Cultura E Mudança Organizacional
Ensaios: Cultura E Mudança Organizacional. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: lhferreira • 29/11/2014 • 8.591 Palavras (35 Páginas) • 422 Visualizações
OBJETIVOS ESPECÍFICOS DE APRENDIZAGEM
Ao finalizar esta Unidade você deverá ser capaz de:
fConhecer e compreender os principais elementos da cultura
brasileira que se projetam nas organizações públicas; fIdentificar os processos de transformação decorrentes da
emergência de valores gerenciais na Administração Pública; fCompreender as estratégias de interpretação da mudança:
o formalismo e o jeito; e
fConhecer o processo de resistência à mudança em seus
pressupostos e aspectos positivos.
CULTURA BRASILEIRA E ORGANIZACIONAL
UNIDADE 1

Cultura e Mudança Organizacional
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Especialização em Gestão Pública
ELEMENTOS DA CULTURA BRASILEIRA
Buscaremos, nesta Unidade, sensibilizá-lo para a importância e as especifidades da cultura nos processos de mudança em organizações públicas. Abordaremos os elementos básicos da cultura organizacional, enfatizando que, em larga medida, reproduzem traços da cultura brasileira. Um requisito fundamental para a abordagem do tema é definirmos o que se entende por organização, destacando sua singularidade, dada por elementos que lhe são específicos e resultantes das interações sociais que nela se estabelecem.
Ao final da Unidade e tendo como requisito a apreensão dos elementos da cultura organizacional brasileira, você deverá ser capaz de adotá-los para analisar mudanças nas organizações públicas, reconhecendo o caráter complexo e multifacetado do processo de transformação das organizações.
Boa leitura!
ORGANIZAÇÃO PÚBLICA: DEFINIÇÕES E PERSPECTIVAS DE ANÁLISE
A organização pode ser percebida como resultante das interações entre dois elementos fundamentais. Observe na Figura 1.
Unidade 1 – Cultura brasileira e organizacional
Módulo Específico em Gestão Pública
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Cultura e Mudança Organizacional
Figura 1: Elementos fundamentais de uma organização Fonte: Elaborada pelo autor
Nesta relação – indivíduo e estrutura – em que o primeiro é limitado pelo segundo, temos ênfase em um dos aspectos essenciais que o conceito de organização encerra – o controle.
A identificação do controle como categoria central de análise da organização, portanto, como atributo cultural e subjacente à mudança, tem como uma de suas vertentes a constatação de que os objetivos organizacionais e individuais não são plenamente convergentes (KATZ; KAHN, 1987). Isso porque os objetivos institucionais são negociados e resultantes de um arranjo de forças específico, pois apesar dos objetivos organizacionais serem estabelecidos por indivíduos ou grupos (ministro, secretário, assessores, diretor etc.), nenhum destes têm na organização poder suficiente para estabelecê-los integralmente.
Para compreendermos a cultura e a mudança organizacional, precisamos inicialmente de um esforço de definição de seu objeto – a organização. O que você entende por organização?
Tomada sob a perspectiva estrutural, a organização pode ser definida segundo diferentes pontos de vista; desde abordagens de foco mais restrito e mecanicista, que buscam evidenciar um conteúdo ideal – tais como “[...] uma combinação intencional de pessoas e de tecnologia para atingir um determinado objetivo.” (HAMPTON, 1983, p. 7), ou “[...] unidades sociais que procuram atingir objetivos específicos; sua razão de ser é atingir esses objetivos.” (ETZIONI, 1976, p. 13); até construções mais amplas e complexas que incluem aspectos de conteúdo mais subjetivo. Morgan
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Especialização em Gestão Pública
(1996, p. 146), segundo esta última perspectiva, ao examinar as organizações como sistemas políticos assegura que:
A maior parte das pessoas que trabalha numa organiza- ção admite, na privacidade, que estão cercadas de formas de “arranjos”, através dos quais diferentes pessoas tentam ir ao encontro de interesses particulares. [...] Tentando en- tender as organizações como sistemas de governo e ten- tando desvendar a detalhada política da vida organizacional, é possível compreender qualidades impor- tantes da organização que são, frequentemente, encober- tas ou ignoradas.
Essa definição nos sugere uma perspectiva de análise do fenômeno organizacional que traz à tona os objetivos pessoais e os destaca ante os institucionais. É possível inclusive sugerirmos que isso tende a se acentuar na proporção em que se tomem organizações de maior porte e em que o poder em sentido amplo, a despeito da hierarquia e centralização decisorial, tende a ser mais difuso, como é o caso das organizações públicas.
Nessa linha, Srour (1994, p. 32) afirma que:
[...] as organizações não são meras cole- ções de indivíduos, mas entidades com vida e dinâmica próprias, que transcendem as consciências e os interesses particulares de seus membros.
Esses arranjos coletivos são regulados politicamente, e a compreensão da “[...] lógica que traveja toda e qualquer organização implica em abrir o leque das possíveis formas de gestão que são consentâneas a essa lógica.” (SROUR, 1994).
Saiba mais
Racional
Unidade 1 – Cultura brasileira e organizacional
Além das perspectivas racional (mecanicista) e interpretacionista, as quais convergem no que diz
respeito ao tratamento dispensado aos conceitos de organização
Na perspectiva racional o vetor de influência é orientado do ambiente para a organização. A organização é vista como fun- ção das tensões ambientais (modelagem); ao passo que na abordagem interpretativista esse movimento se processa em sentido oposto – da orga- nização para o ambiente. Fon- te: Machado-da-Silva (2004).
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Módulo
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