Palavras (6 Páginas)  •  500 Visualizações

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POLÍCIA MILITAR DA BAHIA

ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR

PRÁTICA SÓCIO-PROFISSIONAL-REFLEXIVA

3ª COMPANHIA DE ALUNOS-A-OFICIAL

NOTÍCIAS DE UMA GUERRA PARTICULAR:

RESENHA CRÍTICA

Salvador

2010

“Mas o que mais me dói é perceber que esses algozes são a nossa própria semelhança. São iguais sobrepondo iguais”.

(Afro Reggae)

POLÍCIA MILITAR DA BAHIA

ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR

PRÁTICA SÓCIO-PROFISSIONAL-REFLEXIVA

3ª COMPANHIA DE ALUNOS-A-OFICIAL

1° CFO PM “B”

EQUIPE:

AL OF PM AZEVEDO, N° 259

AL OF PM LUCIANA, N° 265

AL OF PM CARLOS ASSIS, N° 269

AL OF PM GALVÃO, N° 280

AL OF PM PAULA, N° 284

AL OF PM ROBERTO JÚNIOR, N° 353

INSTRUTORES:

CAP PM JAILSON

1° TEN PM VITOR GOMES

1. O DOCUMENTÁRIO

- Gênero: documentário

- Direção: João Moreira Sales e Kátia Lund

- Ano de produção: 1999

O documentário é pautado na crise urbana decorrente do processo de favelização e criminalidade na sociedade pós-moderna, tem como cenário a favela da Santa Marta na cidade do Rio de Janeiro, local este que está incrustado na zona sul da cidade, entre os bairros nobres de Copacabana e Leblon. A estruturação do documentário se realiza mediante um entrelaçamento de visões contundentes sobre o mesmo foco – o profissional de segurança pública, o criminoso e a comunidade, constroem um discurso que suscita um drama da vida real histórico – configurando-se um estado de barbárie.

A insegurança e o medo são elementos contextuais presentes na linguagem expressa nas declarações, a articulação das idéias consegue concatenar os fatos de tal forma que evidencia as nuances e peculiaridades que viabilizam essa “guerra particular”, denominação a que o título se refere, extraído de uma frase do ex-capitão do BOPE Rodrigo Pimentel, ao se dirigir a um combate velado que acontece cotidianamente nesse universo. Os diretores ouviram também depoimentos do gerente de tráfico do Morro Dona Marta, Adriano, depoimentos como o de Gordo, um dos fundadores do Comando Vermelho, de Paulo Lins (antropólogo e autor do livro Cidade de Deus) e do chefe da Polícia Civil, Helio Luz.

A abordagem retórica e a riqueza de detalhes proporcionadas no filme desnudam um caos que está geograficamente próximo, mas, socialmente distante da realidade das camadas médias. Entretanto com o vertiginoso aumento da criminalidade, com a democratização da violência, essa realidade paralela transcendeu o morro, chegando ao asfalto. Essa tendência marcou inclusive o cenário de produções cinematográficas, desencadeado uma série de filmes com essa temática (Cidade de Deus, Tropa de Elite, Ônibus 174, etc). O documentário se isenta de definir valores, mantendo-se imparcial, exibindo entrevistas honestas, que são apresentadas sem meio-tons e da forma mais abrangente possível, tornando patente o absurdo de uma guerra sem fim e sem vencedores possíveis.

2. OLHAR DO USUÁRIO

O filme sugere um contraponto que é a visão do usuário do sistema de segurança pública, enquanto parte que se posiciona como “cliente”. Essa noção advém da prerrogativa que atribui ao poder público, na figura do Estado, a competência de prover a segurança, sendo, inclusive uma previsão constitucional.

É importante ressaltar que nesses contextos socialmente em desvantagem, muitas vezes há uma desvirtuação do papel do policial, que é traduzido sob a perspectiva estigmatizada pela qual os usuários são concebidos. Há uma generalização, onde se criam estereótipos que são repetidas vezes violentados por profissionais levianos e covardes. Esse cenário é ainda mais complexo quando se depara com a corrupção institucional e os excessos de uso da força, decorrentes do abuso de poder investido.

O saldo dessa brutalidade se reflete em uma relação de medo entre policiais e comunidade, marcada pelo distanciamento, instaurado pela insegurança pública e descrença no sistema. O olhar do usuário, nesse sentido, é permeado por frustrações.

Dessa premissa a classe média intelectualiza, formadora de opinião, se apropriou para fundamentar um discurso anti-polícia. Essa construção, entretanto, foi pautada em ações desastrosas que depreciam a missão policial e agrava ainda mais o problema de segurança e violência.

Conquanto, os princípios norteadores dos Direitos Humanos e do Cidadão, conclamam a responsabilidade inerente a essa questão social. Determinando ações que qualifiquem o usuário a condição de promotor dos direitos e deveres. A posição de usuário não isenta da necessidade de engajamento político, entendendo as problemáticas que são subjacentes ao eixo principal do dilema e interferindo na realidade. A zona de conforto não é uma situação permissível, na medida em que a realidade adentra sua janela.

"A cidadania é o direito a ter direitos, pois a igualdade em dignidade e direitos dos seres humanos não é um dado. É um construído da

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